Subespécie de rinocerontes perde seu último macho. E drama da extinção é cada vez maior
Último macho até então sobrevivente da subespécie rinoceronte-branco do norte, Sudan, que vivia protegido em uma reserva natural do Quênia, morreu aos 45 anos. O anúncio foi divulgado pela equipe veterinária da OI Peteja. O mamífero foi submetido a uma eutanásia por conta das graves complicações de saúde que desenvolveu com a idade avançada.
Sudan nasceu em 1973 em Shambe, no Sudão do Sul. Na época sua espécie ainda contava com quase 700 exemplares vivos. No entanto, os anos de caça (principalmente entre as décadas de 1970 e 1980) dizimaram a população de rinocerontes-brancos do norte para obtenção dos chifres usados na medicina tradicional chinesa e na confecção de alças de punhal no Iêmen . Em 2008 a espécie foi considerada extinta em estado selvagem.
Com a morte do macho, os últimos representantes vivos da subespécie passam a ser duas fêmeas. O risco de extinção é iminente e a última cartada dos cientistas é utilizar o material genético de Sudan para tentar desenvolver técnicas de fertilização in vitro.
“Estamos devastados com a morte de Sudan. Ele era um grande embaixador para a sua espécie e sempre será lembrado por ser exemplo global de alerta a respeito de tudo o que os rinocerontes enfrentam, assim como milhares de outras espécies ameaçadas de extinção por conta de atividades humanas”, declarou Richard Vigne, diretor do OI Pejeta.

A captura de Sudan ao lado de outros seis rinocerontes da subespécie impediram que a extinção fosse consumada em definitivo. As fêmeas sobreviventes, Najin e Fatu, de 28 e 17 anos, respectivamente, são filhas do macho falecido. Fatu representa o último nascimento da espécie.
“Foi um animal fantástico e muito gentil. Nunca foi agressivo e sempre se portou com muita obediência”, disse o treinador Jan Zdarek, que conviveu com o rinoceronte no zoológico de Dvur Kralove, na República Tcheca.
Foto de Capa: AP
Fonte: G1


