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Moda da realeza: as regras secretas que moldam o estilo da família real britânica

A moda da realeza britânica sempre desperta curiosidade. Mais do que estilo e elegância, o modo de vestir dos Windsor é um verdadeiro protocolo de conduta. Cada cor, tecido e acessório tem um propósito — e nada é deixado ao acaso. Desde os tempos da rainha Elizabeth II até a nova geração representada por Kate Middleton e Meghan Markle, o guarda-roupa real é regido por um conjunto de regras que reforçam tradição, respeito e representatividade.

As normas não existem apenas por estética. Elas cumprem uma função diplomática e simbólica: mostrar continuidade, unidade e sobriedade diante do olhar do mundo. Conheça agora as principais regras de moda que a família real britânica é obrigada a seguir — e o que elas revelam sobre a monarquia mais observada do planeta.

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A origem do protocolo real de moda

Vestir-se como símbolo da nação

A história do dress code real remonta aos séculos passados, quando os monarcas eram vistos como representantes diretos da nação. A roupa, nesse contexto, tinha papel político e social. Ela comunicava hierarquia, riqueza e poder.

Com a modernização da monarquia e a ascensão da mídia, a roupa passou a desempenhar outro papel: o de traduzir a imagem da família real em cada aparição pública. Hoje, a moda real é cuidadosamente planejada por assessores e estilistas, respeitando um equilíbrio entre tradição, elegância e discrição.

Por que tantas regras?

Cada aparição de um membro da família real é acompanhada pela imprensa mundial. Assim, erros de vestimenta são vistos como falhas institucionais. Além disso, o vestuário comunica mensagens sutis: diplomacia, empatia, luto, celebração ou patriotismo. Por isso, cada escolha é estratégica — desde o tecido até o comprimento das mangas.

As principais regras de moda da família real britânica

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Imagem: Getty Images

Cores e visibilidade em público

As cores não são escolhidas ao acaso. Elizabeth II costumava usar tons vibrantes — amarelo, rosa, verde-limão — para se destacar em multidões. A regra segue viva: os membros da família devem ser facilmente identificáveis em eventos públicos, mesmo à distância.

As cores escuras, por outro lado, são reservadas para cerimônias solenes e funerais. O preto é usado exclusivamente em luto ou ocasiões oficiais, jamais em compromissos diários.

Chapéus e fascinators obrigatórios

Os chapéus são ícones do estilo britânico e parte essencial do figurino feminino real. Em eventos diurnos, como casamentos, corridas de cavalos e cerimônias oficiais, as mulheres devem usar chapéus ou fascinators (versões menores e decorativas).

A tradição remonta à era vitoriana, quando era considerado inadequado para uma mulher sair de casa com a cabeça descoberta. Mesmo com o passar do tempo, a família real manteve o costume como sinal de elegância e respeito.

Collants e saias no joelho

Para as mulheres, o comprimento das saias é um dos detalhes mais vigiados. O protocolo determina que elas devem cobrir os joelhos, mesmo quando sentadas. Além disso, o uso de collants cor da pele é praticamente obrigatório em aparições públicas.

Essa exigência garante uniformidade e evita que a imprensa foque em aspectos inapropriados. Meghan Markle chegou a quebrar essa tradição ao aparecer sem collants em 2018, gerando debates entre os comentaristas de etiqueta real.

Maquiagem e unhas discretas

As regras também se aplicam à beleza. Unhas longas ou coloridas não são permitidas. Tons neutros ou rosados são os únicos aceitos, representando discrição e limpeza. A maquiagem deve ser leve, natural e sem exageros.

A ideia é que o rosto do membro real transmita naturalidade e proximidade com o público, sem chamar mais atenção do que o evento em si.

Barbas, cabelos e aparência masculina

Os homens da realeza seguem um código igualmente rigoroso. A barba, por exemplo, foi por muito tempo desaconselhada. A exceção são uniformes militares ou períodos específicos de licença. Cabelos devem estar sempre bem cortados e penteados, com aparência impecável.

