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Praias brasileiras podem desaparecer até 2100, alerta estudo sobre o avanço do mar

O avanço do mar preocupa cientistas e gestores públicos

O Brasil pode perder parte significativa de seu patrimônio natural nas próximas décadas. Um estudo recente desenvolvido por pesquisadores brasileiros chamou a atenção ao afirmar que diversas praias do país estão em risco de desaparecer até o final do século. As causas principais são o aumento do nível do mar e a erosão contínua da faixa litorânea, fenômenos associados diretamente às mudanças climáticas globais.

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Números que preocupam

Estimativas para o fim do século

Os pesquisadores estimam que, mesmo com um cenário considerado positivo em termos de emissão de gases do efeito estufa, o nível médio do mar no Brasil pode subir cerca de 50 centímetros até 2100. Em contextos mais pessimistas, especialmente com a intensificação de tempestades e ressacas, essa elevação pode ultrapassar 1,80 metro.

Esse acréscimo, embora pareça pequeno, pode provocar alterações drásticas em áreas costeiras baixas e densamente ocupadas. Municípios litorâneos, especialmente em regiões metropolitanas, correm o risco de ver praias inteiras desaparecerem, populações serem deslocadas e estruturas urbanas comprometidas.

Impacto em áreas urbanas

Cidades como Niterói (RJ), Porto Alegre (RS) e Santos (SP) estão entre as que enfrentam maior vulnerabilidade. Além da perda de faixa de areia, o avanço do mar ameaça bairros residenciais, rodovias, equipamentos públicos e até mesmo reservas ambientais.

Niterói é um dos casos mais alarmantes

Estudo destaca vulnerabilidade da cidade fluminense

No caso de Niterói, uma das cidades mais populosas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o estudo projeta que bairros inteiros podem ser atingidos. Estima-se que cerca de 9 mil moradores sejam diretamente afetados com a perda de residências e com a destruição de áreas verdes costeiras. A região já é conhecida por sofrer com inundações periódicas, o que pode ser agravado consideravelmente pela elevação do mar.

Projetos de mitigação já em andamento

Em resposta às ameaças, a prefeitura de Niterói vem implementando obras para conter os efeitos do avanço das águas. Um dos projetos envolve a criação de grandes reservatórios subterrâneos em áreas críticas da cidade, com o objetivo de reduzir o impacto das chuvas e das marés altas. No entanto, especialistas alertam que essas medidas podem não ser suficientes sem um plano nacional coordenado.

Porto Alegre e outras cidades também estão em risco

Capitais brasileiras vulneráveis à elevação do mar

Além do Rio de Janeiro, outras capitais litorâneas também apresentam risco elevado. Em Porto Alegre, embora a cidade não seja banhada diretamente pelo mar, a influência das marés sobre a Lagoa dos Patos e os sistemas de drenagem já provoca impactos durante enchentes e temporais.

O cenário pode se repetir em diversas localidades do litoral nordestino, como Recife e Fortaleza, onde a urbanização acelerada dificultou a preservação de áreas de contenção natural, como manguezais e dunas.

O papel da erosão costeira

O que causa o recuo das praias

A erosão costeira é um processo natural, mas pode ser acelerada por ações humanas, como ocupação irregular, construção de obras sem planejamento ambiental e retirada de vegetação nativa. O recuo da linha da praia em muitos pontos do Brasil já é perceptível, e o aumento do nível do mar agrava ainda mais esse processo.

Em algumas cidades, o avanço do mar já engoliu casas, avenidas e áreas de lazer. No estado de São Paulo, por exemplo, o Instituto de Pesquisas Ambientais desenvolveu um mapa detalhado das áreas mais vulneráveis à erosão e ao avanço das águas.

Um problema que afeta 70% do litoral

Estudos ambientais anteriores já haviam indicado que cerca de 70% da costa brasileira apresenta algum grau de erosão. A tendência é que esse número aumente se medidas emergenciais não forem tomadas.

Mudanças climáticas como motor principal

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Imagem – rawpixelcom/Freepik

Aquecimento global e derretimento de calotas polares

A principal causa do aumento do nível do mar é o aquecimento global, que acelera o derretimento das geleiras e calotas polares, além de provocar a expansão térmica dos oceanos. A elevação da temperatura média global tem impacto direto nas dinâmicas costeiras, afetando não apenas o Brasil, mas países do mundo inteiro.

Emissões de gases intensificam o problema

O Brasil, embora não esteja entre os maiores emissores de gases estufa, sente os efeitos da mudança climática de forma intensa por ter um território extenso e diverso, com muitas áreas costeiras habitadas. A continuidade das emissões sem controle tende a agravar a crise climática e seus desdobramentos sobre o litoral.

O que pode ser feito para evitar a perda das praias

Planejamento urbano e ambiental

Especialistas defendem que os municípios costeiros adotem políticas públicas mais rígidas quanto à ocupação do solo, zoneamento costeiro e proteção de ecossistemas naturais. É essencial evitar construções em áreas de risco e preservar estruturas naturais que funcionam como barreiras, como os mangues e as dunas.

Infraestrutura adaptada à nova realidade

Além de planejamento, obras de infraestrutura adaptativa são apontadas como necessárias. Barreiras físicas, diques, drenagens inteligentes e reservatórios subterrâneos são algumas soluções que podem mitigar os danos causados por inundações e avanço do mar.

Educação ambiental e mobilização social

Campanhas de educação ambiental e incentivo à sustentabilidade também são fundamentais para envolver a sociedade no enfrentamento da crise climática. Quanto mais a população estiver informada sobre os riscos e os caminhos para a mitigação, mais efetivas serão as ações preventivas.

O turismo e a economia costeira em jogo

Perda de atrativos naturais

Com o desaparecimento de praias, o turismo, que é uma das principais atividades econômicas de centenas de municípios brasileiros, também está ameaçado. Estações turísticas famosas podem perder sua atratividade, prejudicando negócios locais e diminuindo a geração de empregos.

Consequências econômicas a longo prazo

Além do impacto imediato sobre o setor de turismo, a erosão costeira e a elevação do mar também podem afetar a arrecadação de impostos, a logística portuária e o valor de propriedades em regiões litorâneas. Cidades que não se prepararem podem enfrentar sérios prejuízos econômicos nos próximos anos.

Considerações finais

O desaparecimento de praias brasileiras pode parecer uma realidade distante, mas as projeções científicas mostram que esse futuro pode chegar mais cedo do que imaginamos. A combinação entre o aumento do nível do mar, a erosão e as falhas de planejamento urbano expõe o país a uma crise ambiental de grandes proporções.

Proteger o litoral brasileiro é mais do que preservar paisagens: é garantir a segurança de milhões de pessoas, preservar ecossistemas e manter uma parte fundamental da identidade cultural e econômica do Brasil.

O desafio está lançado: será que teremos coragem política e coletiva para evitar que as praias mais famosas do país desapareçam diante dos nossos olhos?

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