Por que subir escadas faz bem ao cérebro
Subir escadas pode parecer apenas uma atividade cotidiana, mas a ciência tem mostrado que esse gesto simples oferece benefícios significativos para o cérebro. Mais do que um exercício físico acessível e eficaz, subir escadas estimula áreas cerebrais responsáveis pela memória, cognição, coordenação motora e saúde mental.
Com a popularização dos estudos sobre atividade física e neurociência, diversas pesquisas passaram a investigar como movimentos funcionais diários — como subir degraus — impactam o funcionamento cerebral. Os resultados surpreendem: pessoas que incorporam esse hábito em suas rotinas apresentam melhor desempenho cognitivo, maior volume cerebral e redução no risco de doenças neurodegenerativas.
Leia Mais:
Entenda as mudanças no Minha Casa Minha Vida em 2025 e como comprar seu imóvel
A conexão entre corpo em movimento e mente ativa
Subir escadas ativa múltiplas regiões cerebrais
Ao contrário do que se imagina, subir escadas não é um exercício exclusivamente muscular. A atividade exige coordenação motora, equilíbrio, percepção espacial, força nas pernas e controle respiratório, acionando simultaneamente áreas do cérebro como:
- Córtex motor
- Córtex pré-frontal
- Hipocampo
- Cerebelo
Essa sincronia neural fortalece os circuitos envolvidos em funções cognitivas essenciais, como atenção, memória de curto prazo, tomada de decisão e planejamento.
Neuroplasticidade: como o cérebro se adapta ao esforço
O esforço físico de subir escadas estimula a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de formar novas conexões neurais. Quanto mais desafiador o movimento — por exemplo, subir vários lances ou alternar velocidade — maior é a estimulação cognitiva, reforçando habilidades mentais.
O que diz a ciência: estudos que comprovam os efeitos

Aumento do volume cerebral
Um estudo conduzido pela McMaster University, no Canadá, mostrou que pessoas que sobem escadas regularmente têm maior volume cerebral no hipocampo e nos lobos frontais, áreas diretamente associadas à memória e ao raciocínio lógico. A pesquisa acompanhou mais de 300 adultos entre 19 e 79 anos, evidenciando que o simples ato de subir escadas pode retardar o envelhecimento cerebral.
Prevenção de doenças neurodegenerativas
Subir escadas de forma constante está associado à redução no risco de Alzheimer, Parkinson e outras demências. O exercício ajuda a manter a irrigação sanguínea cerebral, reduz inflamações e estimula a produção de fatores neurotróficos como o BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro), essencial para a sobrevivência dos neurônios.
Melhora do humor e combate ao estresse
A atividade de subir escadas também contribui para o bem-estar mental. Isso ocorre por causa da liberação de endorfinas e serotonina, neurotransmissores ligados ao prazer e à regulação do humor. Uma caminhada de 10 minutos por escadas pode ter efeitos similares a um leve antidepressivo, especialmente em pessoas com quadros leves de ansiedade.
Quantos degraus são suficientes para estimular o cérebro?
Pequenas ações, grandes resultados
Não é necessário subir dezenas de andares para colher benefícios. Estudos indicam que subir apenas 3 a 5 lances de escada por dia já é suficiente para observar melhora cognitiva ao longo do tempo. O mais importante é a regularidade: o impacto positivo ocorre quando o hábito é mantido por semanas ou meses.
Frequência recomendada
Especialistas sugerem a prática diária, idealmente 5 dias por semana, com duração de 5 a 15 minutos por sessão. Pessoas sedentárias devem começar com um ou dois lances por vez, aumentando gradualmente conforme a adaptação do corpo.
Comparativo: subir escadas x outros exercícios
| Tipo de exercício | Benefício para o cérebro | Intensidade | Acessibilidade |
|---|---|---|---|
| Subir escadas | Alta (memória, foco, neuroplasticidade) | Média | Alta |
| Caminhada leve | Moderada (circulação e disposição) | Baixa | Alta |
| Corrida | Alta (resistência, foco, humor) | Alta | Média |
| Bicicleta ergométrica | Moderada (coordenação e resistência) | Média | Média |
| Musculação | Moderada (dopamina e disciplina) | Média/Alta | Variável |
Quem pode praticar e quais os cuidados?
Indicação geral
A atividade é indicada para a maioria das faixas etárias, desde que a pessoa não apresente limitações ortopédicas, problemas cardíacos graves ou desequilíbrios que aumentem o risco de quedas.
Cuidados necessários
- Usar sapatos confortáveis com boa aderência
- Evitar escadas escorregadias ou mal iluminadas
- Manter a postura ereta e o olhar à frente
- Segurar no corrimão se necessário
- Consultar um médico em caso de histórico de tonturas, labirintite ou problemas nos joelhos
Como incluir o hábito na rotina?
Estratégias práticas
- Troque o elevador por escadas em shoppings, metrôs e edifícios públicos
- Suba escadas em casa ou no prédio durante pausas do trabalho remoto
- Estabeleça metas diárias com ajuda de apps de saúde
- Combine subir escadas com outras tarefas: levar o lixo, buscar algo no andar de cima etc.
Dicas para manter a motivação
- Estabeleça metas realistas e acompanhe seu progresso
- Ouça música ou podcasts durante a prática
- Envolva amigos ou colegas de trabalho no desafio
- Use escadas ao ar livre para variar o ambiente
Subir escadas e longevidade: o cérebro envelhece mais devagar
Com o avanço da idade, é natural que ocorram reduções no volume cerebral e lentidão cognitiva, mas atividades como subir escadas podem retardar esse processo. Pessoas fisicamente ativas tendem a ter melhor desempenho em testes de memória, linguagem e coordenação motora, mesmo após os 60 anos.
Além disso, o exercício contribui para a manutenção da autonomia na terceira idade, reduzindo o risco de quedas, fraturas e dependência funcional.
Subir escadas no ambiente corporativo
Benefício para produtividade
Inserir pequenas pausas para subir escadas durante a jornada de trabalho pode melhorar o foco, reduzir o estresse e aumentar a criatividade. Empresas que incentivam o uso de escadas relatam redução de absenteísmo e maior satisfação dos colaboradores.
Adaptações possíveis
- Sinalização nos elevadores incentivando o uso das escadas
- Implantação de desafios corporativos (como subir 1000 degraus por semana)
- Iluminação e ventilação adequadas nas escadas internas
Considerações finais
Subir escadas vai muito além de um simples movimento físico. Trata-se de uma ferramenta poderosa para manter o cérebro saudável, melhorar o humor, reforçar a memória e prevenir doenças neurodegenerativas. Comprovado por estudos científicos e recomendado por especialistas, esse hábito cotidiano pode ser um dos mais acessíveis aliados da saúde mental e cognitiva.
Incluir esse gesto na rotina é uma forma prática e eficiente de cuidar da mente — sem necessidade de equipamentos, academias ou grandes investimentos. Basta escolher a escada mais próxima e começar, degrau por degrau, a construir um cérebro mais forte e resiliente.













