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Na África do Sul, miss é acusada de racismo após usar luvas em visita a orfanato. E polêmica repercute

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A atual miss sul-africana, Demi-Leigh Nel-Peters, causou grande polêmica após visitar um orfanato do país, no distrito de Johanesburgo.

Em foto ao lado das crianças, a miss foi registrada de luvas enquanto lanchava, o que rendeu muitas críticas e insinuações de que ele estava sendo racista e não queria tocar nos órfãos do local.

Logo que o assunto repercutiu, os funcionários do orfanato saíram em defesa de Demi-Leigh. A porta-voz do estabelecimento assistencial, Carol Dyantyi, afirmou que as luvas nada mais eram do que uma medida de higiene e que é “ridículo” pensarem em racismo: “Pedimos que ela e todos os outros voluntários usassem as luvas enquanto estivessem manuseando a comida. (…) Foi puramente para proteger as crianças do risco de comida contaminada. A reação nas redes sociais é ridícula”, comentou Carol à BBC

Nel-Peters foi duramente criticada nas redes sociais e mesmo a palavra do orfanato não aliviou os ataques e acusações que alegavam que “ela não queria tocar nas crianças negras”.

  1. A atual miss sul-africana, Demi-Leigh Nel-Peters – Foto: Reprodução

Em sua conta do Twitter, a modelo se manifestou a respeito do ocorrido comentando que o uso das luvas foi puramente por razões sanitárias, não envolvendo nenhuma questão racial. “Todos os voluntários usaram luvas hoje porque nós, honestamente, pensamos que era a coisa certa para fazer enquanto manuseávamos a comida e a entregávamos às crianças”, disse. Ainda assim, a sul-africana pediu desculpas a todos que se ofenderam com as imagens divulgadas.

À BBC, Claudia Henkel, porta-voz da miss, encaminhou imagens de Demi-Leigh brincando com as crianças após o término da refeição. E em todas as novas fotos, ela não estava usando luvas. Contudo, ainda assim as provocações e ofensas se mantiveram.

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  1. Após o lanche, Demi brincou com as crianças sem o uso de luvas – Foto: Divulgação

Segundo Henkel, a miss demonstrou profunda chateação com as reações das pessoas em redes sociais, mas afirmou que ela não deixará de realizar trabalhos voluntários: “E se ela tiver de usar luvas para a segurança das crianças, ela usará novamente”.

E como recorda a BBC, vale ressaltar o quanto o assunto racismo ainda é delicado na África do Sul. Por décadas, o chamado “apartheid” marcou a realidade do país, com um governo formado por uma minoria branca e que dividia os habitantes do país por grupos raciais. Inclusive em áreas residenciais. O regime segregacionista durou de 1948 a 1994, quando Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul.

Foto de capa: Orlando West Community Centre Ikageng

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