Príncipes e duques são incentivados a usar ternos sob medida, preferencialmente de alfaiates britânicos tradicionais, como Savile Row, reforçando o orgulho nacional.

Crianças com roupas clássicas

As crianças da realeza também seguem regras de estilo. Meninos usam calções até os oito anos, conforme tradição aristocrática inglesa. Já as meninas vestem modelos simples e tradicionais, com estampas suaves e sapatos fechados. O visual infantil simboliza inocência e continuidade da linhagem real.

Luto e roupas de emergência

Outra curiosidade é que todos os membros da família real devem viajar com uma roupa preta na mala. Essa medida existe desde 1952, quando a então princesa Elizabeth precisou retornar apressadamente de viagem após a morte do pai, o rei George VI, sem ter trajes de luto. Desde então, a norma passou a ser obrigatória.

Roupas “recicladas” e sustentabilidade

Nos últimos anos, a monarquia tem se adaptado aos novos tempos. Kate Middleton e Camilla Parker Bowles, por exemplo, são conhecidas por repetir roupas em eventos diferentes — algo antes impensável. A prática, além de refletir sustentabilidade, reforça a imagem de moderação e consciência ambiental.

Moda como diplomacia

Escolhas estratégicas em eventos internacionais

A moda também é usada como ferramenta diplomática. Quando um membro da família visita outro país, é comum incluir cores da bandeira local ou estilistas da região. Essa atitude é vista como gesto de respeito e aproximação cultural.

Durante viagens oficiais, a princesa de Gales já usou vestidos de estilistas irlandeses na Irlanda, ou tons de verde em visitas ao Paquistão — exemplos de como o vestuário comunica sutileza e empatia.

Designers britânicos em destaque

A preferência, porém, é sempre por marcas e estilistas britânicos. A família real costuma apoiar nomes tradicionais, como Alexander McQueen, Burberry e Catherine Walker, reforçando o valor da indústria de moda nacional.

Quebrando padrões: o impacto das exceções

Diana, a princesa que transformou o estilo real

Lady Diana Spencer revolucionou o modo de vestir da monarquia. Embora respeitasse o protocolo, ela soube reinventá-lo. Misturava estilistas britânicos e internacionais e usava a moda como forma de expressão e empoderamento. Seus looks se tornaram ícones e abriram caminho para uma abordagem mais moderna dentro da realeza.

Meghan Markle e a era da liberdade fashion

Com estilo contemporâneo e influência americana, Meghan quebrou algumas regras, trocando chapéus tradicionais por boinas, optando por tons neutros e peças de corte minimalista. Suas escolhas geraram controvérsia, mas também abriram debate sobre a necessidade de atualização das normas.

A função simbólica das roupas reais

As regras não servem apenas para manter a aparência. Elas reforçam a ideia de estabilidade e continuidade da monarquia. Vestir-se segundo o protocolo é uma forma de dizer que, mesmo com as mudanças do mundo, a instituição mantém sua essência.

A roupa é parte da identidade visual da coroa — e, de certa forma, um lembrete de que os membros da realeza não representam a si mesmos, mas a história de um país.

Considerações finais

O estilo da família real britânica é muito mais do que elegância e tradição: é estratégia, política e diplomacia em forma de tecido. Cada cor, botão e chapéu carrega uma mensagem silenciosa.

Mesmo com o passar das gerações, o equilíbrio entre o antigo e o novo segue sendo o maior desafio da moda real. E é justamente essa dualidade — entre o dever e a individualidade — que torna o vestuário da monarquia britânica um dos mais fascinantes e analisados do mundo.

Em última análise, as roupas da realeza não apenas vestem o corpo, mas também o símbolo da continuidade de uma instituição que aprendeu a se reinventar sem jamais perder sua majestade.

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