Imagine essa situação: Você, seu marido e seus filhos são separados e obrigados a fugir de seu país. Essa é uma situação, que embora triste, seja a realidade de muitas famílias nos lugares assolados pela guerra e atingidos pelo terrorismo do Estado Islâmico. São eles que chegam aos montes a cada dia em diversos países ao redor do mundo, após perderem tudo o que tinham construído durante anos.
Em agosto de 2014, Nofa Zaghla e sua família yazidi foram separados pelo EI no norte do Iraque. Ela ficou com seus quatro filhos mais novos, seu marido, por sua vez, foi levado junto com as duas crianças mais velhas do casal. Desde então, Nofa não fazia ideia do paradeiro deles.
Ela e seus quatro filhos ficaram por dois anos como prisioneiros do Estado Islâmico e conseguiram fugir após um bombardeio aéreo. Juntos, eles sofreram muito até conseguirem abrigo em um campo de refugiados em Curdistão e lá passaram um ano. Há cerca de cinco meses, foram levados ao Canadá, como refugiados patrocinados pelo governo, porém Nafa nunca esqueceu uma parte de sua família que a foi brutalmente arrancada.
Mas, graças a uma foto postada nas redes sociais, Nofa finalmente pode reencontrar um de seus filhos que tinham sido levados pelos terroristas. Ele é Emad Mishko Tamo, de 12 anos e foi resgatado do EI pelo exército iraquiano. Na esperança de encontrar algum membro de sua família, eles tiraram uma foto do garoto e a divulgaram. Nela, ele está coberto de poeira, com um aspecto debilitado e um curativo no braço por um tiro que levou durante o resgate.
A foto chegou a um primo de Nofa, que rapidamente o identificou e a avisou. Agora, ela espera poder trazer seu filho de volta para perto – Nofa falou à CBC News:
“Porque o EI é tão maléfico, torturando garotos e matando todo mundo que os desobedece, nós pensamos que nunca mais o veríamos de novo. Eu fiquei muito triste quando vi a foto dele coberto de sujeira. Falei com ele por telefone e ele que está bem e que vai ficar tudo bem”
Ela já havia perdido as esperanças de que um dia pudesse enfim encontrá-lo. Agora, há uma campanha nas redes sociais promovendo uma mobilização para convencer o governo canadense a agilizar a entrada de Emad no país, para que ele se junte o mais rápido possível à sua mãe e seus irmãos. Outras organizações também estão tentando intervir e ajudar – uma associação yazidi na cidade de Manitoba, no Canadá, pede que as pessoas entrem em contato com o primeiro-ministro e outros governantes por e-mail, para acelerar o processo e chamar a atenção dele.
“O Canadá já fez tanto para ajudar os refugiados yazidis e Nofa é muito grata por todo o suporte que ela recebeu do governo e dos canadenses. Nos ajuda a pressionar o governo a agir rapidamente e trazer o filho de Nofa assim que possível para acabar com o sofrimento desta família que pagou caro por ser yazidi”, diz o texto da associação.
Vídeos que mostram Emad com limpo e com roupas novas reforçam que ele está bem e a espera de sua família. Não há notícias do marido e dos outros parentes desaparecidos de Nora até agora. Esperamos que essa história tenha um desfecho feliz e que Emad consiga chegar aos braços de sua mãe mais uma vez. Foto: Reprodução/Facebook
