O Oscar, maior premiação do cinema mundial, pode ganhar uma nova “casa” na próxima década. O YouTube iniciou conversas com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas sobre a possibilidade de assumir os direitos de transmissão do evento a partir de 2029. O contrato atual pertence à ABC, emissora ligada ao grupo Disney, e está assegurado até 2028. O movimento sinaliza um possível marco na história do entretenimento, aproximando a cerimônia do universo digital e de novas formas de engajamento com o público.
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A importância da disputa pelos direitos
O que está em jogo
A definição de quem transmitirá o Oscar não é apenas uma questão de televisão versus streaming. Trata-se de um debate sobre o futuro dos grandes eventos ao vivo em uma era de consumo fragmentado. O vencedor da disputa terá a missão de provar que a cerimônia ainda é capaz de atrair audiência massiva, gerar conversas globais e manter relevância em meio a novos formatos de mídia.
O papel do YouTube
Caso assuma os direitos, o YouTube poderá explorar sua experiência em transmissões digitais e engajamento interativo. A plataforma tem a vantagem de alcançar tanto espectadores ocasionais quanto comunidades específicas de criadores e fãs, que poderiam ser integradas à cobertura em tempo real.
O contrato atual com a ABC
Um vínculo histórico
A ABC mantém os direitos de transmissão do Oscar nos Estados Unidos há décadas e, em 2016, prorrogou o acordo até 2028. Essa parceria é vista como estratégica tanto para a emissora, que garante um evento de prestígio anual, quanto para a Academia, que mantém visibilidade em TV aberta.
O que muda em 2029
Com o fim do contrato, a disputa fica aberta. Além do YouTube, outros gigantes da mídia e do streaming devem participar das negociações, como Netflix, Amazon e NBCUniversal. Todos enxergam no Oscar a oportunidade de reforçar seu catálogo de transmissões ao vivo e atrair novos assinantes ou anunciantes.
A estratégia do YouTube

Interatividade como diferencial
Um dos pontos que o YouTube pretende destacar é a possibilidade de oferecer uma experiência mais interativa. O público poderia votar em tempo real em categorias populares, participar de enquetes, acompanhar bastidores exclusivos e até interagir com criadores convidados durante a transmissão.
Publicidade segmentada
Enquanto a TV aberta exibe comerciais lineares, o YouTube tem capacidade de entregar anúncios personalizados conforme o perfil do espectador. Isso pode ampliar a receita publicitária e tornar o evento mais atraente para marcas que buscam eficiência digital.
Experiência prévia com grandes eventos
O YouTube já transmite, por meio do YouTube TV, competições esportivas como o NFL Sunday Ticket, experiência que mostra sua capacidade de lidar com picos de audiência e eventos de grande escala. Esse histórico fortalece a candidatura da plataforma para assumir um dos prêmios mais assistidos do mundo.
O futuro da cerimônia
Desafios da audiência
O Oscar vem enfrentando queda de audiência nos últimos anos, especialmente entre os mais jovens. A migração para o digital pode ser uma forma de reconquistar esse público, aproximando a marca de novas linguagens e formatos.
Apostas no engajamento global
Com o YouTube, a premiação teria potencial de atingir uma audiência global simultaneamente, sem depender de diferentes emissoras em cada país. Isso ampliaria a relevância internacional da cerimônia e poderia criar uma experiência verdadeiramente mundial.
Concorrência no mercado
Players interessados
Além do YouTube, empresas como Netflix, Amazon Prime Video e NBCUniversal também estudam disputar os direitos do Oscar. Cada uma tem seus diferenciais: a Netflix, por exemplo, já é produtora de filmes indicados e vencedores; a Amazon aposta no Prime Video como pilar estratégico; e a NBCUniversal pode oferecer tanto a TV aberta quanto o streaming Peacock.
O fator tradição
Apesar das novidades, a ABC ainda pode lutar para renovar o contrato. O peso da tradição e a visibilidade da TV aberta seguem sendo argumentos fortes em uma negociação que envolve prestígio e impacto cultural.
Considerações finais
A entrada do YouTube na corrida pelos direitos do Oscar abre um novo capítulo na história da premiação. Caso se confirme, a mudança representará não apenas a troca de uma emissora por uma plataforma digital, mas uma transformação profunda na forma como o público se conecta com o evento. A expectativa é de que a partir de 2029 a cerimônia possa se reinventar, explorando interatividade, engajamento global e novas fontes de receita.
Mais do que nunca, o futuro do Oscar está em disputa — e a decisão pode redefinir o papel dos grandes eventos ao vivo na era digital.













