No município de Retinga (SP), uma professora causou a revolta de muitos pais e moradores locais. Câmeras de segurança de um colégio registraram o momento em que ela usa um saco de lixo para punir um de seus alunos. Uma criança de 3 anos afirmou que a punição é comum e sempre é adotada quando ela castigar alguém que esteja fazendo bagunça.
“[a professora] Põe dentro do saco, amarra. Põe a gente no saco a hora que a gente pega as motocas, porque fazemos bagunça”, comentou o garotinho.
Ao G1, Ivanilda Assis de Carvalho, mãe de um dos alunos, falou a respeito do alívio sentido após a Polícia Civil descobrir as ações da professora. “Pra todo mundo que não acreditou na gente, a prova está aí. A maioria não acreditava. Os pais acharam que a gente queria alguma coisa com isso, que nós tínhamos usado as crianças pra ganhar alguma coisa com isso. Eu, como mãe, eu fui e vou defender o meu filho até o fim”, disse.
A professora acusada, Selma Lopes, negou as agressões contra os alunos. Ao ser questionada, ela comentou que o saco não passa de uma brincadeira para “colocar medinho” e que ele só era levantado até a altura do pé das crianças. A professora foi afastada da função.
Crianças com medo
Ao lado da professora, sua estagiária de 17 anos, que também foi afastada, é flagrada ajudando a colocar um menino dentro do saco, como visto nas imagens da câmera de segurança. Em uma outra cena, a jovem é flagrada com uma raquete na mão, aumentando a intimidação sobre os pequenos.
Ivanilda revela que o filho teme voltar para a escola, pois tem medo da professora. O menino é portador de problemas pulmonares, o que inclui asma, e diz que já chegou a ser deixado por mais de 10 segundos dentro do saco de lixo. E por causa da punição sofrida, ele também é vítima da provocação por parte de colegas.
“Todo mundo fica chamando ele de ‘menino do saco’. Em casa, não posso ter saco preto porque ele lembra. Vai para creche com constrangimento, às vezes não quer ir porque tem medo de ela [a professora] estar lá”, conta a mãe ao portal de notícias.
Também ao G1, o delegado Eduardo Bonfim afirma que professora e estagiária serão ouvidas nos próximos dias. Contudo, ele diz que as imagens não deixam dúvidas sobre a má conduta das profissionais.
Fotos: Câmera de Segurança
Fonte: G1
