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Início A Boa do Dia

Família adota menina de 18 anos. 56 anos depois, é revelado a monstruosidade por trás da adoção

Por Carol Guedes
11 de julho de 2017
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A escravidão no Brasil foi abolida por lei em 1888, mais tarde do que diversos outros países e até hoje, muitos anos depois, ainda é possível observar os reflexões que anos de tortura, opressão e maus-tratos a um povo que só desejava ser livre, causaram. No mundo todo, há histórias de irmãos, sobrinhos, netos e amigos de pessoas mantidas como escravas, muitas que não chegaram nem mesmo a vivenciar momentos de liberdade, apenas de opressão.

Um jornalista, Alex Tizon, ganhador do Pulitzer, escreveu por anos uma reportagem sobre alguém especial, que fez parte de sua família durante toda a vida. Quando Alex faleceu, aos 57 anos, o caso foi publicado pela revista The Atlantic e tocou o mundo.

Ele conta a história de Lola, uma filipina que foi mantida escrava por sua família por mais de 56 anos. Tudo começou quando seu avô, Tomas Asuncion, trouxe para dar de “prenda” para sua mãe uma moça de 18 anos, que ele prometeu aos pais que daria comida e moradia caso cuidasse de sua filha pequena, de 12 anos. Lola passou a cuidar de tudo, pois a avó de Alex havia morrido muito cedo de leucemia e seu avô era militar e passava pouco tempo em casa e quando estava, tratava Lola muito mal, chegando até mesmo a bater nela.

Anos depois, em 1950, quando a mãe de Alex se casou, levou Lola junto para Manila. Lá ela passou a cuidar do casal e dos filhos que vieram a ter, passando dias e noites em claro, lavando, passando e servindo. Como Alex mesmo fala na reportagem, eles “não a tinham com algemas mas era como se tivessem”, pois ela nunca recebeu nada pelos trabalhos e nunca teve dinheiro para voltar para sua casa.

Logo se mudaram para a América e novamente Lola foi junto. Dessa vez, com uma promessa de que receberia uma mesada e poderia ajudar seus familiares nas Filipinas. Mas, apesar de todos serem bem educados e continuarem os estudos no novo país, Lola não fazia nada disso e ainda era mantida escondida dos outros, principalmente por não ter o visto de legalidade no país. Mas lá, ela continuava cuidando de todos, como de Alex, que diz em sua matéria:

“Para mim, ela fazia mais o lugar de mãe do que a minha própria mãe — ou do que o meu pai. Era o rosto que via pela manhã e o último antes de adormecer. Quando comecei a esboçar palavras, balbuciei o seu nome (que de início pronunciava como “oh-ah”) muito antes de aprender a dizer “mãe” ou “pai”. Recusava-me a adormecer a não ser que fosse ao colo de Lola — ou pelo menos a saber que a tinha por perto.”

Segundo ele, Lola estava bem mais presente que seus próprios pais e no começo sabia que o que acontecia em sua casa não estava certo, mas foi só aos 11, 12 anos que entendeu que a mulher era mantida como escrava em sua própria casa, após palavras claras de seu irmão, que o mostrou o que de fato acontecia e ele não conseguia ver. Seus pais sempre a recriminavam pelas tarefas que não não estavam do agrado deles e até mesmo a culpavam pelo comportamento dos filhos, com agressões verbais e até físicas. Ainda de acordo com ele, a verdade é que todos tinham vergonha de ter Lola nessa condição – de ter uma escrava dentro de casa.

Os pais de Lola morreram e ela nunca pode voltar ao seu país de origem para vê-los. Não havia dinheiro, apenas promessas, mas como ela não podia partir, apenas ficava e se contentava em servir a família de Alex. Após um período de tempo, quando ele e seus irmãos já eram maiores, seu pai os deixou. Então ficaram os filhos, Lola e a mãe, que mal podia sustentá-los sozinha, então todos passaram por grandes dificuldades, mas Lola sempre ficava, ela nunca tentou fugir ou procurar ajuda – mal saia ou encontrava outras pessoas, ela não conhecia ninguém por lá, todos que conhecia estavam em terras mais longes. Quando Alex, um dia, lhe perguntou porque não tentava ir embora, ela respondeu: “E para onde iria eu?”.

Já formado e com a mãe falecida, Alex convidou Lola, agora com 75 anos, para morar com ele e viver mais tranquilamente. Ele sabia que não poderia retratar os anos de sofrimento que ela havia passado em sua família, mas queria ao menos retribuir de alguma maneira. Ele a mandou às Filipinas, para reencontrar sua família, mas todos ou já haviam falecido ou nem se lembravam dela, porque enquanto a vida passava por lá, Lola estava na casa de Alex trabalhando. Ela voltou pra casa dele e morreu de um ataque cardíaco aos 86 anos e o jornalista diz em sua reportagem o que a mulher representou em sua vida:

“Não sabia o que era egoísmo ou ambição. Foi o seu altruísmo que conquistou o nosso amor, a nossa lealdade e dedicação. Na minha imensa família, Lola alcançou um lugar sagrado.” No texto, ele fala que depois de 5 anos, levou as cinzas de Lola para seu local de origem, o vilarejo de onde tinha sido tirada aos 18 anos. Foi uma viajem de fato de despedida, quando foi recebido por todas as gerações de Lola, emocionados, lá ela foi finalmente livre.

E por mais triste que sua história seja, ao menos graças a Alex ela ganhou voz e todos puderam conhecer a lealdade e inocência de um ser humano que nada tinha de mal, mesmo com tudo lhe fizeram. Tocante, não é mesmo?Foto: The Atlantic/Cortesia família de Alex Tizon/Reprodução

Tags: compaixãohistórialealdaderelato

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