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Stealthing: entenda o crime sexual pouco denunciado e seus impactos nas vítimas

stealthing

O que é stealthing e por que ele é considerado uma forma de violência sexual?

O termo stealthing se refere a uma prática em que, durante a relação sexual, uma pessoa retira o preservativo sem o conhecimento ou consentimento da outra. A vítima, que inicialmente havia consentido ao ato apenas com proteção, tem seu direito à escolha e segurança violado.

Embora o stealthing ainda não seja amplamente conhecido pela população em geral, ele é cada vez mais reconhecido por especialistas em saúde pública, advogados e órgãos de defesa dos direitos humanos como uma forma de violência sexual.

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Como o stealthing afeta o consentimento?

Consentimento condicionado ao uso de preservativo

O elemento central dessa prática é o rompimento do acordo pré-estabelecido entre as partes. Quando uma pessoa aceita uma relação sexual sob a condição do uso de preservativo, qualquer alteração nesse combinado sem autorização representa uma violação.

Violação da autonomia corporal

Ao remover o preservativo sem consentimento, o agressor desconsidera a decisão da outra pessoa sobre o que acontece com o próprio corpo. Além de ser uma quebra de confiança, essa atitude expõe a vítima a riscos físicos e emocionais.

Impactos físicos e psicológicos do stealthing

Riscos à saúde física

As principais consequências para a saúde incluem:

  • Exposição a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), incluindo HIV
  • Risco de gravidez não planejada
  • Necessidade de recorrer a medidas emergenciais de prevenção, como o uso da pílula do dia seguinte ou a profilaxia pós-exposição (PEP)

Danos emocionais e psicológicos

O stealthing também deixa marcas emocionais profundas. Muitas vítimas relatam:

  • Sensação de violação
  • Perda de confiança em futuros parceiros
  • Sintomas de ansiedade e depressão
  • Trauma semelhante ao vivido por vítimas de outras formas de abuso sexual

Por que muitas vítimas de stealthing têm medo de denunciar?

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Imagem – Bestofweb/Freepik

Falta de reconhecimento legal

Em muitos países, o stealthing ainda não está claramente definido na legislação penal. Isso faz com que as vítimas sintam insegurança ao tentar registrar uma denúncia, temendo que o crime não seja levado a sério.

Dificuldade em reunir provas

Por se tratar de uma violação que acontece de forma discreta e sem testemunhas, a comprovação do stealthing costuma ser difícil. Isso desestimula muitas vítimas a buscar ajuda jurídica.

Vergonha e culpa

Muitas vítimas relatam sentir vergonha por não terem percebido o momento exato da retirada do preservativo. O medo de julgamentos sociais também contribui para o silêncio.

Como diferentes países estão lidando com o stealthing?

Reconhecimento como crime

Nos últimos anos, alguns países passaram a reconhecer o stealthing como uma infração penal:

  • Califórnia (EUA): Incluiu o stealthing na legislação de agressões sexuais em 2021.
  • Alemanha, Suíça e Reino Unido: Casos isolados foram julgados como estupro, abrindo precedentes legais.
  • Austrália (Queensland): A prática foi tipificada como crime sexual em 2025.

Discussão no Brasil

No Brasil, o debate sobre o stealthing está avançando. Embora ainda não haja uma lei específica, juristas e organizações de defesa dos direitos das mulheres pressionam por uma atualização legislativa que enquadre a prática como crime de violação sexual.

Como se proteger e agir após ser vítima de stealthing?

Busque atendimento médico imediato

Se você foi vítima de stealthing, procure imediatamente um serviço de saúde. É importante realizar exames preventivos para ISTs e, se for o caso, iniciar a PEP ou usar métodos de emergência para evitar gravidez.

Registre o ocorrido

Mesmo que não seja fácil reunir provas, anotar detalhes como data, local e circunstâncias pode ajudar em um possível processo legal no futuro.

Procure apoio psicológico

Lidar com os efeitos emocionais do stealthing não é fácil. Contar com apoio de um psicólogo ou de centros especializados em atendimento a vítimas de violência sexual pode ser fundamental para o processo de recuperação.

Considere buscar orientação jurídica

Existem ONGs e defensores públicos especializados que podem oferecer orientação sobre os caminhos legais disponíveis para cada caso.

Como prevenir o stealthing?

Diálogo aberto antes da relação

Conversar de forma clara sobre os limites e as condições da relação sexual pode ajudar a reduzir os riscos. Deixar claro que o uso do preservativo é imprescindível pode dificultar ações de má-.

Sinalizar o não consentimento à retirada do preservativo

Sempre que possível, manifeste claramente que a retirada do preservativo sem permissão é uma violação. Isso pode ter valor jurídico em casos futuros.

Informação e conscientização

Falar sobre o tema, compartilhar informações e ampliar o debate são formas de combater o silêncio em torno da prática.

A importância de uma legislação mais clara

A ausência de uma lei específica em muitos países cria um ambiente de insegurança jurídica para as vítimas. A tipificação clara do stealthing como crime sexual contribuiria para:

  • Incentivar as denúncias
  • Garantir o acolhimento das vítimas
  • Coibir a prática por meio de punições adequadas

A luta por mais proteção legal tem sido liderada por movimentos feministas, ONGs de direitos humanos e especialistas em direito penal.

Considerações finais

O stealthing é uma violação grave da autonomia e da dignidade das vítimas. Embora muitas ainda hesitem em denunciar por medo ou falta de apoio, a conscientização sobre o tema tem crescido. O reconhecimento jurídico e social dessa prática como crime é um passo essencial para garantir justiça e segurança a quem foi afetado.

Denunciar o stealthing e buscar apoio é um direito de toda vítima. A informação é uma das principais ferramentas para combater esse tipo de violência silenciosa.

Stealthing: entenda o crime sexual pouco denunciado e seus impactos nas vítimas
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