Criminosos digitais criam identidade falsa e oferecem vagas inexistentes em nome da empresa de tecnologia
Mensagens que prometem empregos atrativos na Meta, empresa de Mark Zuckerberg, têm circulado com intensidade pelo WhatsApp. O conteúdo, porém, não passa de uma fraude bem elaborada, que usa o nome e a imagem do CEO da gigante de tecnologia para enganar vítimas em busca de oportunidades profissionais.
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A fraude começa com o envio de mensagens via WhatsApp supostamente assinadas por Mark Zuckerberg ou por alguém em nome da Meta. Os golpistas afirmam que a pessoa foi “selecionada” para participar de um processo seletivo exclusivo para vagas na empresa — muitas vezes, com promessas de salários altos, trabalho remoto e benefícios chamativos.
Links suspeitos e formulários falsos
As mensagens contêm links que direcionam a vítima para páginas fraudulentas, geralmente com formulários que solicitam dados pessoais, como nome completo, CPF, endereço, dados bancários e até cópia de documentos. O objetivo é roubar essas informações para uso em fraudes, ou até para aplicar outros golpes financeiros, como abertura de contas e empréstimos no nome da vítima.
Por que o golpe tem funcionado
Apelo à autoridade e popularidade de Zuckerberg
Ao usar a imagem de Mark Zuckerberg, os golpistas se aproveitam da credibilidade associada ao nome do fundador do Facebook e da Meta. Isso gera uma sensação de legitimidade nas vítimas, especialmente quando a mensagem está escrita em um português formal ou com aparência profissional.
Aproveitamento da busca por emprego
Em um cenário de alto desemprego ou instabilidade econômica, ofertas de emprego — principalmente aquelas que prometem salários altos com pouca exigência — são extremamente atrativas. Essa vulnerabilidade emocional é explorada pelos criminosos.
O que diz a Meta
A empresa Meta, controladora de plataformas como Facebook, WhatsApp e Instagram, não realiza processos seletivos por WhatsApp nem envia mensagens diretas via aplicativos de mensagens para recrutamento. Todas as vagas reais da empresa são divulgadas por canais oficiais, como o site de carreiras da própria Meta.
Como identificar que é um golpe
Promessas fora da realidade
Ofertas muito boas para serem verdade, como salários extremamente altos, admissão imediata ou contratação sem entrevista, devem levantar suspeitas.
Links encurtados ou estranhos
Desconfie de links com domínios suspeitos ou encurtados (como “bit.ly” ou semelhantes). Golpes muitas vezes usam esses meios para esconder o destino real do clique.
Pressa e urgência
Mensagens que exigem respostas imediatas ou que afirmam que “há poucas vagas” costumam usar o senso de urgência para que a vítima não pense muito antes de agir.
Solicitação de dados pessoais sensíveis
Empresas sérias não pedem CPF, número de conta bancária ou fotos de documentos por WhatsApp. Se o processo começa assim, é quase certo que se trata de golpe.
Possíveis consequências para as vítimas

Roubo de identidade
Os dados coletados podem ser usados para abrir contas, fazer empréstimos ou compras em nome da vítima.
Perda financeira direta
Em alguns casos, os golpistas pedem depósitos “adiantados” sob pretexto de exames admissionais, uniformes ou treinamentos — valores que nunca são devolvidos.
Exposição a outros crimes
Com os dados em mãos, criminosos podem vender as informações em fóruns da deep web, ampliando o alcance do prejuízo.
O que fazer se você foi vítima
Registre um boletim de ocorrência
Vá até uma delegacia ou use plataformas digitais da Polícia Civil para registrar o crime. Isso é importante para proteger seus dados e ter provas legais.
Altere senhas e notifique instituições financeiras
Caso tenha fornecido dados bancários ou usado algum login pessoal, altere imediatamente as senhas. Também é recomendável avisar seu banco.
Consulte seu CPF
Use canais oficiais para verificar se houve movimentações suspeitas em seu CPF, como novos contratos, financiamentos ou contas abertas.
Como se proteger contra golpes no WhatsApp
Ative a verificação em duas etapas
No próprio WhatsApp, habilite a verificação em duas etapas para proteger sua conta de invasões.
Mantenha o celular e os aplicativos atualizados
Atualizações frequentes ajudam a corrigir falhas de segurança e proteger contra malwares.
Desconfie de qualquer mensagem não solicitada
Mesmo que pareça legítima, desconfie de qualquer abordagem que envolva promessas, brindes ou contratações inesperadas.
Golpes semelhantes continuam se multiplicando
A fraude envolvendo o nome da Meta é apenas mais um exemplo de uma prática cada vez mais comum: o uso de grandes marcas para aplicar golpes online. Empresas como Amazon, Nubank, Caixa Econômica e Mercado Livre também já tiveram seus nomes usados em fraudes semelhantes.
A sofisticação dos criminosos aumenta com o tempo. Sites falsos cada vez mais parecidos com os originais e mensagens bem escritas dificultam a identificação do golpe, tornando ainda mais necessário o cuidado com informações pessoais e a verificação de qualquer oferta recebida.
A responsabilidade das plataformas
Embora o WhatsApp tenha políticas contra atividades fraudulentas e canais para denúncia, muitos golpes ainda circulam livremente pela plataforma. A Meta afirma que investe em recursos de inteligência artificial e em moderação de conteúdo, mas especialistas apontam que a atuação ainda é insuficiente para conter a disseminação de fraudes.
Considerações finais
Golpes que envolvem falsas propostas de emprego na Meta, utilizando a imagem de Mark Zuckerberg, representam mais um capítulo na longa lista de fraudes digitais que circulam pelo WhatsApp. A população precisa estar atenta, desconfiar de promessas mirabolantes e, sempre que possível, verificar a veracidade das informações por meio de canais oficiais.
Mais do que nunca, segurança digital é uma necessidade do dia a dia. Ao entender como esses golpes funcionam e compartilhar esse conhecimento, todos podemos contribuir para um ambiente digital mais seguro.













