Novo golpe digital preocupa usuários do WhatsApp
Um alerta recente emitido por especialistas em cibersegurança revelou a descoberta de um vírus altamente perigoso, apelidado de Maverick, que tem se espalhado rapidamente entre usuários do WhatsApp Web. O programa malicioso é capaz de roubar senhas, capturar telas e até controlar o computador da vítima remotamente.
A ameaça foi identificada pela equipe da Kaspersky, que registrou mais de 60 mil tentativas de infecção apenas no Brasil em outubro de 2025. O foco principal do ataque são usuários de bancos e corretoras de criptomoedas, o que reforça o caráter financeiro da fraude.
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Como o vírus se espalha
O golpe começa de maneira simples, mas eficiente. As vítimas recebem pelo WhatsApp um arquivo compactado (.zip) com um atalho malicioso (.lnk). O conteúdo aparenta ser inofensivo — muitas vezes enviado por um contato conhecido, o que aumenta a credibilidade da mensagem.
Ao abrir o arquivo, o vírus se instala no computador e passa a atuar silenciosamente, sem deixar rastros visíveis. Ele verifica automaticamente se o sistema está configurado para o Brasil, analisando idioma, fuso horário e formato de data. Caso essas condições sejam confirmadas, o Maverick começa a operar e a coletar dados sensíveis.
O mais alarmante é que o vírus atua apenas em computadores, explorando brechas de segurança no WhatsApp Web, e não afeta diretamente os celulares.
Um trojan bancário de nova geração
De acordo com análises técnicas, o Maverick compartilha características com outro trojan bancário identificado em 2024, conhecido como Coyote. A nova versão, no entanto, é muito mais sofisticada.
Segundo o analista de ameaças Anderson Leite, da Kaspersky, o Maverick representa uma evolução perigosa: “Esse malware consegue se reproduzir automaticamente via WhatsApp Web, enviando cópias de si mesmo para outros contatos, o que o transforma em uma das ameaças mais complexas já vistas no país”.
O que o vírus faz depois de instalado
Uma vez ativo, o Maverick dá início a uma série de ações invasivas no computador infectado. Ele coleta informações bancárias, acessa senhas digitadas, grava o teclado e tira capturas de tela em tempo real.
O malware também monitora transações financeiras e consegue interceptar dados de login em bancos e plataformas de investimento. Além disso, utiliza o próprio WhatsApp Web da vítima para enviar novos arquivos infectados a outros contatos, ampliando sua rede de disseminação.
Alvos preferenciais: bancos e criptomoedas
O foco do Maverick são instituições financeiras brasileiras. O relatório da Kaspersky aponta que o vírus monitora acessos a 26 bancos e seis corretoras de criptomoedas, com o objetivo de roubar senhas e desviar valores.
Os criminosos por trás da operação utilizam as informações capturadas para acessar contas, realizar transferências fraudulentas e até lavar dinheiro. A sofisticação do código torna o ataque difícil de detectar, especialmente porque o vírus funciona diretamente na memória do computador, sem deixar arquivos aparentes.
Como o golpe se tornou tão eficaz

O sucesso do Maverick se deve à combinação de engenharia social com tecnologia avançada. O envio do arquivo via WhatsApp explora a confiança entre contatos, enquanto o código do vírus evita ser identificado por antivírus comuns.
Diferente dos golpes antigos, que dependiam de links falsos, o Maverick atua diretamente no aplicativo de mensagens, atingindo tanto usuários domésticos quanto ambientes corporativos. Isso amplia o potencial de danos, já que muitas empresas utilizam o WhatsApp Web em computadores compartilhados.
Medidas de proteção contra o Maverick
Especialistas reforçam que o usuário é a primeira linha de defesa contra golpes digitais. Veja as recomendações principais:
Desconfie de anexos e mensagens inesperadas
Não abra arquivos .zip ou atalhos .lnk, mesmo que pareçam enviados por conhecidos. O golpe se espalha justamente porque se aproveita da confiança entre contatos.
Ative a autenticação em dois fatores
A verificação em duas etapas no WhatsApp e nas contas bancárias impede que criminosos acessem suas informações mesmo que consigam suas senhas.
Use um antivírus atualizado
Softwares de proteção reconhecidos são capazes de detectar comportamentos suspeitos e bloquear a ação do malware antes que ele cause danos.
Evite o WhatsApp Web em computadores públicos
Máquinas de uso coletivo podem conter vírus instalados. Prefira utilizar o aplicativo apenas em dispositivos pessoais e protegidos.
Cuidado com mensagens urgentes ou com erros de digitação
Textos com apelos emocionais, erros gramaticais ou promessas de prêmios são um sinal clássico de golpe.
O que fazer se o computador for infectado
Caso desconfie que seu computador foi comprometido, siga as etapas abaixo:
- Desconecte o WhatsApp Web de todos os dispositivos.
- Execute uma varredura completa com antivírus atualizado.
- Altere imediatamente suas senhas, principalmente de e-mails e bancos.
- Notifique o banco sobre possíveis acessos indevidos.
- Se o problema persistir, considere formatar o computador para eliminar completamente o malware.
Por que o Brasil é um dos principais alvos
O Brasil é o país com maior número de golpes digitais da América Latina, segundo relatórios de segurança. O uso massivo do WhatsApp — com mais de 150 milhões de usuários ativos — torna o país especialmente vulnerável a ataques desse tipo.
A combinação entre popularidade do aplicativo e falta de cuidado com segurança cria o cenário ideal para a atuação de grupos de cibercriminosos.
A importância da educação digital
Casos como o do Maverick mostram que a informação é a melhor forma de defesa. Saber identificar comportamentos suspeitos e adotar boas práticas digitais é essencial para evitar prejuízos.
Empresas e órgãos públicos também têm investido em inteligência artificial e monitoramento em tempo real, mas a segurança começa no comportamento individual: desconfiar, verificar e não clicar impulsivamente são atitudes que fazem diferença.
Considerações finais
O Maverick é um dos vírus mais perigosos já identificados no Brasil em 2025. Ao se espalhar pelo WhatsApp Web, ele transforma uma ferramenta de comunicação cotidiana em um vetor de roubo de dados e senhas.
A boa notícia é que a prevenção ainda é possível. Com atenção redobrada e medidas simples — como evitar abrir anexos desconhecidos, manter o antivírus ativo e usar autenticação em dois fatores — é possível reduzir significativamente os riscos.
Proteger-se online é, hoje, tão importante quanto proteger o próprio dinheiro. A vigilância digital se tornou parte essencial da vida moderna, e o caso do Maverick é um lembrete de que a segurança na internet depende, acima de tudo, da nossa prudência.













