O tarô é uma ferramenta milenar de autoconhecimento e orientação espiritual, utilizada por milhares de pessoas ao redor do mundo. Embora muitas vezes seja visto como um conjunto único de cartas, existem diferentes estilos de baralho que influenciam diretamente na leitura e interpretação. Entre os mais conhecidos estão o Tarô de Marselha, o Rider-Waite e o Baralho Lenormand.
Cada um possui características distintas — desde a quantidade de cartas até a forma como os símbolos são representados. Neste artigo, você vai entender as diferenças entre esses baralhos, suas origens e qual deles pode ser mais adequado para o tipo de leitura que você deseja realizar.
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O que define um baralho de tarô?
Estrutura tradicional
Os baralhos de tarô clássicos, como o Marselha e o Rider-Waite, possuem 78 cartas, divididas entre Arcanos Maiores e Menores:
- 22 Arcanos Maiores: representam temas universais e marcos importantes da vida, como transformação, sabedoria, desafios e realizações.
- 56 Arcanos Menores: divididos em quatro naipes (Paus, Copas, Espadas e Ouros), retratam situações mais cotidianas e emocionais.
Já o Baralho Lenormand segue outra estrutura e não é considerado um tarô no sentido estrito, embora também seja usado para fins oraculares.
Tarô de Marselha
Um dos mais antigos e tradicionais
O Tarô de Marselha é uma das versões mais antigas do tarô europeu, com raízes que remontam ao século XV. Amplamente difundido na França, seu estilo é caracterizado por traços simples, cores sólidas e uma estética que remete ao período medieval.
Visual simbólico e interpretação intuitiva
Enquanto os Arcanos Maiores têm figuras icônicas com valor arquetípico, os Arcanos Menores são mais abstratos, exibindo apenas a quantidade correspondente de símbolos — sem cenas narrativas. Isso exige do leitor uma base sólida de significados e uma capacidade intuitiva apurada.
Para quem é indicado?
O Tarô de Marselha costuma ser preferido por quem aprecia métodos tradicionais e busca uma leitura mais simbólica e menos guiada por imagens ilustrativas.
Tarô Rider-Waite
Inovador e acessível
Desenvolvido em 1909 pelo místico Arthur Edward Waite e ilustrado por Pamela Colman Smith, o Tarô Rider-Waite marcou uma mudança importante no design dos baralhos. Ele manteve a estrutura clássica, mas introduziu ilustrações ricas nos Arcanos Menores — algo inédito na época.
Narrativa visual detalhada
Cada carta é acompanhada de uma cena que simboliza seu significado, o que torna o processo de interpretação mais intuitivo, especialmente para quem está começando. Essa abordagem visual contribuiu para a popularização do tarô no século XX.
Ideal para iniciantes
Por ser altamente visual e mais fácil de associar a situações práticas, o Rider-Waite é o baralho mais utilizado em cursos, livros e tutoriais. É uma escolha excelente para iniciantes ou para quem quer reforçar o aspecto narrativo das leituras.
Baralho Lenormand
Simples, direto e objetivo
Diferente do tarô clássico, o Baralho Lenormand tem apenas 36 cartas e cada uma delas representa um símbolo direto do cotidiano, como “A Casa”, “A Cegonha”, “A Foice” ou “O Coração”. Criado no século XIX e inspirado na cartomante francesa Marie Anne Lenormand, esse baralho se destaca por sua praticidade.
Leituras com foco no presente
As mensagens do Lenormand são claras, diretas e geralmente voltadas a questões objetivas. Ao invés de temas espirituais profundos, este baralho costuma responder com precisão sobre situações práticas, relacionamentos, trabalho e decisões imediatas.
Estilo de leitura
As cartas do Lenormand são lidas em conjunto, formando frases ou estruturas semelhantes a sentenças. Isso exige do leitor prática na combinação de símbolos para construir significados coesos.
Principais diferenças entre os baralhos

| Característica | Marselha | Rider-Waite | Lenormand |
|---|---|---|---|
| Total de cartas | 78 | 78 | 36 |
| Arcanos Maiores | Sim | Sim | Não há divisão por arcanos |
| Arcanos Menores ilustrados | Não | Sim | Não se aplica |
| Simbolismo | Abstrato e tradicional | Visual e narrativo | Direto e cotidiano |
| Complexidade | Exige conhecimento prévio | Intuitivo e didático | Simples, mas requer prática |
| Foco da leitura | Espiritual e arquetípico | Emocional e simbólico | Prático e direto |
| Popularidade entre iniciantes | Média | Alta | Alta |
Como escolher o melhor baralho para você?
Avalie seu estilo de leitura
- Se você gosta de trabalhar com simbolismos clássicos e prefere uma leitura mais introspectiva e analítica, o Tarô de Marselha pode ser o ideal.
- Se você quer uma ferramenta visualmente acessível e está começando agora, o Rider-Waite é altamente recomendado.
- Se seu foco está em respostas rápidas e práticas sobre o cotidiano, o Lenormand oferece uma abordagem mais objetiva e direta.
Considere seu nível de experiência
Para quem está no início da jornada esotérica, o Rider-Waite ou o Lenormand tendem a ser mais fáceis de aprender. Já o Marselha pode exigir um pouco mais de dedicação aos estudos.
Confie na sua intuição
Acima de tudo, escolha o baralho com o qual você mais se identifica. A conexão energética com as cartas é tão importante quanto o estilo visual ou histórico.
Baralhos e espiritualidade
Embora cada baralho tenha uma proposta própria, todos podem ser utilizados para promover autoconhecimento, refletir sobre decisões e ampliar a consciência. Não há um “melhor” baralho universal — há o que funciona melhor para cada pessoa e situação.
Além disso, muitos leitores experientes trabalham com mais de um tipo de baralho, alternando entre eles de acordo com o tipo de questão apresentada ou com a energia do momento.
Considerações finais
Conhecer as diferenças entre os baralhos de tarô é essencial para quem deseja se aprofundar nessa prática milenar. O Tarô de Marselha, o Rider-Waite e o Lenormand representam escolas distintas de interpretação e, ao mesmo tempo, complementares.
Compreender suas origens, simbologias e propósitos ajuda o leitor a escolher com mais consciência e a desenvolver leituras mais ricas e precisas. Mais do que prever o futuro, o tarô é uma ferramenta para entender o presente e tomar decisões com mais clareza.
Seja você um iniciante curioso ou um praticante experiente, conhecer esses três estilos amplia seus horizontes e enriquece sua jornada espiritual e oracular.













