Considerando que, infelizmente, temos que nos acostumar com notícias e artigos que falam de como estamos destruindo nosso belo planeta, é bem agradável escutar que os esforços para reverter esse quadro estão dando alguns frutos. No mês passado, os ambientalistas e amantes da natureza celebraram com a noticia de que a população dos tigres da Índia (que constitui 70% da população mundial de tigres) tem aumentado em 30% em 4 anos. Bom, mas agora parece que temos outra espécie a somar com este êxito na conservação de grandes felinos, já que o leopardo Amur tem quase dobrado a quantidade exemplares nos últimos 7 anos.

Quando alguém imagina um leopardo pensa em uma criatura esbelta e solitária que circula pelas savanas africanas, porém os leopardos Amur são diferentes. Esta subespécie, exatamente pouco comum, tem emigrado para um clima mais frio e nevado nos bosques temperados do sudeste da Rússia e do noroeste da China. Infelizmente, as coisas não têm sido muito boas para estes animais lendários. Encontram-se entre as espécies de grandes felinos mais ameaçados e, em menos de uma década atrás, estimaram cerca de 50 exemplares em todo o mundo.

A principal razão para que a população destes predadores tenha diminuído é a caça indiscriminada que os tem perseguido devido a sua chamativa pele manchada, a qual é vendida por grandes quantidades de dinheiro. Além disso, eles têm que competir pelo alimento com os aldeões locais, que cada vez mais lhes deixam menos recursos.

Reconhecer a necessidade de proteção destes animais e outras espécies em perigo antes que seja muito tarde, converteu-se em um tema de real importância. É por isto que se criou, em 2012, um vasto parque nacional na Rússia chamado de A Terra do Leopardo. O parque inclui todos os lugares conhecidos de reprodução e criação das subespécies, e cerca de 60% de seu habitat restante.

Ao que se parece este esforço tem dado seus frutos uma vez que, de acordo com o novo relatório emitido pela WWF (World Wildlife Federation- Federação Mundial da Vida selvagem) existem pelo menos 57 exemplares perambulando pelo parque atualmente, comparado com só 30 destes em 2007. Outra notícia notável é que foram vistos entre 8 e 12 deles na China, nesta mesma área. Estes números positivos são o resultado de um censo recente realizado graças a colocação de câmeras nos 3.600 km quadrados que constituem seu lar. Onde mais de 10.000 imagens foram analisadas por especialistas, que conseguiram distinguir os exemplares pelas diferentes manchas de sua pelagem.
“A grande melhoria do número de leopardos é a prova de que mesmos felinos de espécies ameaçadas pode se reestabelecer em quantidade, se protegermos seu habitat e trabalharmos unidos nos esforços de conservação”, disse Barney Long, diretor de proteção e conservação de espécies asiáticas da WWF. “Entretanto há muito que se fazer para assegurar um futuro promissor para o leopardo Amur, porém estes números demostram que estamos na direção certa”.

Além de fornecer ao leopardo Amur a proteção que tanto necessita, a Terra do Leopardo protege o tigre siberiano, outra espécie ameaçada que divide o mesmo habitat. Embora o número desta espécie pereça seguir diminuindo, ao fim do ano passado foram vistos pela primeira vez no noroeste da China. Antes disto, a única evidência que se tinha da sua existência naquela área, era uma pegada.
Original: IFL Science













