Vacinação infantil: como funciona o calendário de vacinas do bebê no Brasil
A vacinação infantil é um dos pilares da saúde pública no Brasil. Desde os primeiros dias de vida, os bebês recebem uma série de vacinas que os protegem contra doenças graves e potencialmente fatais. Por isso, seguir o calendário vacinal atualizado do Ministério da Saúde é essencial para garantir uma infância saudável e livre de riscos evitáveis.
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A importância da imunização precoce
Logo após o nascimento, o bebê ainda não possui defesas naturais suficientes contra muitos agentes infecciosos. As vacinas, portanto, atuam como um escudo que prepara o organismo para combater essas ameaças. Além de proteger a criança individualmente, a vacinação também ajuda a reduzir a circulação de vírus e bactérias na sociedade.
O papel do Programa Nacional de Imunizações
O Brasil conta com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), um dos mais abrangentes do mundo. Criado em 1973, o PNI oferece gratuitamente todas as vacinas essenciais para bebês, crianças e adultos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O calendário é revisado anualmente com base nas evidências científicas, dados epidemiológicos e recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Calendário de vacinação infantil em 2025
A seguir, confira as principais vacinas oferecidas ao longo dos primeiros anos de vida da criança, conforme o cronograma oficial do Ministério da Saúde.
Ao nascer
BCG: protege contra formas graves de tuberculose, como meningite tuberculosa e tuberculose miliar. A aplicação é feita ainda na maternidade, de forma intradérmica, geralmente no braço direito.
Hepatite B (1ª dose): indicada para ser aplicada nas primeiras 12 horas de vida, reduz significativamente os riscos de infecção crônica.
Aos 2 meses
Pentavalente (1ª dose): protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B.
Poliomielite (VIP – 1ª dose): versão injetável da vacina contra a paralisia infantil.
Pneumocócica 10-valente (1ª dose): previne infecções como pneumonia, otite e meningite.
Rotavírus (1ª dose): combate a diarreia grave causada por rotavírus, uma das principais causas de internação infantil.
Aos 3 meses
Meningocócica C (1ª dose): imunização contra a meningite do tipo C.
Aos 4 meses
Pentavalente (2ª dose)
VIP (2ª dose)
Pneumocócica 10-valente (2ª dose)
Rotavírus (2ª dose)
Aos 5 meses
Meningocócica C (2ª dose)
Aos 6 meses
Pentavalente (3ª dose)
VIP (3ª dose)
Influenza (1ª dose): a partir dessa idade, os bebês passam a receber a vacina da gripe. São necessárias duas doses com intervalo de 30 dias.
Aos 9 meses
Febre amarela (dose única): recomendada principalmente para crianças que vivem em regiões endêmicas. Pode ser aplicada junto à segunda dose da vacina da gripe.
Aos 12 meses
Tríplice viral (1ª dose): protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
Pneumocócica 10-valente (reforço)
Meningocócica C (reforço)
Aos 15 meses
DTP (1º reforço): reforço da tríplice bacteriana contra difteria, tétano e coqueluche.
VIP (reforço)
Hepatite A (dose única)
Varicela (dose única ou reforço, conforme calendário local)
Aos 4 anos
DTP (2º reforço)
VOP (2º reforço): vacina oral contra poliomielite, conhecida como “gotinha”.
Situações especiais
Crianças com doenças crônicas, imunodeficiência ou que perderam alguma dose por qualquer motivo devem seguir um calendário de vacinação específico, que pode ser adaptado por médicos ou pela equipe do posto de saúde. Em algumas situações, essas crianças são encaminhadas para os CRIEs (Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais), onde há vacinas não disponíveis em postos convencionais.
Como manter o calendário em dia

Acompanhe pela caderneta de vacinação
A caderneta da criança é o principal documento para registrar as vacinas aplicadas. É por meio dela que os pais, profissionais de saúde e escolas acompanham se o calendário está sendo cumprido.
Utilize aplicativos do SUS
O Ministério da Saúde oferece aplicativos gratuitos, como o Conecte SUS, onde é possível visualizar vacinas aplicadas, marcar lembretes e agendar novas doses em algumas regiões.
E se a vacina atrasar?
Atrasos podem ocorrer por doenças, viagens ou outros imprevistos. O ideal é procurar um posto de saúde o quanto antes para que o calendário seja atualizado conforme os intervalos mínimos exigidos. Não é necessário recomeçar o esquema vacinal; basta dar continuidade.
Desafios e avanços recentes
Retorno de doenças erradicadas
A queda nas taxas de vacinação infantil em alguns estados preocupa especialistas. Doenças como sarampo e poliomielite, que estavam erradicadas, voltaram a apresentar casos. Isso reforça a importância de campanhas de conscientização e acesso facilitado à imunização.
Inclusão de novas vacinas
O calendário é dinâmico. Em anos recentes, vacinas contra o HPV, a dengue e a COVID-19 foram incorporadas em faixas etárias específicas. Para 2025, o Ministério da Saúde avalia incluir reforços anuais da vacina da COVID para o público infantil, dependendo do cenário epidemiológico.
A resistência às vacinas
Apesar da ampla cobertura oferecida pelo SUS, o Brasil também enfrenta um aumento na hesitação vacinal. As causas vão desde desinformação nas redes sociais até dificuldades logísticas em regiões remotas. Combater fake news e promover a confiança no SUS é tarefa de toda a sociedade.
Considerações finais
Cumprir o calendário de vacinação infantil é uma atitude de amor, responsabilidade e cidadania. Cada dose aplicada protege não só o bebê, mas toda a comunidade. O acesso gratuito a vacinas pelo SUS é um dos maiores trunfos do Brasil na área da saúde pública, e cabe aos pais, responsáveis e profissionais manterem o compromisso com essa proteção.
A vigilância contra doenças evitáveis começa desde o berço. E seguir corretamente o calendário vacinal é o primeiro passo para garantir uma infância saudável, segura e livre de riscos desnecessários.


