A Boa do Dia

Ela encontrou homem que conheceu em rede social e parou em hospital. Agora conta tudo e faz alerta

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Nós sabemos que algumas coisas terríveis acontecem no Brasil e isso de fato é muito triste. Alguns casos até parecem difíceis de acreditar e é terrível pensar que existem pessoas que são capazes de atitudes terríveis, como o agressor da advogada que você conhecerá nessa matéria.

Com 43 anos, Ana Lucia Keunecke se tornou advogada de direitos sexuais e reprodutivos das mulheres para defender pessoas que sofreram algum tipo de violência. Mas a carreira dela se mistura com sua própria história, isso porque ela foi estuprada três vezes durante sua vida, “Na primeira, aos 8 anos, fui abusada por um primo muito mais velho do que eu. Na segunda, aos 23, por um amigo que me deu carona saindo de uma festa. E agora, aos 43, por um homem que conheci pelo Tinder”, relata.

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Ela conta que depois de terminar um relacionamento de 19 anos, decidiu se aventurar na rede social de relacionamentos e conheceu um homem que mais tarde seria o pior de seus pesadelos. Mas nesse momento ele era um verdadeiro cavalheiro e por isso a advogada decidiu marcar um encontro em sua casa com este homem. Tudo estava perfeito até que ele ficou agressivo e abusou de Ana, que pouco pôde fazer.

Como se já não fosse o bastante, o homem disse que não tinha dinheiro e para se livrar daquilo de uma vez por todas, Ana Lucia deu algumas notas a ele.

Logo depois que aquele indivíduo saiu de sua casa, ela se vestiu e foi procurar um médico “Me vesti para ir ao Hospital Pérola Byington, referência no acolhimento de mulheres vítimas de violência sexual. Sabia que precisava ir ao Pérola fazer a profilaxia, procedimento que faço com todas as vítimas de violência sexual que ajudo”, explica.

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Depois de horas no hospital e diversos exames e vacinas, a mulher foi para casa com uma tristeza muito grande, mas feliz em saber que podia contas com algumas amigas e com seu ex-marido.

Depois de pensar bastante, a advogada decidiu não denunciar o caso, “Decidi não denunciar – eu também não tinha prova do meu não consentimento. Não tenho dúvidas de que seria acolhida por uma delegada ou uma promotora da rede, mas no julgamento, não vejo o que conseguiria. A justiça é patriarcal no Brasil”, comenta.

Ela ainda completa: “Ainda tenho prazo para fazer a denúncia, mas tenho receio. A pessoa tem o meu nome, meu endereço e prezo pela minha segurança. A questão da cultura do estupro não é o sexo, é o poder. Teve gente que me questionou se eu não deveria ter tomado mais cuidado. Que cuidado uma mulher pode tomar para não ser estuprada? Também fiquei surpresa em saber a quantidade de mulheres que já foram estupradas mais de uma vez. Assim como não sabia que a fase depois da profilaxia é um período difícil.”

Essa história é muito triste, mas é um verdadeiro alerta para todas as mulheres que se encontram com desconhecidos em locais que não são públicos e seguros.

Fotos: Reprodução Internet

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