A história de Valerie, uma pequena cadelinha da raça dachshund — mais conhecida como “cachorro salsicha” — ultrapassou fronteiras e ganhou repercussão mundial. Durante uma viagem de seus tutores à Ilha Kangaroo, no sul da Austrália, a cachorra fugiu e, surpreendentemente, passou a viver por conta própria em meio à natureza. Mais de um ano depois, Valerie continua sendo vista livre, sem aceitar aproximação humana, e se tornou um símbolo de resistência e independência.
Neste artigo, vamos revisitar como tudo começou, as estratégias que garantiram sua sobrevivência, os riscos que ela enfrentou e os esforços de resgate que até agora não tiveram sucesso.
Leia Mais:
Bluey: o cão que desafiou o tempo: a impressionante história do cachorro que viveu 29 anos e 5 meses
Quem é Valerie
A fuga inesperada
Valerie acompanhava seus donos, Georgia Gardner e Josh Fishlock, em uma viagem de lazer pela Ilha Kangaroo em 2023. Em uma manhã, enquanto o casal se ausentou para pescar, deixou a cadela em um cercado portátil com brinquedos e comida. Horas depois, ao retornarem, perceberam que o espaço estava vazio: Valerie havia escapado.
Primeiros avistamentos
Logo após a fuga, turistas relataram ter visto uma cadelinha de coleira rosa correndo assustada pela região. Desde então, diversos moradores da ilha começaram a registrar encontros ocasionais com o animal, mas sem conseguir capturá-lo.
O ambiente da Ilha Kangaroo
Características do local
A Ilha Kangaroo é a terceira maior ilha da Austrália e reúne ambientes variados, como florestas, falésias e áreas costeiras. Para um animal doméstico, esse cenário representa tanto uma oportunidade quanto um desafio, já que oferece abrigo e alimento, mas também abriga predadores e riscos climáticos.
Riscos naturais
Entre os perigos enfrentados por Valerie estão cobras venenosas, aves de rapina, chuvas intensas e períodos de calor extremo. Apesar de seu pequeno porte, a cadelinha tem conseguido escapar desses obstáculos, surpreendendo especialistas em comportamento animal.
A sobrevivência de Valerie

Instintos que vieram à tona
Embora nunca tivesse vivido fora de casa, Valerie demonstrou instintos de caça e autopreservação. É provável que tenha se alimentado de restos deixados por pescadores, pequenos animais ou frutas silvestres encontradas na ilha.
Abrigo contra o clima
Para resistir a tempestades e ao frio, Valerie provavelmente encontrou refúgio em cavernas, entre rochas ou sob vegetação densa. Essa capacidade de adaptação tem sido determinante para sua permanência na ilha por tanto tempo.
Medo de humanos
Os voluntários que tentam resgatá-la relatam que Valerie foge rapidamente ao perceber a aproximação de pessoas ou veículos. Essa aversão à presença humana tornou-se sua principal estratégia de defesa e o maior obstáculo para qualquer tentativa de captura.
Tentativas de resgate
Esforços da comunidade
Moradores da ilha, em conjunto com a ONG Kangala Wildlife Rescue, vêm tentando resgatar Valerie com armadilhas e alimentos atrativos, como frango e atum. Câmeras de monitoramento já registraram várias aparições da cadelinha, mas nenhuma tentativa obteve êxito.
O desafio logístico
Além da recusa de Valerie ao contato humano, a própria geografia da ilha dificulta o trabalho. Áreas de difícil acesso e vegetação densa fazem com que localizar e cercar o animal seja quase impossível.
Repercussão da história
Reação dos donos
Georgia e Josh expressaram tristeza pelo desaparecimento da cadela, mas também admiração por sua resiliência. Para eles, Valerie era acostumada ao conforto de uma vida doméstica, e vê-la sobreviver sozinha por tanto tempo é surpreendente.
A visão dos moradores locais
A comunidade da Ilha Kangaroo passou a enxergar Valerie como uma espécie de mascote não oficial da região. Muitos a respeitam como um animal que escolheu a liberdade e pedem cautela nas tentativas de resgate.
Especialistas opinam
Zoólogos e adestradores avaliam que a situação de Valerie mostra como, mesmo após gerações de domesticação, cães ainda preservam instintos primitivos que podem garantir sua sobrevivência quando expostos a ambientes selvagens.
Lições da história de Valerie
Instinto versus domesticação
O caso coloca em debate até que ponto a domesticação elimina ou apenas oculta as habilidades naturais de cães e gatos. Valerie mostra que, mesmo sem preparo prévio, esses instintos podem emergir em situações extremas.
Liberdade ou proteção?
Surge também uma questão ética: é melhor permitir que Valerie continue vivendo em liberdade, ainda que enfrente riscos, ou insistir em um resgate para devolvê-la à segurança do lar? Essa dúvida divide opiniões entre especialistas e defensores dos animais.
Impactos no ecossistema
Outro ponto de atenção é o impacto ambiental. Cães soltos podem caçar espécies nativas, transmitir doenças e alterar o equilíbrio natural de áreas protegidas. Por isso, o caso de Valerie também exige acompanhamento das autoridades ambientais.
Casos semelhantes
Animais que se adaptaram
Ao redor do mundo, há registros de gatos e cães que, após fugirem ou serem abandonados, se adaptaram ao ambiente selvagem. Alguns viveram anos em áreas rurais ou florestas, transformando-se quase em animais ferais.
A diferença de Valerie
O que torna o caso de Valerie especial é o fato de ser uma cadela de pequeno porte, considerada vulnerável a predadores. Sua resistência e astúcia desafiam expectativas, o que ajuda a explicar o interesse internacional por sua história.
Considerações finais
A saga de Valerie na Ilha Kangaroo é, ao mesmo tempo, emocionante e intrigante. De um lado, inspira admiração por sua força e instintos de sobrevivência; de outro, gera preocupação sobre seu bem-estar e os impactos de sua presença no ecossistema local.
Enquanto voluntários continuam suas tentativas de resgate, Valerie permanece um mistério vivo — uma cadelinha salsicha que escapou do mundo doméstico para viver como uma sobrevivente, símbolo de coragem e liberdade.













