Vivemos tempos acelerados. A quantidade de informações que recebemos diariamente através das redes sociais intensifica em nós a experiência da aceleração. Não, como se fosse possível absorver e lidar bem com a quantidade exorbitante de estímulos a que somos expostos todos os dias. Dentro desse leque de informações e estímulos que recebemos estão notícias sobre catástrofes ambientais, inteligência artificial, problemas políticos e econômicos, fofocas de celebridades, conflitos geopolíticos e outros tantos assuntos, que é impossível ao nosso aparelho psíquico processar toda essa enxurrada de dados.
Essa impossibilidade de absorção desse excesso pode gerar ansiedade, insônia e a sensação de estar sempre deixando de fazer algo que deveria se estar fazendo. Com isso, facilmente nos desconectamos do momento presente e vivemos numa sensação de não dar conta das coisas que precisamos, quando na verdade não é possível dar conta de tudo ao mesmo tempo.
Não somos máquinas e não somos movidos por algoritmos como os dispositivos que acessamos. Precisamos poder desacelerar, estabelecer tempos específicos para cada coisa, dar espaço para a desconexão, eleger nossas prioridades, definir o que é urgente e o que pode aguardar, para podermos sair do ciclo de automatismo ansioso em que, por vezes, entramos.
A conexão com o momento presente, que é estar inteiro naquilo que se está fazendo nesse momento, fechar as abas abertas na nossa cabeça para fazer um mergulho no instante, no que está sendo vivenciado agora, é fundamental para o nosso bem-estar emocional.
A mente desfocada é terreno fértil para a ansiedade e quanto mais conseguimos colocar limites para nós mesmos, para o outro e nos conectarmos com as nossas necessidades, tanto no sentido dos compromissos que precisamos cumprir, quanto no sentido de ir em direção às vivências que nos nutrem, nos fortalecem, nos ajudam a fruir a vida, mais bem-estar experimentaremos.
