Durante doze longas horas, Gerson Salvador, diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), foi ‘toda a equipe’ de plantão do dia 16 de dezembro do Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo). Sozinho, o médico foi o único a atender na instituição na qual a falta de profissionais é uma dura realidade.
Hoje, o hospital que já chegou a atender mais de mil pessoas por dia centraliza todas as suas atenções em casos de emergência e de maior urgência.
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A crise que abrange a unidade médica é forte. O pronto-socorro adulto não presta serviços desde o último dia 11, enquanto o infantil foi fechado no final de outubro.
Na noite em questão, Salvador e mais duas alunas residentes foram os responsáveis por atender dez pacientes em observação e por cuidar de emergências de pacientes vindos de outros hospitais.
“É um momento triste para mim, eu me formei para atender as pessoas. Não sei precisar quantos exatamente procuraram o hospital durante as minhas 12 horas de plantão, mas foi um número considerável”, disse ao UOL o médico, que teve que avisar os pacientes sobre a falta de condições de fornecer atendimento na unidade.
Instituição em declínio
Segundo dados do Simesp, de 2013 para 2017 o número de médicos foi de 299 para 248. E a ausência de profissionais fez com que o hospital precisasse limitar as suas funções a ponto de direcionar diversos pacientes a outras unidades na região.
“O mais triste é saber que há 58 leitos vagos e que poderiam dar assistência a quem precisa”, desabafou Salvador. “Desde 2014 a unidade vem fechando aos poucos. Alguns médicos saíram no Plano de Demissão Voluntária, mas, com o agravamento da crise interna, muitos outros colegas atingiram o seu limite e acabaram pedindo demissão”, acrescentou.
Procurada pelo UOL, a reitoria da USP afirmou que não se manifestará sobre a crise do Hospital Universitário.
Fonte: UOL












