É um marco para o cinema brasileiro
Todos os dias somos bombardeados com notícias tristes e que mostram que o racismo ainda é muito presente no Brasil. Para você ter ideia, de dez homens que são assassinados, sete são negros. Essa estatística absurda ajuda a explicar o que está acontecendo em nosso país. Mas essa situação não abrange apenas os homicídios, basta olharmos a cultura. Para você ter ideia, segundo a Ancine, Agência Nacional do Cinema, dos 142 longas-metragens brasileiros lançados em 2016 nos cinemas, 75,4% são comandados por diretores brancos, 19,7% por mulheres brancas e 2,1% por homens negros. Mas e as mulheres negras?
No ano em questão nenhum filme foi dirigido por mulheres negras. E isso não é uma exclusividade do ano de 2016. Apenas duas mulheres já tiveram esta experiência, Adélia Sampaio com o filme Amor Maldito, em 1984, e Camila de Moraes, com O Caso do Homem Errado, que será lançado no próximo dia 22 de Março, em Porto Alegre. Este é um verdadeiro marco para o cinema, já que depois de tantos anos, uma mulher negra volta a ter uma importância tão grande em uma produção.
O longa documentário conta a história de Júlio Cesar de Melo Pinto, um homem negro que foi morto por policiais em Porto Alegre, em 1987. O ano pode parecer um pouco distante, mas o contexto é muito atual. Um dado do escritório brasileiro da ONU revela que negros têm 12 vezes mais chances de serem assassinados no Brasil do que os brancos e pardos.

Mas lançar o filme não foi nada fácil. Camila de Moraes conta que foi muito difícil conseguir recursos para a produção do longa. O projeto começou em 2010 em parceria com uma produtora de cinema e só foi concluído recentemente.
Veja o trailer do filme abaixo:

E aí, gostou? Vale a pena conferir!
Fotos: Reprodução Internet
Fonte: G1












