O anúncio da saída de William Bonner do Jornal Nacional em novembro de 2025 marcou um divisor de águas no jornalismo brasileiro. Depois de quase três décadas como âncora e 26 anos como editor-chefe, o jornalista decidiu se despedir do principal telejornal do país para assumir um novo desafio: integrar o time do Globo Repórter, ao lado de Sandra Annenberg.
Mais do que uma simples mudança de programa, a decisão revela um movimento planejado há anos e que dialoga com a busca por equilíbrio pessoal e profissional. O momento também abre caminho para novos rostos na bancada do JN, em um processo de renovação que já aconteceu em outras épocas da emissora.
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O anúncio da despedida
Comunicação oficial da Globo
A emissora confirmou em 1º de setembro de 2025 que Bonner deixará a apresentação em 3 de novembro. O anúncio aconteceu durante as celebrações dos 56 anos do Jornal Nacional, reforçando o simbolismo da data.
Planejamento a longo prazo
A saída foi resultado de conversas iniciadas há pelo menos cinco anos entre Bonner e a direção da Globo. O jornalista já havia manifestado o desejo de reduzir o ritmo de trabalho e dedicar mais tempo à família.
O substituto escolhido para o Jornal Nacional
A entrada de César Tralli
O escolhido para ocupar a vaga deixada por Bonner é César Tralli, que até então comandava o Jornal Hoje. A partir de 4 de novembro, ele dividirá a bancada com Renata Vasconcellos, dando continuidade ao formato já consolidado.
Repercussão interna e ajustes
A mudança no JN provocou uma reorganização dentro da Globo. Tralli deixa o Jornal Hoje para ser sucedido por Roberto Kovalick, que estava no Hora Um. O comando do Hora Um, por sua vez, ainda não tem definição oficial.
A trajetória de William Bonner
Primeiros passos na televisão
Formado em Publicidade e Propaganda, Bonner começou sua carreira televisiva na TV Bandeirantes em 1985, passando depois pela TV Manchete. Em 1986, foi contratado pela Globo para apresentar o SPTV.
Ascensão dentro da emissora
Antes do JN, passou por programas como Fantástico, Jornal Hoje e Globo Rural. Sua estreia no Jornal Nacional ocorreu em 1996, ao lado de Lillian Witte Fibe.
Consolidação no comando
Em 1999, Bonner assumiu o cargo de editor-chefe do telejornal, acumulando funções de apresentador e gestor editorial. Ao lado de Fátima Bernardes, formou uma das duplas mais marcantes da história do jornalismo brasileiro.
A transição para o Globo Repórter

Novo ciclo profissional
A partir de 2026, Bonner dividirá o Globo Repórter com Sandra Annenberg. O programa, tradicionalmente voltado a reportagens aprofundadas sobre saúde, ciência, meio ambiente e comportamento, dará ao jornalista a possibilidade de atuar em uma rotina menos exaustiva.
Um paralelo com Sérgio Chapelin
A trajetória de Bonner se aproxima da de Sérgio Chapelin, que também deixou a bancada do Jornal Nacional para migrar ao Globo Repórter, onde permaneceu até sua aposentadoria. O movimento reforça uma tradição na emissora.
O legado de Bonner no Jornal Nacional
Influência e credibilidade
Durante 29 anos, Bonner se consolidou como o rosto mais reconhecido do telejornalismo brasileiro. Sua postura firme e o cuidado editorial ajudaram a moldar a identidade do Jornal Nacional como referência de credibilidade.
Um ciclo que se encerra
Com a saída, Bonner encerra um dos períodos mais longos de continuidade de um apresentador no comando de um telejornal. A transição simboliza tanto renovação quanto respeito à história construída.
Linha do tempo resumida da carreira
| Ano | Marco na carreira |
|---|---|
| 1985 | Estreia na TV Bandeirantes como locutor e apresentador |
| 1986 | Contratado pela Globo, apresenta o SPTV |
| 1996 | Assume a bancada do Jornal Nacional |
| 1999 | Torna-se editor-chefe do JN |
| 2011 | Despede-se da parceria com Fátima Bernardes na bancada |
| 2025 | Anuncia saída do JN após 29 anos |
| 2026 | Estreia como apresentador do Globo Repórter |
O impacto da mudança
Para o público
A saída de Bonner gerou forte repercussão entre telespectadores, muitos dos quais associam sua imagem diretamente à do JN. A transição, no entanto, ocorre de forma planejada para garantir continuidade e confiança.
Para a emissora
A mudança representa a oportunidade de oxigenar o principal telejornal da Globo, trazendo César Tralli como novo rosto e mantendo a credibilidade que caracteriza o noticiário.
Considerações finais
A saída de William Bonner do Jornal Nacional marca o fim de uma era e abre espaço para um novo ciclo na televisão brasileira. Sua trajetória, marcada pela disciplina, pela seriedade e pela longevidade, será lembrada como uma das mais importantes do jornalismo nacional.
Ao migrar para o Globo Repórter, Bonner mostra que não se trata de um adeus, mas de uma reinvenção. Enquanto isso, César Tralli assume o desafio de conduzir o telejornal mais tradicional do país, garantindo que a história do JN siga sendo escrita.












