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Psicologia revela como agem as pessoas controladoras e quais táticas mais usam

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Pessoas controladoras: o que diz a psicologia sobre suas táticas mais comuns

Pessoas controladoras costumam utilizar comportamentos e discursos sutis para manipular os outros sem que isso seja percebido de imediato. A psicologia reconhece que, muitas vezes, essas pessoas operam por meio de estratégias psicológicas refinadas — como distorcer fatos, impor medo ou usar a culpa como ferramenta de controle.

Identificar esses padrões pode ser difícil, especialmente quando a relação é próxima — como entre parceiros, familiares ou colegas de trabalho. No entanto, conhecer as táticas mais comuns adotadas por indivíduos com esse perfil ajuda a fortalecer a autonomia emocional e criar limites mais saudáveis.

A seguir, você entenderá como funciona a lógica do comportamento controlador, quais estratégias são mais utilizadas e o que fazer para não cair nessas armadilhas.

Leia Mais:

Narcisismo materno: como identificar 13 comportamentos típicos e proteger sua saúde emocional

Gaslighting: quando a realidade é distorcida propositalmente

O que é gaslighting?

Gaslighting é uma forma de abuso emocional em que a pessoa manipuladora tenta fazer a vítima duvidar da própria memória, percepção e até da sanidade. O termo vem de uma peça de teatro dos anos 1930, na qual um marido reduzia gradualmente as luzes de casa e negava que algo tivesse mudado, levando sua esposa a duvidar da própria percepção.

Como se manifesta?

Esse comportamento se manifesta em frases como:

  • “Você está imaginando coisas.”
  • “Isso nunca aconteceu.”
  • “Você está ficando paranoico(a).”

Com o tempo, a vítima passa a duvidar das próprias certezas e se torna dependente da visão distorcida imposta pelo controlador.

Como reagir?

  • Registre acontecimentos por escrito para manter sua referência de realidade.
  • Converse com pessoas de confiança sobre o que está acontecendo.
  • Procure ajuda psicológica para reconstruir sua percepção dos fatos.

Chantagem emocional: o tripé do medo, da obrigação e da culpa

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Imagem – Bestofweb/Freepik

O que é chantagem emocional?

Essa tática ocorre quando uma pessoa usa emoções negativas para forçar o outro a agir de determinada forma. Geralmente, a chantagem está ancorada em três pilares: medo, sentimento de obrigação e culpa — formando o acrônimo FOG (do inglês: Fear, Obligation, Guilt).

Exemplos de chantagem emocional

  • “Se você me deixar, nunca mais vou conseguir ser feliz.”
  • “Depois de tudo o que fiz por você, é assim que me paga?”
  • “Se você me amasse de verdade, faria isso por mim.”

Como identificar?

A chantagem emocional geralmente vem disfarçada de preocupação ou cuidado, mas sempre envolve pressão, ameaça velada ou manipulação afetiva.

Como se proteger?

  • Reconheça quando seus sentimentos estão sendo usados como arma.
  • Estabeleça limites claros, mesmo que cause desconforto.
  • Valorize sua autonomia emocional.

DARVO: uma estratégia para inverter os papéis

O que significa DARVO?

DARVO é uma sigla em inglês que representa três ações comuns em discursos manipuladores: Deny (negar), Attack (atacar) e Reverse Victim and Offender (inverter o papel de vítima e agressor). Essa tática costuma ser usada por quem tenta se isentar de culpa ao ser confrontado.

Exemplo típico

Quando confrontado por uma atitude ofensiva, o controlador pode:

  • Negar que tenha feito algo errado;
  • Atacar a pessoa que questiona (“você está sempre me criticando”);
  • Se colocar como vítima (“você está me perseguindo sem motivo”).

Impacto da tática

O uso do DARVO tende a desestabilizar emocionalmente quem tenta se posicionar, criando confusão e fazendo com que a vítima duvide de si mesma ou desista de expor suas dores.

