Conhecido como pé-de-lótus, foi um antigo costume chinês, mais exatamente nos séculos X-XI, em que as meninas eram obrigadas a reduzir o tamanho de seus pés deixando-os no máximo com 10cm de comprimento. Elas passavam por um rigoroso acoplamento de seus membros em sapatos minúsculos a fim de restringir o desenvolvimento natural dos ossos dos pés. No passado isso significava sensualidade e elas acreditavam que isso faria com que os homens se interessassem mais por elas.

Mulheres ricas e desejadas na época faziam isso com frequência e consequentemente isso se espalhou como parte da cultura chinesa da época, fazendo com que até o século XII as mulheres de famílias pobres também aderissem a essa moda. Isso começou a ser considerado indispensável para que elas encontrassem um marido, então, as meninas jovens eram obrigadas a fazer esse método tortuoso para que não ficassem solteiras para a vida inteira.

A prática era mesmo violenta! Aos 3 anos de idade os dedos dos pés das crianças eram fraturados e os pés firmemente amarrados com fitas de linho para evitar que eles crescessem e cicatrizassem fraturados naquela posição encolhida, com os dedos virados em direção da sola do pé.

O pé ideal não deveria ter mais que 8 centímetros. As consequências que isso gerava no corpo eram inúmeras. Caminhar era uma atividade quase impossível e se agachar também, geralmente elas caíam e algumas mulheres optavam por permanecer sentadas na maioria do tempo. Geralmente os maridos ajudavam as esposas a se levantarem, o que era considerado o ápice da elegância. A falta de estabilidade dos pés causava deformações no quadril e na coluna, aumentando o risco de fraturas no fêmur.


Séculos depois, mais exatamente no século XX, o governo chinês proibiu os pés-de-lótus, contudo a prática continuou sendo mantida por muitos anos. Atualmente a cultura chinesa aboliu esse sacrifício estético, mas é comum encontrar mulheres idosas que exibem orgulhosas seus pés ligados.












