Rosa conheceu a pobreza quando a sua família caiu na miséria, por falência nos negócios paternos. Ela trabalhou, arduamente, como doméstica, na horta e como bordadeira, até altas horas da noite. Semelhante a muitas mulheres nos dias de hoje que lutam pata levar o pão para casa.
Quando fazia entrega nas casas dos seus fregueses, aproveitava para levar a Palavra de Cristo e o seu anseio pelo bem e pela justiça, que, na sociedade peruana da época, espezinhada pela Espanha colonizadora, parecia totalmente ofuscada.
Na casa paterna, criou uma espécie de asilo para os necessitados, onde dava assistência às crianças e aos idosos abandonados, sobretudo de origem indígena.
Desde pequena, Rosa desejava consagrar-se a Deus com a vida claustral, permanecendo “virgem no mundo”.
Como Terciária Dominicana, trancou-se em uma cela de poucos metros quadrados, construída no jardim da casa paterna, da qual saía apenas para a função religiosa. Ali, transcorria grande parte dos dias, dedicando-se à oração e em íntima comunhão com o Senhor.
“Dedique a mim todo o seu amor”!
Certo dia, enquanto rezava diante de uma imagem da Virgem Maria, que segurava Jesus nos braços, ouviu a voz daquele Menino, que lhe dizia: “Rosa, dedique a mim todo o seu amor…”! E não hesitou: desde então, Jesus foi o seu amor exclusivo até à morte: um amor cultivado com a virgindade, a oração e a penitência.
Ela repetia sempre: “Meu Deus, podeis aumentar meus sofrimentos, contanto que aumenteis o meu amor por vós”. Assim, o significado redentor da Paixão de Cristo, tornou-se claro para ela: o sofrimento, vivido com fé, redime e salva. O sofrimento do homem pode ser associado ao sofrimento salvador de Cristo.
Esta foi uma verdadeira reviravolta interior, que coincidiu com a leitura da vida de Santa Catarina, da qual aprendeu a amar o sangue de Cristo e a Igreja. Precisamente na sua cela no jardim, Rosa reviveu, na sua carne, a Paixão de Jesus, por duas intenções: a conversão dos espanhóis e a evangelização dos índios.












