Da sobrevivência ao sucesso
Samuel Klein nasceu na Polônia em 1923, sobreviveu ao Holocausto e imigrou para o Brasil em 1951, buscando recomeçar a vida. Com espírito empreendedor e sensibilidade para os desafios do povo brasileiro, transformou uma pequena loja de eletrodomésticos em um dos maiores impérios do varejo da América Latina: a Casas Bahia.
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O nascimento da Casas Bahia
Vendas porta a porta
Ao chegar ao Brasil, Klein começou vendendo produtos de porta em porta para imigrantes e trabalhadores do ABC Paulista. Percebeu que muitos não tinham acesso a bens duráveis por falta de crédito.
Abertura da primeira loja
Em 1957, fundou a primeira loja da Casas Bahia em São Caetano do Sul. O nome foi uma homenagem aos muitos nordestinos que compravam seus produtos e se tornaram clientes fiéis.
A liderança que revolucionou o consumo popular

Crédito facilitado como estratégia
Samuel foi pioneiro ao oferecer crediário para trabalhadores informais e pessoas sem conta bancária. A prática, vista com receio por outros lojistas, tornou-se um sucesso.
Inclusão pelo consumo
A Casas Bahia permitiu que milhões de brasileiros adquirissem seus primeiros eletrodomésticos, móveis e eletrônicos, promovendo mobilidade social através do consumo.
Cultura empresarial centrada no cliente
A filosofia de Klein era clara: tratar o cliente como parte da família. Isso se refletia em campanhas publicitárias simples e acessíveis, e em uma rede de atendimento que priorizava o relacionamento.
Inovações operacionais
Expansão em ritmo acelerado
Durante as décadas de 1970 a 1990, a rede se expandiu por todo o estado de São Paulo e depois para outros estados, sempre com foco no público popular.
Investimento em logística
Samuel investiu em centros de distribuição e em uma frota própria para garantir entrega rápida, inclusive em regiões periféricas.
Modelo de gestão familiar
A liderança de Klein era baseada em relações pessoais, fidelidade e meritocracia. Muitos gerentes eram promovidos internamente, refletindo a confiança nos talentos da base.
Crises e adaptações
A concorrência e a era digital
No fim dos anos 1990, com a chegada de grandes redes e da internet, o modelo tradicional da Casas Bahia precisou se reinventar.
Fusão com o Ponto Frio
Em 2009, a Casas Bahia se uniu ao Grupo Pão de Açúcar em uma fusão com o Ponto Frio, criando a Via Varejo. O objetivo era modernizar a gestão e competir com novos players.
Críticas ao modelo de crédito
Com o tempo, o sistema de crediário também passou a ser alvo de críticas por altas taxas de juros. A empresa teve que rever suas condições e adaptar-se à regulação.
O legado de Samuel Klein
Geração de empregos
Durante sua liderança, a Casas Bahia chegou a empregar mais de 60 mil pessoas. Seu modelo contribuiu diretamente para a formalização do mercado de trabalho no varejo.
Filantropia e impacto social
Klein também foi conhecido por suas doações a hospitais, instituições de caridade e projetos educacionais. Seu compromisso com o bem-estar social sempre foi parte de sua visão de negócio.
Inspiração para gerações
A história de Samuel Klein é ensinada em escolas de negócio e inspira empreendedores que desejam unir lucro, propósito e impacto social.
Considerações finais
Samuel Klein não foi apenas um comerciante de sucesso. Foi um visionário que transformou o acesso ao consumo no Brasil, entendeu as necessidades do povo e criou um modelo de negócio baseado em confiança, empatia e liderança genuína.
Sua atuação moldou o varejo brasileiro como conhecemos hoje. A revolução que promoveu continua viva em cada loja popular, em cada consumidor que teve a oportunidade de melhorar sua qualidade de vida por meio do crédito e da inclusão.













