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Superlotação e quarta maior taxa de detentos do mundo. As prisões brasileiras ainda têm algum papel de utilidade?

Como você definiria o seu senso de justiça? Você se consideraria uma pessoa mais severa, optando por punir para ensinar, independentemente de qual tenha sido o erro? Ou será que seu perfil é um pouco menos rígido, priorizando a conversa e buscando compreender o que está por trás da falha cometida?

O assunto é delicado, principalmente quando crimes estão envolvidos. Enquanto muitos defendem com unhas e dentes que “bandido bom é bandido morto”, há quem preze por um outro caminho, que envolva ajudá-los a se recuperarem e a trilharem um caminho que não cruze mais a linha do crime.

Com isso, seja qual for a sua linha de pensamento, abro debate para uma questão polêmica: a superlotação de cadeias no Brasil.

  1. Foto: Reprodução

Afinal de contas, qual é o papel das prisões? Por mais que seja reconfortante a sensação de saber que um assassino ou um estuprador está encarcerado e, de lá, não oferece riscos à sociedade, vale sempre lembrar que cedo ou tarde eles serão libertados. E após um período enjaulado e sendo tratado como um animal, sem que qualquer medida de reabilitação seja tomada, como esperar que ele volte melhor, que ele volte diferente? Quem espera que ele saia de lá disposto a mudar?

Sendo assim, há o caminho fácil, não é mesmo? Por que não matar logo de uma vez? Além de dar gastos, este cidadão não produz nada de positivo para a sociedade, certo? Mas lembre-se que dentro de uma cadeia, um assassino vai receber o mesmo tratamento de seu filho que não fez mal para ninguém, mas foi pego com drogas no bolso. O pedófilo estará em igualdade de condições com seu vizinho, que desesperado por não ter o que dar de comer para os filhos, rouba um pão no supermercado. Seu filho e o seu vizinho devem ser mortos também? Por mais que haja a desproporcionalidade entre os crimes – por favor, não estou comparando pegar um pão a tirar uma vida -, no ambiente prisional, não há distinção.

  1. Fácil recuperar uma pessoa nestas condições, não? – Foto??: Blog do Erivan / Reprodução

No Brasil, o sistema penitenciário conta com mais de 500 mil detentos. Mas, há um detalhe: o número de vagas nas cadeias está na casa dos 310 mil. Espere, a conta não bateu, não é verdade? Pois bem, então a “solução” é superlotar as celas. Dentro de um cubículo estão criminosos perigosos, estão pessoas que não deveriam estar ali (pelo menos naquele momento) e que até têm documentos que determinem sua soltura, mas que estão longe de serem cumpridos à risca e estão os que ainda nem foram julgados. E também há os inocentes – ou você acredita que sempre o verdadeiro culpado é o que cumpre a pena?

E neste mesmo cubículo, sem lugar para dormir, sem água, sem saneamento, estão jovens, adultos, idosos, pessoas com problemas mentais ou com graves problemas de saúde, pessoas que se tornam perigosas quando a abstinência das drogas os afligem, pessoas que nem sabem por que estão ali, mas que estão diante de uma justiça lenta e falha – exceto se você tiver dinheiro e um colarinho branco.

O vídeo abaixo,em 360º, retrata bem como é o sistema de superlotação de uma cadeia no Brasil. É ou não é algo assustador?

Se não for possível assisti-lo pelo player acima, clique aqui.

Mais uma vez, quero deixar que todas as opiniões são respeitadas. A reflexão se dá pelo modo em que o sistema atual funciona. Justamente, clamamos por justiça e por punições a quem comete um crime. Mas por qual justiça clamamos? O sistema de hoje em dia não conserta o problema, e isso é fato, mas o mais grave se dá quando ele piora a situação.

No Brasil, são 287 detentos para cada grupo de 100 mil habitantes. Esta é a quarta maior taxa do mundo. E no que isso o encarceramento em massa está sendo útil, afinal?

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