Durante apresentação no Prêmio Multishow, realizado na Arena da Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a cantora Anitta deu um verdadeiro show. Mas o destaque da apresentação não se resumiu a seus hits. O espetáculo contou com um marcante balé de inclusão. Dentre os dançarinos estavam uma dona de casa, um modelo plus size, um rapaz com síndrome de Down, uma cadeirante e uma atleta paralímpica de natação.
Dentre os participantes do balé da Poderosa estava Camille Rodrigues. Em 2016, a atleta paralímpica participou da Paralimpíada do Rio de Janeiro. E tendo como um de seus sonhos dividir o palco com a cantora, Camille pôde, enfim, realizá-lo.
Mesmo após amputar uma das pernas aos 3 anos de idade, a esportista nunca deixou de lado o gosto pela dança. E seu talento e desenvoltura com a prótese impressionou Anitta: “Fiquei impressionada. Incrível a facilidade, mobilidade. Para mim, é uma coisa que seria muito difícil. Isso passa uma força… Quando o público olha isso no palco, te passa tudo, uma energia boa, te passa força!”, disse a cantora em entrevista à TV Globo.

“Encarreguei a minha coreógrafa (da escolha de Camille para o balé), eu tinha essa vontade. Queria mostrar que era possível ter todo tipo de gente fazendo todo tipo de trabalho. Para o Prêmio, eu quis expandir isso: ‘Eu quero o balé mais diferenciado que você conseguir: eu quero idosos, quero anão, quero pessoas com deficiência. Quero tudo’. Eu já conhecida vídeos dela. Minha coreógrafa comentou dela: ‘Lembra daquela menina?’. Eu falei: ‘Chama ela’. Eu achei incrível. Era a mensagem que eu queria passar, o que eu sonhei. A mensagem que eu quero passar é: ‘eu não estou ajudando ninguém’. Eles me dão irreverência, um palco lindo, uma mensagem, é tudo”, ressaltou Anitta.

Camille, que atua pelo Vasco da Gama, não segurou a emoção ao falar sobre a participação no show da funkeira: “Sempre fui fã da Anitta e sempre postei muitos vídeos com as músicas dela. Quando soube, falei: ‘Ai, meu Jesus Cristo, não pode ser’. Minha mãe falou: ‘Não pode ser verdade’. la ficou muito feliz. Se eu não viesse deficiente, acho que muitas coisas na minha vida não teriam acontecido. Hoje eu sou recordista brasileira, fiz parte do balé da Anitta, já conheci vários países. Meu pais falam que sou muito corajosa e que tem medo das minhas atitudes, porque eu não tenho medo de me jogar. Eu me jogo”, disse à Globo.
A atleta, que iniciou no esporte aos 13 anos, tem seis marcas nacionais nas provas 50m livre, 100m livre, 100m borboleta, 100m costa e 400m livre, conta com mais de 190 mil seguidores em seu Instagram e faz sucesso com seus vídeos de dança. “Eu postei um vídeo na internet. Fez sucesso, as pessoas gostam. Quando não boto, pedem. O sentimento que eu tenho é liberdade quando eu estou dançando. Muitas pessoas acham que deficiente não pode ser bailarino. Na verdade, todo mundo pode dançar. A proposta é essa: liberdade, você sentir, se expressar. A “Paradinha”, que todos nós entramos, é a inclusão. Nunca pensei que eu ia dividir uma hora um palco com ela”, revelou.