Se seu cãozinho morresse, você gostaria de revivê-lo? Só há um jeito de fazer isso acontecer

Já imaginou poder clonar o seu animalzinho favorito e tê-lo para sempre? Bom, na realidade isso já é possível desde 2005 na Coreia do Sul, mas o preço? $100,000. Porém, com o tempo, a prática feita pela ViaGen, uma empresa texana capaz de realizar clonagens, conseguiu abaixar o preço para $50,000. Já um gato é um pouco mais barato: cerca de $25,000.

Mas por que as pessoas fariam isso? Segundo Melain Rodriguez, gerente de serviço ao cliente da ViaGen, “O ponto em comum é que eles amam seus animais. Eles compartilham um laço de amor extremo com o pet. É algo que pode dar esperança ao cliente, especialmente se o pet estiver doente ou tiver morrido recentemente. Pode dar um pouco de esperança para o futuro se houver um pequeno pedaço deles crescendo e vivendo.”

Além disso, a ViaGen também oferece um serviço parecido ao dos humanos: um banco genético. A preservação desse código genético custa uns $1,600 e um preço também por ano de $150. Assim, os donos podem decidir se querem clonar agora ou manter essas células por tempo indeterminado.

O único problema é que as pessoas têm que entender que nem sempre os cães ”novos” serão réplicas exatas. “Eu acho que tem uma certa noção que um clone é uma cópia exata e isso é correto em termos da genética”, conta James. A. Serpell, professor de ética da Marie A. Moore e diretor do Centro de Interação de Animais e Sociedade na Universidade da Medicina Veterinária na Filadélfia.

“Mas os genes são somente o diagrama. E como este diagrama é interpretado e transformado durante o desenvolvimento pode ter grandes efeitos. Muita coisa pode acontecer desde a concepção e a vida adulta e isso realmente determina como o que você vai acabar recebendo do animal”, disse.

Na realidade, o que acontece é que nem sempre a personalidade do seu antigo bichinho aparecerá no clone. Mesmo assim, segundo a empresa, muitos clientes revelam que geralmente conseguiram praticamente o mesmo animal a partir de seus comportamentos. É claro que tudo isso depende do ambiente no qual eles se desenvolverão.

Lembrando que eles podem não ser idênticos na aparência também. Por exemplo, se o seu cachorro nasceu com pintas pretas em diversas regiões do corpo pode ser que o clone as apresente em diferentes regiões, já que isso implica, muitas vezes, no lugar onde ele foi concebido, um útero diferente por exemplo, acaba mudando esses pequenos detalhes.

Mas por que fazer isso?

Bom, clonar um animal pode não ser apenas bom para os donos, mas também cientificamente falando. Quero dizer, é um modo de salvar espécies em risco de extinção e também repor aqueles animais que são geralmente treinados pela polícia militar, para identificar drogas, encontrar pessoas perdidas ou mesmo aqueles que trabalham como voluntários.

Mas como eles fazem isso?

Basicamente, o processo envolve coletar e preservar o material genético. Um veterinário coleta pequenas partes da pele do animal por um processo de biópsia, mas o bichinho não sente nada por estar anestesiado. Assim, as células são depois congeladas em nitrogênio líquido. A partir dai, elas ficaram boas para uso em qualquer momento.

Depois disso, eles pegam um óvulo de um doador canino e removem o núcleo que é o que contém o material genético. ”Nós substituímos o núcleo com a célula do cão a ser clonado. Então damos um choque de eletricidade para que a célula se funde ao óvulo. Depois dessa fusão, ele começa a crescer no embrião”, conta Rodriguez.

A partir disso, o embrião clonado é colocado em um cãozinho, da mesma forma que acontece quando uma mãe humana não consegue sustentar uma gravidez.

Mas e aí? Você faria esse procedimento para manter seu cachorro vivo para sempre?

Fotos: Reprodução/ Thinkstock.