O mestre escultor da Renascença italiana, Michelangelo, que esculpiu David e decorou o teto da Capela Sistina escondeu-se na pequena câmara durante cerca de dois meses em 1530. Ali, ele evitava uma sentença de morte ordenada pelo Papa Clemente VII.
A sala escondida
Há 50 anos, os responsáveis do museu procuravam um espaço adequado para criar uma nova saída para os turistas que visitavam a capela dos Médici, onde o artista adornou os túmulos da família com esculturas que retratavam a passagem do tempo.
Durante a busca, eles descobriram um alçapão embaixo de um guarda-roupa que levava a uma sala de 3 metros de largura.

Memorias
“Ele desenhou coisas do passado como se estivesse fazendo uma viagem ao passado… era como ter um álbum com suas obras”, disse Paola D’Agostino, diretora dos Museus Bargello, que inclui outros quatro museus estaduais além do Capelas Médici.
“(É) um lugar de encanto extraordinário”, disse Massimo Osanna, Diretor Geral de Museus da Itália.

Acesso ao público
O acesso público será permitido em caráter experimental até março de 2024, podendo apenas 4 pessoas por vez visualizar a sala, de forma a manter condições adequadas de conservação dos preciosos desenhos, com alternância de períodos de exposição à luz LED e períodos prolongados da escuridão.

“Este ambiente muito pequeno é verdadeiramente único devido ao seu excepcional potencial evocativo… traçado por sinais que atestam uma grande clareza de design”, comentou Francesca de Luca, curadora do Museu das Capelas dos Médici.

A pequena sala, com 10 metros de comprimento por 3 metros de largura e 2,50 metros de altura no topo da abóbada, serviu como depósito de carvão até 1955 e depois ficou sem uso, permanecendo fechada e esquecida durante décadas, sob um alçapão coberto por móveis.

As reservas para visitar a sala secreta serão limitadas a 100 pessoas por semana até 30 de março e custarão 20 euros.
Uma experiência única
O local proporciona ao visitante de hoje a experiência única: de poder entrar em contato direto não só com o processo criativo do maestro, mas também com a percepção da formação de seu mito como artista divino.