Táticas baseadas em persuasão social

Técnica do “pedido exagerado” (door-in-the-face)

Essa tática consiste em começar com um pedido absurdo, sabendo que será negado, para em seguida apresentar o pedido real, que parecerá mais razoável em comparação.

Exemplo:

  • Pedido inicial: “Você pode me emprestar R$ 10 mil?”
  • Pedido real: “Tudo bem, então só R$ 500 já ajuda.”

Técnica do “pedido pequeno” (foot-in-the-door)

É o oposto: o manipulador começa com uma solicitação simples, quase inofensiva, e depois aumenta gradualmente suas exigências.

Exemplo:

  • “Você pode me ajudar só essa vez?”
  • Semanas depois: “Agora que você já faz isso, por que não faz aquilo também?”

Como evitar ser manipulado por essas estratégias?

  • Questione o objetivo por trás do pedido.
  • Não se sinta obrigado a continuar ajudando só porque começou.
  • Entenda que “não” é uma resposta válida.

O poder da bajulação estratégica (ingratiation)

O que é ingratiation?

Trata-se de usar elogios, concordância forçada ou atitudes de submissão para conquistar a confiança do outro e manipulá-lo de maneira indireta.

Como funciona?

O controlador pode:

  • Exagerar nas gentilezas no início da relação;
  • Reforçar elogios quando deseja algo em troca;
  • Fingir vulnerabilidade para criar empatia.

Com o tempo, essa atitude se revela interesseira e calculada.

Como identificar?

Quando os elogios sempre precedem pedidos ou quando há mudança de comportamento após a negação de uma solicitação, é sinal de alerta.

O uso do silêncio como forma de punição

O que é o tratamento silencioso?

É a recusa em dialogar, responder ou interagir, usada como forma de punição emocional. A ausência de comunicação causa desconforto, culpa e insegurança, forçando a outra pessoa a ceder para “restabelecer a paz”.

Por que é tão eficaz?

O silêncio prolongado cria um clima de tensão, especialmente em pessoas que têm medo de rejeição ou abandono. O controlador sabe disso e usa a ausência como arma.

Como lidar?

  • Reconheça que o silêncio imposto é manipulação, não maturidade.
  • Evite ceder apenas para encerrar o desconforto.
  • Comunique que se recusa a manter relações baseadas nesse padrão.

Por que essas táticas funcionam tão bem?

Vulnerabilidades emocionais como ponto de entrada

Pessoas controladoras costumam identificar rapidamente fragilidades emocionais — como insegurança, medo de conflito ou baixa autoestima — e as exploram com precisão para alcançar seus objetivos.

Repetição e reforço

Ao repetir comportamentos manipuladores e obter resultado positivo (obediência, submissão, silêncio), o controlador aprende que aquela estratégia funciona — e passa a utilizá-la com mais frequência.

Como se proteger de pessoas manipuladoras

Estabeleça limites claros

Aprender a dizer “não” sem culpa e reforçar seus limites é essencial. O medo da rejeição não pode superar o respeito por si mesmo.

Mantenha sua rede de apoio ativa

Amigos, familiares e colegas que enxergam de fora podem ajudar a perceber padrões que, de dentro, parecem normais. Compartilhar dúvidas e sentimentos é um escudo importante contra a manipulação.

Busque ajuda profissional

Quando o comportamento do outro afeta sua autoestima, saúde mental ou decisões pessoais, procurar um psicólogo pode ser fundamental para reconstruir sua autonomia e clareza emocional.

Considerações finais

Pessoas controladoras não precisam gritar ou usar força para dominar — muitas vezes, fazem isso com silêncio, elogios falsos ou jogos emocionais. A psicologia identifica essas estratégias e mostra que o primeiro passo para escapar desse ciclo é reconhecê-las.

Se você se identificou com alguma dessas situações, lembre-se: você não está sozinho. Há caminhos para se proteger, restaurar sua confiança e viver relações baseadas no respeito, não no controle.

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