Por que a vitamina D é fundamental
Conhecida como “vitamina do sol”, a vitamina D desempenha papel decisivo na saúde óssea, no equilíbrio muscular e até na regulação do sistema imunológico. Ainda assim, a deficiência desse nutriente tornou-se comum em diversas populações, em parte pelo estilo de vida mais urbano, pela baixa exposição solar e por mudanças alimentares.
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O que significa ter vitamina D baixa
A dosagem mais usada para avaliar os estoques é a 25-hidroxivitamina D [25(OH)D]. Em geral, valores acima de 20 ng/mL já são suficientes para manter a saúde dos ossos, enquanto concentrações abaixo de 12 ng/mL indicam deficiência clara, com risco de problemas como osteomalácia em adultos e raquitismo em crianças. Por outro lado, níveis acima de 50 ng/mL podem ser perigosos, aumentando o risco de efeitos tóxicos.
Atualização das recomendações médicas
Diretrizes recentes de sociedades de endocrinologia destacam que adultos saudáveis, sem fatores de risco, não precisam de exames de rotina para medir vitamina D. O foco deve ser voltado a pessoas com sinais clínicos sugestivos, histórico de doenças ósseas ou condições que afetam a absorção do nutriente.
Principais sinais e sintomas da deficiência
Alterações musculoesqueléticas
- Dor óssea persistente, em especial nas costas, quadris ou pernas.
- Dificuldade para subir escadas ou levantar de cadeiras, por fraqueza muscular.
- Cãibras recorrentes e sensação de rigidez.
- Maior chance de quedas e fraturas mesmo após traumas leves.
Sintomas gerais e inespecíficos
- Fadiga que não melhora com o descanso.
- Desconforto difuso em articulações.
- Baixa resistência física em tarefas rotineiras.
- Alterações de humor, com tendência a tristeza ou irritabilidade.
- Sono irregular.
Manifestações em crianças
- Atraso no crescimento.
- Deformidades ósseas típicas do raquitismo.
- Atraso na erupção dos dentes ou alterações no esmalte.
- Dor nas pernas e maior fragilidade óssea.
Quem tem maior probabilidade de desenvolver deficiência
- Pessoas que passam longos períodos em ambientes fechados ou pouco ensolarados.
- Indivíduos com pele mais escura vivendo em regiões de baixa radiação solar.
- Idosos, que produzem menos vitamina D pela pele.
- Gestantes, lactantes e recém-nascidos que não recebem suplementação.
- Pacientes com doenças crônicas do fígado, rins ou intestino.
- Pessoas que usam medicamentos que interferem no metabolismo da vitamina D, como alguns anticonvulsivantes e corticoides.
- Quem convive com obesidade, já que parte da vitamina fica retida no tecido adiposo.
Quando vale a pena investigar
A dosagem da 25(OH)D é indicada em casos de:
- Sintomas musculoesqueléticos compatíveis.
- Histórico de quedas e fraturas frequentes.
- Diagnóstico de osteoporose ou osteomalácia.
- Doenças que comprometem absorção de nutrientes.
- Planejamento de tratamento com medicamentos que interferem no metabolismo do cálcio.
Como manter níveis adequados

Ingestão recomendada
Adultos até 70 anos devem consumir em torno de 600 UI por dia; após essa idade, a recomendação sobe para 800 UI diárias. O limite máximo seguro é de 4.000 UI/dia, salvo prescrição médica em casos específicos.
Fontes alimentares
- Peixes gordurosos como salmão, sardinha e cavala.
- Gema de ovo.
- Laticínios e alimentos enriquecidos.
- Óleo de fígado de peixe (com cautela para evitar excesso).
Luz solar de forma responsável
A exposição ao sol continua sendo a forma mais eficiente de ativar a vitamina D na pele. Alguns minutos por dia já são suficientes, mas deve-se sempre equilibrar esse hábito com a proteção contra os danos da radiação ultravioleta, que aumentam o risco de câncer de pele.
Suplementação
Pode ser indicada para grupos de risco ou quando o exame confirma níveis baixos. Em situações de deficiência grave, o médico pode recomendar doses maiores por períodos curtos, seguidos de manutenção. Automedicar-se com megadoses é perigoso e deve ser evitado.
Riscos do excesso
A suplementação sem acompanhamento pode levar à hipervitaminose D, que provoca aumento excessivo de cálcio no sangue, causando náuseas, vômitos, fraqueza, pedras nos rins e até insuficiência renal.
Passos práticos para prevenção
Observe sinais do corpo
Fique atento a dores ósseas frequentes, fraqueza muscular e fadiga persistente, especialmente se fizer parte de algum grupo de risco.
Ajuste sua rotina
Se você passa muito tempo em ambientes fechados, considere pequenas pausas para exposição solar moderada e inclua alimentos ricos em vitamina D no cardápio.
Consulte seu médico
Em caso de sintomas suspeitos ou histórico de risco, procure orientação médica. O exame de sangue pode confirmar a necessidade de suplementação e indicar a dose correta.
Evite automedicação
Tomar vitamina D sem recomendação pode trazer mais riscos do que benefícios. Suplementos só devem ser usados com indicação profissional.
Considerações finais
A deficiência de vitamina D é um problema comum, mas que pode ser identificado e tratado de forma simples. Os sinais mais característicos estão ligados à saúde óssea e muscular, embora sintomas inespecíficos também possam aparecer. Manter uma rotina equilibrada, com dieta adequada, exposição solar responsável e acompanhamento médico, é o caminho para garantir níveis ideais. Tanto a falta quanto o excesso oferecem riscos, por isso o segredo está no equilíbrio.













