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Claudia Alencar relata todos os abusos que sofreu durante a sua vida, inclusive pelo pai e por um ex-namorado

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Claudia Alencar é atriz, poetisa, artista plástica e escritora. Bacharel em artes cênicas, Claudia Alencar, além de ter lecionado durante cinco anos, também já participou atuando em mais de 23 peças teatrais e em 32 trabalhos para a televisão, entre elas, 8 longa-metragens.

Nascida em 1950, a atriz vivenciou momentos desesperadores em uma época de muita repressão. E, recentemente, abriu seu coração para contar todas as violências sofridas por ela durante a juventude.

Durante a ditadura militar que aconteceu no Brasil, a atriz – que tinha 22 anos na época – revela ter sido foi presa, torturada e estuprada. O motivo? Sua participação em um grupo de teatro clandestino que realizava peças teatrais contra a censura e fazendo denúncias às torturas feitas durante regime militar.

“Nós tínhamos um grupo de teatro clandestino que queria mudar o País para melhor. Eu estava lecionando na escola Osvaldo Aranha, no Brooklin, quando os militares chegaram. Me prenderam com metralhadora, colocaram um capuz preto na cabeça e me jogaram no camburão. Fiquei presa durante 20 dias”, desabafou ela, de acordo com o site O Sul.

Claudia também revela que só saiu viva dessa situação porque tinha um tio que era general e tinha certa influência sobre os militares que a haviam prendido. Apesar disso, o que ela passou durante esses 20 dias foi realmente aterrorizante.

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“Eles mostravam diversas fotos para que a gente entregasse as outras pessoas do grupo. Colocavam no pau-de-arara, davam choque e chegaram a me estuprar”, conta ela.

Além de todos os traumas vividos durante a ditadura militar, Claudia revela que a violência já esteve presente em sua vida muito antes, em situações que ninguém imaginava.

A atriz também já havia sido violentada pelo próprio pai durante a adolescência, sobre isso, ela explica: “Ele tinha distúrbios mentais, transtornos. Era muito violento, apesar de ser um sociólogo, um intelectual. Meu pai também foi preso durante o governo de Getúlio Vargas e em 1964, além de ter sido alijado pela família. Acho que isso fez com que ele agisse como agiu. É a desculpa que encontro para ele, porque já perdoei, mas não esqueci”, explicou.

Além disso, quando mais jovem, ela sofreu nas mãos de um ex-namorado que não aceitava o fim do relacionamento. Com relação à esse abuso, ela disse: “Eu chegava com o olho roxo no trabalho, mas dizia que havia caído da escada. Graças a ajuda de uma psicóloga consegui me livrar dele”.

Infelizmente, a atriz passou por muitos momentos difíceis em sua vida, mas nunca deixou de brilhar e expressar nos palcos toda sua revolta e toda a dor de sentia. A arte também é uma maneira de educar e levar a justiça à todas as pessoas.

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Imagens: reprodução

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