Quem acompanha de perto a amizade entre Maeve e Delaney sabe o quanto a parceria entre as duas é encantadora. Portadoras de paralisia cerebral, a condição não faz com que a vida perca o brilho para as amigas. No entanto, houve algo do qual ambas sempre sentiram falta: uma voz. E a tecnologia surgiria como uma importante aliada para que esse sonho fosse, enfim, real.
Graças aos esforços da empresa Vocalid, os sons emitidos pelas meninas são combinados com vozes gravadas de outras pessoas. “Minha voz anterior era como um computador (falando). Minha voz atual têm sons meus”, conta Delaney à BBC.
O especialista em fala, Rupal Patel, afirma que a motivação para desenvolver tal tecnologia se dá pelo fato de muitas pessoas no mundo precisarem usar a voz computadorizada e, por consequência, todos terem a mesma voz. E a voz representa uma identidade, representa quem cada um de nós somos.
“Eu vi uma menina e um homem conversando. Os dois estavam usando tecnologias de apoio diferentes, mas com exatamente a mesma voz masculina nos seus aparelhos”, disse Patel. “Queríamos fazer vozes para pessoas comuns. E elas não vão pagar centenas de milhares de dólares por cada voz. Então, pensamos em coletar vozes para criar um grande banco de vozes e, a partir daí, criar identidades vocais únicas”, completou.
Assim, em 2014, quando a Vocalid foi criada, Patel gravou “vozes doadas” por voluntários. E ao mesclá-las, dá a seus clientes uma voz única. “Todo indivíduo é capaz de emitir sons que são únicos para eles. Então, a gente pega o som que eles podem emitir e mesclamos com a voz de um doador compatível”, diz o especialista.
Muito legal a ideia, não é mesmo?
E assim como Delaney, Maeve também ficou muito satisfeita com a sua nova voz. “Eu gosto da minha nova voz. Ela se parece mais comigo, e eu gosto disso”, comentou a garotinha.

Fonte: BBC












