Imagine perceber que seu bebê recém-nascido sofreu um deslocamento da clavícula durante o nascimento? Muito preocupante. E não contar com o atendimento necessário nesses casos torna-se um pesadelo para os pais e um sofrimento para os pequenos.
Segundo reclamações de mães que deram à luz no Hospital Regional de Itapetininga, SP, este ano, o local não forneceu informações sobre quais os procedimentos a serem tomados caso o bebê apresente uma fratura ou deslocamento da clavícula ocasionada no momento do parto.
Karen Roberta Martini da Rosa, por exemplo, foi uma das mulheres que sofreram sem as devidas orientações. Ela contou ao programa Tem Notícias, da TV Tem, que sua filha, hoje bem e com 7 meses, teve a clavícula quebrada durante o parto, pois ficou entalada e os médicos tiveram de deslocar seu ombro, mas ao questionar as enfermeiras sobre como devia cuidar da criança devido à fratura, principalmente sobre como dar o banho corretamente, ouviu um seco “se vire” vindo da profissional. Então Karen se viu sem instruções ou qualquer auxílio vindo do hospital.Clavícula da pequena Ísis, filha de Karen, quebrada durante o parto
A história dessa outra mãe também reforça o relato de Karen e inclusive já falamos desse caso e você pode conferir aqui. Heitor, filho de Milena Cristie Elias Santos, nasceu no dia 27 de junho, com a clavícula deslocada, também durante o parto e no mesmo hospital de Itapetininga. Segundo a mãe contou ao programa, ela não recebeu quaisquer orientações e teve uma gravidez normal, e está preocupada com o estado de seu bebê, que chora com incomodo:
“Ele está com dor, enfaixado e não sabemos o que fazer, pois até agora não tive nenhum acompanhamento médico. Ele está do jeito que saiu da maternidade. Não sei quando posso tirar e nem o que fazer, pois ela está assando o pescoço e o bracinho dele”, disse. Milena e o pequeno Heitor, que teve clavícula deslocada durante o parto
Milena falou que seu filho só passará no médico na semana que vem e até lá ela não sabe o que fazer. Ela registrou um B.O contra a atitude do hospital.
Mas e o que o hospital e responsáveis falam sobre as acusações?
Segundo o Ministério da Saúde, há de fato alguns procedimentos que são realizados em casos de complicações durante o parto e o deslocamento ou fratura da clavícula podem acontecer. O Hospital Regional divulgou uma nota alegando que presta toda a orientação necessária para as famílias, inclusive a de Heitor e que recebeu a visita deles no dia 4 e prestou a devida assistência novamente. Ainda de acordo com o hospital, eles contam com enfermeiras e obstetras preparadas para acompanhar e realizar partos normais de baixo-risco, amparadas pelo Conselho Regional de Enfermagem, e que há profissionais aptos no local 24 horas por dia. Eles também falaram que não houve negligência ou equívoco no caso de Heitor, pois seguem as recomendações médicas.
A prefeitura de Itapetininga também foi ouvida pela reportagem do programa e disse que já encaminhou as reclamações para a ouvidoria do Hospital, como em outros momentos e que o local já foi cobrado para tomar providências no caso. De acordo com a prefeitura, há uma fiscalização e avaliação constante no Hospital também.
De qualquer forma, é preocupante quando procedimentos médicos viram caso de polícia e quando a mulher, que acaba de passar por um momento delicado, sofre com o descaso por parte de quem deveria orientá-la e prestar todo o auxílio.
Foto: Reprodução/TV TEM