As doenças cardiovasculares (DCVs) sempre foram associadas a pessoas mais velhas. No entanto, estudos recentes mostram um aumento preocupante de casos entre jovens adultos e até adolescentes. Fatores como sedentarismo, má alimentação, estresse e uso de substâncias têm contribuído para esse cenário. Neste artigo, desvendamos mitos e verdades sobre DCVs em jovens e apresentamos formas eficazes de prevenção.
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Doenças cardíacas não são exclusivas da terceira idade
As doenças cardiovasculares costumam ser associadas a pessoas com mais de 60 anos. No entanto, nos últimos anos, tem-se observado um crescimento preocupante de casos entre jovens adultos, adolescentes e até crianças. Estresse, alimentação inadequada, sedentarismo e uso de substâncias nocivas estão entre os principais fatores por trás dessa tendência.
Apesar disso, ainda persistem muitos equívocos sobre o assunto. Muita gente acredita que o coração jovem é naturalmente resistente a problemas sérios — o que pode atrasar diagnósticos e colocar vidas em risco. Neste artigo, vamos esclarecer os principais mitos e verdades sobre doenças cardíacas em pessoas jovens e mostrar como é possível preveni-las com atitudes práticas.
Mitos e verdades sobre doenças cardiovasculares em jovens
Jovens estão imunes a problemas cardíacos?
Mito. A ideia de que problemas do coração só afetam pessoas mais velhas já não reflete a realidade. Casos de infarto, arritmias e até insuficiência cardíaca têm sido diagnosticados em jovens com menos de 30 anos. Em muitos desses casos, há um histórico familiar, mas outros fatores — como sobrepeso, diabetes precoce e hipertensão não tratada — também contribuem significativamente.
Sintomas cardíacos em jovens são sempre claros?
Mito. Em adultos mais jovens, sinais de alerta como dores no peito nem sempre aparecem da forma clássica. É comum que os sintomas sejam confundidos com ansiedade, refluxo ou cansaço. Palpitações, tonturas, falta de ar e desconforto generalizado podem indicar uma condição cardíaca e não devem ser ignorados.
Colesterol alto só preocupa depois dos 40 anos?
Mito. O colesterol elevado em pessoas jovens é um fator de risco subestimado. Acúmulos de gordura nos vasos podem começar ainda na adolescência, comprometendo a saúde cardiovascular ao longo da vida. Identificar e tratar o problema precocemente é essencial para evitar complicações.
A herança genética é sempre a principal causa?
Mito. Ter histórico familiar de doenças cardíacas é um alerta, mas os hábitos de vida são igualmente — ou até mais — determinantes. A falta de exercícios, alimentação rica em gorduras saturadas, o uso de cigarro e bebidas alcoólicas em excesso contribuem diretamente para o risco cardiovascular em qualquer idade.
Principais fatores de risco para o coração jovem

Estilo de vida sedentário
O comportamento sedentário, cada vez mais comum entre adolescentes e jovens adultos, é um dos grandes vilões da saúde cardíaca. Passar muitas horas sentado, com pouco ou nenhum movimento físico regular, está ligado ao aumento do risco de pressão alta, diabetes tipo 2 e obesidade — todos fatores que afetam diretamente o sistema cardiovascular.
Alimentação rica em processados e gorduras ruins
Uma dieta com excesso de alimentos industrializados, frituras, refrigerantes e doces pode levar a um acúmulo precoce de gordura nas artérias, conhecido como aterosclerose. Essa condição reduz o fluxo sanguíneo e pode causar infartos mesmo em pessoas jovens.
Estresse e sobrecarga emocional
Jovens que enfrentam pressões constantes — seja por desempenho acadêmico, profissional ou nas redes sociais — estão sujeitos a altos níveis de estresse, o que afeta diretamente o ritmo cardíaco e os vasos sanguíneos. Em longo prazo, o estresse não tratado favorece doenças como hipertensão e arritmias.
Cigarro, álcool e drogas
O uso de substâncias, infelizmente comum entre jovens, representa um risco sério. A nicotina e o álcool afetam diretamente o funcionamento do coração. Já drogas como cocaína e anfetaminas podem causar efeitos cardiovasculares agudos e graves, como arritmias fatais e infartos fulminantes.
Doenças pré-existentes
Algumas condições crônicas também podem contribuir para o risco cardiovascular, mesmo quando diagnosticadas precocemente. Hipertensão, diabetes tipo 1 e doenças autoimunes exigem acompanhamento contínuo e controle rigoroso.
Prevenção: um compromisso que começa cedo
Hábito 1: Movimento é medicina
A prática de atividade física regular é uma das formas mais eficientes de proteger o coração. Caminhadas, natação, ciclismo ou musculação ajudam a controlar o peso, equilibrar os níveis de colesterol e fortalecer o sistema cardiovascular como um todo.
Para jovens, o ideal é realizar ao menos 150 minutos de atividade moderada por semana, divididos em sessões que se adaptem à rotina. Incluir movimento no dia a dia — como subir escadas ou caminhar até o trabalho — também faz diferença.
Hábito 2: Comer bem desde cedo
Alimentos naturais e ricos em fibras, como frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras, são aliados do coração. Evitar ultraprocessados e reduzir o consumo de sal e açúcar são passos fundamentais.
Uma dica prática é montar pratos coloridos e equilibrados, reduzindo o consumo de carne vermelha e preferindo azeite de oliva no lugar de óleos industrializados.
Hábito 3: Controle emocional como prevenção
Aprender a lidar com emoções, desenvolver resiliência e buscar apoio psicológico quando necessário são atitudes importantes para o equilíbrio emocional. Técnicas como mindfulness, respiração guiada e meditação vêm se mostrando eficazes no combate ao estresse crônico.
Hábito 4: Monitoramento médico
Mesmo que não apresente sintomas, o jovem deve fazer exames de rotina anualmente — principalmente se há histórico familiar de doenças cardíacas. Avaliações de pressão arterial, colesterol, glicemia e índice de massa corporal (IMC) são simples, mas valiosas para a detecção precoce de problemas.
O que fazer diante de sintomas suspeitos?
Nunca subestime o sinal de um corpo cansado. Caso haja dor no peito (mesmo leve), palpitações frequentes, desmaios, tontura ou falta de ar em repouso, é essencial procurar atendimento médico o quanto antes.
Em situações de emergência, o pronto-socorro deve ser acionado imediatamente. Jovens com sintomas agudos de infarto podem se beneficiar do tratamento precoce com medicamentos específicos, desde que o diagnóstico seja rápido.
Considerações finais: saúde cardíaca não tem idade
A ideia de que doenças cardiovasculares são exclusivas da terceira idade já não se sustenta. Os dados mais recentes mostram que o coração dos jovens está sob pressão — e não apenas emocional. A mudança de hábitos, a conscientização sobre os riscos e o acompanhamento médico preventivo são as melhores formas de reverter esse cenário.
Falar sobre saúde do coração com jovens é urgente. A prevenção começa com informação, passa por atitudes diárias e pode resultar em uma vida longa, saudável e cheia de energia. O futuro do coração está nas escolhas do presente.