Reajuste nas contas de luz gera impacto no bolso em 2025
O início de 2025 trouxe más notícias para milhões de brasileiros: a tarifa de energia elétrica subiu de forma significativa. Com novos reajustes aprovados pelas agências reguladoras, o custo da eletricidade está mais alto em diversas regiões do país. O aumento na conta de luz tem causas múltiplas, e seus efeitos atingem tanto famílias de baixa renda quanto empresas e produtores rurais.
O cenário acende o alerta para uma crise energética que se arrasta há anos, agravada por estiagens prolongadas, dependência de hidrelétricas e a necessidade de recorrer às usinas termelétricas, mais caras e poluentes.
Leia Mais:
Calendário de feriados 2025: veja quais serão os dias de folga no brasil
O que provocou o aumento da conta de luz em 2025?
Menor volume de chuvas e baixa nos reservatórios
O Brasil ainda tem forte dependência da geração hidrelétrica de energia, que representa a maior parte da matriz energética do país. Com a estiagem registrada nos últimos trimestres, os reservatórios das principais usinas estão operando com níveis abaixo do ideal, o que obrigou o governo a acionar termelétricas — uma alternativa mais cara e menos sustentável.
Esse cenário climático adverso, somado à alta nos custos de operação e manutenção do sistema elétrico, elevou os valores repassados aos consumidores nas faturas de energia.
Aplicação das bandeiras tarifárias
Criado para indicar os custos reais de geração de energia, o sistema de bandeiras tarifárias segue impactando diretamente o valor das contas. Em períodos críticos, como os enfrentados em 2025, a bandeira vermelha tem sido frequentemente acionada, principalmente no patamar 2, que é o mais oneroso.
As cores funcionam da seguinte forma:
- Verde: condições favoráveis, sem acréscimos
- Amarela: situação de alerta, com acréscimo moderado
- Vermelha – patamar 1 e 2: geração mais cara, com taxa extra na conta
Com a continuidade da seca, os consumidores vêm enfrentando períodos prolongados sob bandeira vermelha, o que resulta em contas significativamente mais altas.
Reajustes regionais autorizados pela ANEEL
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é responsável por revisar e aprovar os reajustes nas tarifas de energia das concessionárias em todo o país. Em 2025, os índices autorizados variaram bastante, com aumentos que chegaram a ultrapassar os 15% em algumas regiões.
Exemplos de aumentos nas distribuidoras:
- Distribuidora A (Centro-Oeste): alta de 12,4%
- Distribuidora B (Nordeste): reajuste de 14,9%
- Distribuidora C (Sudeste): aumento médio de 11,7%
Essas variações consideram fatores como inflação, investimentos em infraestrutura elétrica, custos com encargos e mudanças na demanda regional.
Quem é mais afetado pelo aumento da energia?

Famílias de baixa renda
Para famílias de menor poder aquisitivo, o reajuste é sentido de maneira mais severa. Muitas delas comprometem boa parte do orçamento mensal com despesas fixas, sendo a conta de luz uma das mais pesadas. Apesar da existência da Tarifa Social, que garante desconto para beneficiários do CadÚnico, nem todos os elegíveis estão inscritos ou recebem o benefício.
Pequenos negócios e comércios
Lojas, padarias, salões de beleza e demais pequenos negócios também sofrem impactos significativos com a elevação dos custos de energia, especialmente quando dependem de aparelhos elétricos para suas operações. O aumento nas despesas pode levar à redução de horas de funcionamento, aumento de preços e até fechamento de estabelecimentos.
Agricultura e zona rural
A atividade no campo depende de eletricidade para diversas etapas da produção, como irrigação, armazenamento e resfriamento. Com a elevação dos custos, produtores enfrentam maiores dificuldades para manter a competitividade, o que pode afetar a oferta e o preço dos alimentos.
O que o governo tem feito para tentar amenizar a situação?
Ampliação da Tarifa Social
O Ministério de Minas e Energia anunciou, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, medidas para facilitar o acesso à Tarifa Social, que oferece descontos de até 65% na fatura. A proposta é ampliar a identificação automática dos beneficiários através do cruzamento de dados do CadÚnico com os sistemas das distribuidoras.
Estímulo às energias renováveis
Uma das principais estratégias para reduzir a pressão sobre o sistema elétrico tradicional tem sido o incentivo à geração de energia solar e eólica. Diversos programas de financiamento, com juros baixos, têm sido oferecidos por bancos públicos para instalação de painéis solares em residências, comércios e propriedades rurais.
Leilões de energia limpa
O governo também realizou novos leilões de compra de energia de fontes renováveis, com contratos de longo prazo que ajudarão a diversificar a matriz elétrica brasileira e reduzir os riscos de crise nos próximos anos.
Dicas para economizar energia elétrica em 2025
Diante da alta nos preços, medidas de consumo consciente se tornaram ainda mais importantes. Abaixo, algumas dicas que podem fazer a diferença no final do mês:
Iluminação e eletrodomésticos
- Substitua lâmpadas incandescentes por modelos LED.
- Desligue aparelhos da tomada quando não estiverem sendo usados.
- Utilize a função “econômica” da geladeira e mantenha a borracha de vedação em bom estado.
Banho e chuveiro
- Reduza o tempo de banho.
- Mantenha o chuveiro na posição “verão” sempre que possível.
Organização e rotina
- Aproveite ao máximo a luz natural durante o dia.
- Programe o uso de aparelhos como máquinas de lavar e ferro elétrico para horários fora de pico.
Energia solar como alternativa
Quem tem possibilidade de investir pode considerar sistemas de geração de energia solar. Apesar do custo inicial, o retorno financeiro ocorre em poucos anos, e a economia pode ultrapassar 60% na conta de luz mensal.
Especialistas alertam para crise estrutural
Segundo especialistas do setor elétrico, o Brasil precisa ir além das medidas emergenciais e buscar soluções estruturais para garantir energia barata e de qualidade a médio e longo prazo.
“Não é mais possível depender majoritariamente da chuva. Precisamos diversificar a matriz com mais força e investir em armazenamento, redes inteligentes e modernização do sistema”, destaca a engenheira elétrica Fabiana Salles, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais.
O que esperar para os próximos meses?
As previsões climáticas apontam que a situação dos reservatórios não deve melhorar significativamente no primeiro semestre, o que indica a possibilidade de manutenção da bandeira vermelha. A expectativa é de novos ajustes tarifários ao longo do ano, caso a geração continue pressionada.
Para os consumidores, o caminho é adotar medidas de economia e ficar atentos às oportunidades de desconto, como os programas de benefício social e os incentivos à energia renovável.