Entre as paisagens congeladas do Ártico, os ursos-polares se destacam como símbolos de resistência e força. Com seus corpos adaptados ao frio extremo e comportamento enigmático, esses gigantes do gelo despertam fascínio em cientistas e admiradores da natureza. Mas, por trás da imagem majestosa, há segredos surpreendentes sobre sua biologia, suas habilidades e os perigos que enfrentam devido às mudanças climáticas.
Neste artigo, você vai descobrir nove curiosidades incríveis sobre os ursos-polares, conhecendo mais sobre o modo de vida dessa espécie e o que está em jogo para sua sobrevivência em um planeta cada vez mais quente.
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O habitat gelado dos ursos-polares
Onde vivem
Os ursos-polares habitam as regiões mais frias do Hemisfério Norte, especialmente áreas cobertas por gelo marinho no Canadá, Alasca, Groenlândia, Rússia e Noruega. É nesse ambiente que encontram suas presas e se locomovem em busca de alimento. O gelo é essencial para sua sobrevivência: serve como plataforma de descanso, meio de transporte e base de caça.
O papel ecológico
Por estarem no topo da cadeia alimentar, os ursos-polares são considerados indicadores ambientais. Quando há escassez de gelo ou desequilíbrio no ecossistema ártico, eles são os primeiros a sentir os efeitos. Proteger essa espécie é, portanto, uma forma de preservar todo o ambiente polar.
1. A pele é preta, e o pelo apenas parece branco
Embora aparentem ser brancos, os ursos-polares possuem pele preta e pelos translúcidos. A tonalidade escura ajuda a absorver o calor solar, enquanto os fios ocos e transparentes refletem a luz, criando o efeito visual que os camufla na neve. Essa combinação é essencial para manter a temperatura corporal estável mesmo em temperaturas abaixo de –40 °C.
2. Eles são nadadores incansáveis
Os ursos-polares são verdadeiros atletas das águas geladas. Graças às patas largas e parcialmente palmadas, conseguem nadar por dezenas de quilômetros sem parar — há registros de exemplares que percorreram mais de 600 quilômetros seguidos. Essa habilidade é vital para buscar alimento e se deslocar entre as massas de gelo cada vez mais escassas.
3. Adaptados ao frio, mas ameaçados pelo calor
Esses animais nasceram para o frio extremo. Sua espessa camada de gordura, que pode ultrapassar 10 centímetros, funciona como isolante térmico. No entanto, o aquecimento global está destruindo o gelo marinho e alterando profundamente o ambiente em que vivem. Sem plataformas fixas para caçar, muitos ursos precisam nadar por períodos mais longos, o que aumenta o desgaste e reduz as chances de sobrevivência.
4. Filhotes nascem minúsculos e frágeis
Os filhotes de urso-polar são surpreendentemente pequenos: pesam menos de um quilo ao nascer e são cegos e sem pelos. As mães constroem tocas na neve durante o inverno, onde permanecem protegidas e sem se alimentar por meses. Apenas quando os filhotes crescem o suficiente é que saem da toca para enfrentar o ambiente hostil do Ártico.
5. O olfato é sua arma secreta
Entre todos os sentidos, o olfato é o mais poderoso. Os ursos-polares conseguem sentir o cheiro de uma foca a mais de um quilômetro de distância — mesmo que ela esteja escondida sob o gelo. Essa habilidade é fundamental para caçar, já que permite detectar o local exato em que a presa sobe à superfície para respirar.
6. A caça exige paciência e estratégia
A técnica mais comum dos ursos-polares é conhecida como “caça de espera”. Eles permanecem imóveis ao lado dos buracos de respiração das focas, aguardando o momento exato em que o animal emerge para capturá-lo. Essa estratégia pode levar horas ou até dias, exigindo extrema paciência e energia. Em épocas de escassez, podem percorrer quilômetros em busca de presas ou recorrer a carcaças de baleias e morsas.
7. São os maiores carnívoros terrestres
Os ursos-polares figuram entre os maiores predadores da Terra. Machos adultos podem chegar a 2,6 metros de comprimento e pesar até 700 quilos. Sua dieta é composta majoritariamente por carne, principalmente gordura de focas, que fornece a energia necessária para suportar o frio intenso. Em períodos de fome, também consomem peixes, aves e até algas.
8. Vivem até 25 anos e são solitários
Na natureza, os ursos-polares podem viver entre 20 e 25 anos, mas em cativeiro essa expectativa pode chegar a 35 anos. Eles são animais solitários, exceto durante a época de acasalamento ou quando as fêmeas estão com filhotes. Cada indivíduo percorre extensas áreas, seguindo o movimento das geleiras e das presas.
9. A mudança climática é sua maior ameaça
O derretimento das calotas polares é hoje o maior perigo para a espécie. Sem gelo suficiente, os ursos têm dificuldade em caçar, perdem peso rapidamente e enfrentam longos períodos de fome. Além disso, o contato cada vez maior com áreas habitadas por humanos aumenta o risco de conflitos e contaminação por poluentes. Especialistas alertam que, se o ritmo atual de aquecimento continuar, dois terços da população mundial de ursos-polares podem desaparecer até o fim do século.
Adaptações extraordinárias ao ambiente extremo

Uma barreira natural contra o frio
A camada de gordura sob a pele atua como um verdadeiro escudo térmico, permitindo que os ursos-polares mergulhem em águas geladas sem perder calor. Essa gordura também é essencial durante os períodos de jejum, servindo como reserva de energia.
Patas multifuncionais
As patas dos ursos são uma obra-prima da evolução: grandes e cobertas por pelos, elas distribuem o peso sobre o gelo e evitam escorregões. As garras afiadas ajudam na caça e na tração sobre a neve. Durante a natação, as patas dianteiras funcionam como remos, enquanto as traseiras atuam como lemes.
Pelagem inteligente
O pelo dos ursos-polares contém uma camada oleosa que impede o acúmulo de gelo e água. Essa característica garante isolamento térmico mesmo após longos mergulhos. Além disso, a pelagem é tão eficiente que, quando observados por câmeras infravermelhas, os ursos praticamente não emitem calor detectável.
A importância da conservação
A situação dos ursos-polares é um reflexo direto das transformações do planeta. À medida que o gelo desaparece, suas oportunidades de caça diminuem, e o número de indivíduos também. Projetos internacionais de conservação têm buscado limitar o aquecimento global e proteger áreas de reprodução, mas o futuro ainda é incerto.
Manter o equilíbrio do Ártico é vital não apenas para os ursos, mas para todo o planeta. O derretimento do gelo afeta correntes oceânicas, níveis do mar e o clima global. Cada gesto de preservação ambiental — desde reduzir o consumo de combustíveis fósseis até apoiar políticas sustentáveis — contribui para o futuro desses animais e de todos nós.
Considerações finais
Os ursos-polares são mais do que ícones do Ártico: são símbolos de adaptação, resiliência e também de alerta. Suas curiosidades revelam uma espécie perfeitamente moldada para o frio, mas profundamente vulnerável às ações humanas. Conhecer suas características e desafios é o primeiro passo para proteger não apenas uma espécie, mas todo um ecossistema em risco.
No coração gelado do planeta, o urso-polar continua sua jornada milenar sobre o gelo — um lembrete poderoso de que a natureza, mesmo nas condições mais extremas, depende do equilíbrio que o ser humano precisa aprender a preservar.
