Serial Killer escreve livro sobre crimes cometidos e vereador declara boicote à publicação
Qual a sua opinião sobre o assunto? Para muitos é um absurdo. Afinal, como um serial killer poderia escrever um livro contando sobre as mortes que realizou e conquistar um certo dinheiro?
Essa é a opinião do Delegado Eduardo Prado que recentemente lançou um boicote a publicação do livro ”Tiago Rocha: Um pouco da história por trás de um serial killer” escrito por Tiago Henrique Gomes da Rocha, de Goiânia, que responde por mais de 30 homicídios, condenado em 28 júris populares a mais de 650 anos de prisão.
Segundo o delegado, a publicação é simplesmente uma ofensa a todos os parentes dessas vítimas que foram dolorosamente mortas pelo homem. “Ele não pode ser ovacionado. Isso é uma inversão de valores. Por isso o Brasil está vivendo desse jeito. Tem que colocar cada um em seu lugar”, relata ao G1.


É claro que ele concorda que todos tem o direito de mostrar sua opinião, porém o livro acaba mais inflando o ego de Tiago do que qualquer outra coisa. “Não vou discutir aqui a questão da conversão religiosa dele. Mas eu questiono essa espetacularização, que mexe com o que o psicopata mais gosta, que é a vaidade. Esse livro nada mais é que expor as famílias que sofreram com esses crimes bárbaros. Ele não pode sair como herói destes fatos que tomaram repercussão mundial”, relata.
Por conta disso, Prado chegou até mesmo a postar um vídeo nas redes sociais pedindo boicote ao livro, lembrando-se ainda das várias investigações nas quais o ouviu dizer que tinha prazer em matar. “Eu acredito que nós não tenhamos que dar muita publicidade a esse fato e tampouco adquirir esse livro”, conta.
Diante de toda essa campanha, o delegado ainda relatou que 99,9% das pessoas concordaram com o boicote enquanto que outras acreditam que Tiago tem o direito de mostrar o que o fez matar todas aquelas vítimas.

Para as famílias que perderam entes queridos por conta dele, é simplesmente um motivo de tristeza tudo o que está acontecendo. “Para mim, não vai trazer benefício nenhum, só mais tristeza. Não aceito, não. Para mim, é tocar na minha ferida a cada dia”, relata Francisco Carvalho, que perdeu a filha por um tiro no peito.
Devido a toda essa repercussão, o padre Luiz Augusto Ferreira da Silva, que o estaria ajudando a escrever o livro, diz ser uma pena as pessoas acharem isso um absurdo e que a criação da obra é para ”evangelizar e não para concordar com os crimes cometidos”.
“O Deus que consola os familiares das vítimas é o mesmo Deus que perdoa e não desiste da salvação de todos nós pecadores”, relata.

Mas e para você? O livro de Tiago deveria ser compartilhado?
Fotos: Diomício Gomes/O Popular, Vitor Santana/G1, Reprodução/Facebook, Reprodução/TV Anhanguera.

