O que representa a certificação concedida pela ANAC

Primeira homologação de modelos nacionais

A autorização não se limita à operação. A Empresa Rubic também obteve a certificação de tipo para cinco modelos de balões fabricados no País, com capacidade para até 13 passageiros. Essa conquista garante que os equipamentos sigam padrões internacionais de segurança e qualidade.

Processo de testes e validações

Para alcançar a homologação, os balões passaram por avaliações minuciosas: resistência dos tecidos, eficiência dos maçaricos, estabilidade do cesto e desempenho em diferentes condições de voo. Após a aprovação, cada unidade ainda precisa receber individualmente o certificado de aeronavegabilidade padrão antes de transportar passageiros.

Apoio do programa Voo Simples

A redução das taxas pela iniciativa Voo Simples, lançada em 2020, foi determinante. O valor para certificação, que chegava a quase R$ 1 milhão, caiu para cerca de R$ 20 mil, tornando viável a formalização de projetos aerostáticos nacionais.

Como a Rubic Balões alcançou a autorização

Três anos de preparação

O pedido de certificação foi protocolado em março de 2022. Após mais de três anos de testes, ajustes técnicos e auditorias, a empresa conquistou a autorização em julho de 2025. O processo foi conduzido sob rigorosos padrões do RBAC nº 31, regulamento específico para balões.

Estrutura necessária para operar

Certificado de tipo: autoriza o modelo do balão
Certificado de aeronavegabilidade: emitido para cada aeronave individual
Certificação de produção (COP): habilitação adicional em análise para fabricação em série

Regime do Serviço Aéreo Especializado (SAE)

Os voos comerciais com balões passam a ser classificados como Serviço Aéreo Especializado, exigindo pilotos com habilitação, aeronaves registradas, áreas previamente autorizadas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e emissão de NOTAM antes de cada operação.

Impactos no balonismo brasileiro

Segurança e profissionalização

A medida estabelece um novo padrão de segurança para passageiros e operadores. Até então, os voos de balão eram realizados em caráter esportivo ou turístico, sem a mesma exigência regulatória da aviação tradicional.

Inclusão do Brasil no cenário internacional

A conquista coloca o País ao lado de nações como França, Reino Unido, Espanha, Turquia e República Tcheca, que já possuem balões certificados de acordo com normas globais.

Estímulo a novos negócios

Com o precedente aberto, outras empresas devem buscar homologações junto à ANAC. O setor vislumbra expansão, tanto para turismo quanto para serviços especializados, como publicidade aérea e eventos corporativos.

Contexto histórico e relevância da medida

Tradição e pioneirismo

O balonismo no Brasil remonta ao século XVIII, quando Bartolomeu de Gusmão apresentou seus primeiros experimentos aerostáticos. No entanto, o setor permaneceu por séculos como prática recreativa, sem regulamentação formal. A certificação da ANAC muda esse panorama ao profissionalizar a atividade.

Acidentes reforçaram urgência

Episódios trágicos, como o acidente em Praia Grande (SC) em junho de 2025, que resultou em oito mortes, reforçaram a necessidade de padronização e regras claras para operações. A regulamentação chega como resposta à pressão por mais segurança.

O que esperar do futuro do setor

Turismo de experiência

Com a homologação, abre-se espaço para que o balonismo se consolide como opção de turismo de experiência no Brasil, atraindo visitantes nacionais e estrangeiros interessados em vivenciar voos seguros e certificados.

Expansão de serviços especializados

Além do turismo, o uso de balões certificados pode ser ampliado para fins de publicidade, monitoramento aéreo e até projetos educacionais, diversificando o setor.

Perspectiva de novos fabricantes

A conquista da Rubic deve incentivar outras empresas a investir no desenvolvimento e certificação de novos modelos de balões, ampliando a indústria nacional e fortalecendo a aviação civil brasileira.

Considerações finais

A certificação inédita da Rubic Balões pela ANAC representa um avanço histórico para a aviação brasileira. Ao regulamentar os voos comerciais com balões, o País fortalece sua imagem internacional, eleva os padrões de segurança e cria novas oportunidades de negócios. Mais do que um marco técnico, trata-se de um passo fundamental para transformar o balonismo em atividade segura, sustentável e promissora no Brasil.