Cada dia mais, o número de mulheres oprimidas cresce nas comunidades ortodoxo-judias, e se você pensa que é algo tão fora da realidade dos países de primeiro mundo, se engana, esses casos acontecem nos EUA nesse exato momento.
Fraidy Reiss se tornou uma inspiração ao ir contra tudo e todos para se libertar de um casamento forçado e abusivo. Ela explica como as comunidades em Nova York e Nova Jersey obrigam as mulheres a cobrir seus cabelos e quase todas as partes de seus cabelos, sem falar de como elas são privadas de uma educação adequada e como as adolescentes são forçadas a aceitar casamentos arranjados, onde passarão suas vidas fazendo o que lhes for ordenado, ou seja: Cuida da casa e das crianças, apenas.


Nascida mulher e dentro de uma dessas comunidade, Fraidy não pode fazer nenhuma faculdade, não tinha emprego e não podia contar com nenhum tipo de escolha. Ficou boa parte de sua vida presa nessas circunstâncias. Aos 19 anos, sua família arranjou um casamento para ela com um homem que ela mal conhecia. Foi apresentada ao seu noivo por meio de reuniões supervisionadas pelas famílias, e isso tudo apenas 3 meses antes de se casar. Contudo, isso lhe parecia normal, já que cresceu dentro dessa realidade.


“Nunca me ocorreu que eu estava fazendo nada além do que eu sempre sonhei em fazer”, diz Fraidy. Mas esse sonho rapidamente se transformou em um pesadelo quando Fraidy soube que seu marido era um homem violento. Apenas uma semana depois do casamento, ele acordou atrasado em uma manhã, e com raiva, ficou xingando e gritando. Ele fez um buraco na parede e, em seguida, saiu para o trabalho, deixando Fraidy tremendo de medo.
Os atos de violência só pioraram, principalmente quando ele dizia detalhadamente como queria matar sua esposa. Dentro da comunidade os homens podem pedir o divórcio, mas as mulheres não. Assim, Fraidy acabou indo contra sua família e em seguida contra seus sogros e rabinos, que foram procurados anteriormente para que ajudassem a jovem esposa, mas se negaram devido seus costumes. Fraidy pediu uma ordem de restrição, mas foi obrigada a retirar a queixa por pressão de sua comunidade.

Um advogado da comunidade foi com Fraidy ao tribunal de família e disse ao juiz que ela estava desistindo do pedido. Sem emprego e sem educação, Fraidy temia que não pudesse construir uma vida fora da comunidade. Aos 27 anos, sua situação melhorou e ela finalmente decidiu que era hora de tomar uma decisão. Ela desafiou o marido, sua família e comunidade, e tornou-se a primeira mulher em sua família a ir para a faculdade. Graduou-se em jornalismo aos 32 anos na Universidade de Rutgers. Sua família a declarou morta e a evita totalmente. Conseguiu um emprego e atualmente é totalmente capaz de se sustentar e cuidar das duas filhas.

Ela sofreu ameaças de perseguição, assédio e de morte, mas nunca desistiu e finalmente conseguiu se divorciar de seu marido, ganhar a custódia de suas duas filhas e obter uma ordem de restrição. A coragem e perseverança de Fraidy é apenas o começo para o que faz dela uma inspiração. Ela está bem consciente de que a sua história de triunfo não é um resultado comum para a maioria das mulheres presas nessas comunidades. E é por isso que ela começou a organização sem fins lucrativos, Unchained At Last, onde ela está dando voz às mulheres aterrorizadas presas nessas situações.

Muitas das mulheres e meninas que querem fugir dessas comunidades e dos casamentos que são muitas vezes forçados, e são regularmente sujeitas a ameaças e intimidações. Elas também vivem sob um medo muito real de que elas vão perder a custódia de seus filhos se elas fugirem da comunidade. Fraidy diz que isso é reflexo da religião que acaba sendo um dos fatores de estabilidade considerados durante as batalhas de custódia, e muitas vezes os juízes concedem a guarda para o pai que vai continuar a criar a criança na mesma religião que antes da desintegração familiar.

Assim, além de compartilhar sua história como uma forma de aumentar a sensibilização destas comunidades extremistas, Fraidy e Unchained At Last também trabalham para fornecer serviços jurídicos e de apoio emocional e maneiras para estas mulheres para reunirem forças e meios para reconstruir suas vidas . Das 90 mulheres que a organização tem ajudado, quase todos foram forçadas ao casamento, e a maioria em Nova York, embora um seja do Arizona.
A história de Fraidy será apresentada em um documentário de longa-metragem chamado “A galinha que canta.” O filme vai mostrar mulheres de várias origens religiosas e como eles escaparam seus casamentos arranjados.
Você pode assistir ao trailer do documentário abaixo:













