A estudante Maria Alice de Oliveira, de 22 anos, chegou em Rosário, na Argentina, pouco antes da pandemia para cursar medicina. Como não queria fazer anos de curso pré-vestibular, começou a procurar faculdades estrangeiras onde pudesse ter uma formação de qualidade e sem pagar um preço exorbitante.
“Eu não queria ter que ficar seis anos no cursinho, pois essa é a média para passar numa faculdade pública no Brasil”. Disse a estudante.
A jovem afirma que o acesso à universidade no país vizinho é muito mais justo e permite que estudantes com baixa renda possam ingressar nesse tipo de graduação.
Enquanto nas faculdades tradicionais brasileiras, tem os vestibulares próprios ou usam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como peneira. Nas instituições argentinas basta se inscrever no curso, seguir um ciclo com matérias específicas e, se atingir a nota exigida, o candidato de fato começa a estudar matérias de medicina.
Em algumas universidades esse ciclo básico comum pode durar três meses, seis ou até um ano.
“Na minha faculdade, fiz um curso de ingresso que tinha matérias que envolviam química, física, biologia, anatomia e para quem é estrangeiro tem o espanhol. A gente faz esse curso de ingresso, depois tem as questões e entrevista com o reitor e professor. No final, eles fazem um ranking com um número de pessoas aprovadas”, explica a estudante.
Mesmo tendo opções públicas de ensino, Maria Alice optou por uma faculdade privada pelo intercâmbio cultural e oportunidades de trabalhar na Europa no fim da graduação.
Atualmente, ela estuda no Instituto Universitário Italiano de Rosário, uma faculdade italiana que fica a quase 600 quilômetros da capital Buenos Aires.
“Temos materiais em inglês e italiano e todas as matérias são em espanhol. Temos aula de inglês médico e italiano para conhecer a língua. Penso em ir para Espanha ou Itália depois da graduação, pois a Argentina tem um tratado com a Espanha”, diz a jovem que paga R$ 1,2 mil de mensalidade na atual faculdade.
Custo de vida mais barato
Mesmo tendo ajuda financeira dos pais e não podendo trabalhar por causa da carga horária puxada, ela conta que viver no país sendo estudante é uma realidade possível para muitos brasileiros que buscam qualidade de vida e ingresso em boas instituições.
Hoje, ela consegue morar sozinha em um apartamento, ter gastos com alimentação, passeios e mensalidade da faculdade com um custo mensal de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil. Coisa que aqui no Brasil, seria impossível!












