Reprodução Google

A Boa do Dia

Movimento em redes sociais reúne vítimas de violência sexual. Números passam de 200 mil pessoas

By Maíra Modesto

October 18, 2017

Atualmente a discussão sobre violência sexual vem aumentando, o que não é negativo quando analisado o lado de que sim, precisamos falar sobre isso… Mas que soa assustador quando observado que esse tema só vem à tona quando algo acontece. Ou seja, os números de assédios e estupros não diminuiu.

Para ser possível a compreensão da dimensão do assunto, é preciso explicar o momento que vivemos.

Cultura do estupro

O termo tem sido usado desde os anos 1970 para apontar comportamentos sutis – ou muitas vezes explícitos – que silenciam a violência sexual contra a mulher. No caso, arranjar desculpas e motivos que justificam a violência e até mesmo a neutralizam. A palavra “cultura” utilizada em “cultura do estupro” reforça a ideia de que esses comportamentos não podem ser interpretados como normais ou naturais, que não se deve levar como “cotidiano humano” aquilo que foi criado e moldado pela sociedade, afinal, se é cultural, significa que a população regional criou, e se foi criado pode ser mudado.

Muitos argumentos são usados, como: “ela mereceu”, “ela não estava bem vestida”, “ela estava bêbada, então mereceu”, “o homem não tem controle sobre si”, “dançando desse jeito ela queria”… Entre tantos outros utilizados com frequência para desvalorizar a vítima na situação. A culpa cai sobre a vítima sempre, e essa, sem se sentir segura, cria um ciclo sem fim onde não se pode acusar o agressor (que não será punido) se não a culpa voltará para ela.

Essa é a cultura de estupro. Um efeito dominó que começa com a peça “culpa da vítima” e termina com “mais vítimas”.

Estupro no cinema

Recentemente o famoso e poderoso produtor cinematográfico, Harvey Weinstein, teve seu nome anexado a lista de agressores. Acusado de violentar (tanto como assédio, como estupro) mais de duas dezenas de mulheres, incluindo nomes famosos como Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Rose McGowan, o produtor alegou, em sua defesa, que não houveram relações sexuais sem consentimento.

A atriz Alyssa Milano, em forma de reivindicação, pediu para que todas as vítimas de algum tipo de violência se pronunciassem, dando uma cara a agressão e nomeando agressores. O movimento teve o nome de #MeToo (traduzido para o português como “eu também”) e rendeu mais de 200mil respostas pelo Twitter em pouco tempo. Nomes icônicos como Lady Gaga, Debra Messing, Sheryl Crow, Anna Paquin e Monica Lewinsky participaram e mostraram que apoiam a causa. Outro movimento muito semelhante aconteceu aqui no Brasil em 2015 e ficou muito famoso com o nome de #MeuMelhorAmigo.

#MeToo

— Lady Gaga (@ladygaga) October 15, 2017

#metoo A manager on my first big tour as a backup singer. When I went to a lawyer he told me to suck it up bc the guy could do a lot for me.

— Sheryl Crow (@SherylCrow) October 16, 2017

Mas não só mulheres fizeram o movimento acontecer, homens e transsexuais também relataram suas experiências e se mostraram a disposição para lutar contra a violência sexual.

Infelizmente não é possível dizer que essa luta está no fim, pelo contrário, ela começou agora, mas no que depender da união da maioria logo menos poderemos dizer que o placar virou e que o ranking de violência sexual (em todos os âmbitos) despencou (quem sabe não zera?).

(FONTE: UOL Notícias)

Se você tiver alguma experiência que deseja compartilhar, saiba que não precisa se identificar.