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Polidactilia em gatos: entenda por que alguns felinos têm dedos extras e como cuidar deles

Polidactilia

A polidactilia é uma condição curiosa e encantadora que chama atenção de quem convive com gatos. Esses felinos “de luva”, como alguns tutores gostam de chamá-los, possuem um número maior de dedos do que o habitual — algo que, apesar de incomum, é perfeitamente natural.

Embora pareça apenas uma peculiaridade física, a polidactilia envolve fatores genéticos específicos e pode exigir alguns cuidados. Entender suas causas e implicações é fundamental para garantir o bem-estar do animal e evitar possíveis complicações.

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O que é polidactilia em gatos

Definição

Polidactilia é o termo médico que descreve a presença de dedos adicionais nas patas de um gato. Normalmente, os felinos têm cinco dedos nas patas dianteiras e quatro nas traseiras. Quando há mais que isso, o animal é considerado polidáctilo.

Esses dedos extras podem aparecer apenas nas patas da frente, nas traseiras ou em todas. Dependendo do caso, eles podem ter unhas, almofadas e ossos completamente formados — funcionando como dedos normais — ou ser apenas pequenas projeções sem função motora.

Origem genética

A polidactilia é resultado de uma mutação genética dominante. Isso significa que, se um dos pais tiver o gene responsável, há grandes chances de a característica ser transmitida aos filhotes.

A mutação afeta genes que controlam o desenvolvimento dos membros ainda no útero, especialmente regiões responsáveis pela formação dos dedos. Essa variação ocorre de forma natural e não está associada a doenças ou cruzamentos consanguíneos.

Frequência entre raças

Qualquer gato pode nascer com polidactilia, mas ela é mais observada em certas populações, como gatos domésticos de regiões frias e raças de grande porte, como o Maine Coon. Criadores dessa raça inclusive mantêm linhagens de gatos polidáctilos, valorizadas por sua aparência robusta e carisma.

Tipos e formas da polidactilia

Polidactilia
Imagem – Bestofweb/Freepik

Polidactilia pré-axial e pós-axial

Os dedos extras podem se desenvolver em diferentes posições:

  • Pré-axial: quando o dedo adicional surge no lado interno da pata, próximo ao equivalente do “polegar humano”.
  • Pós-axial: quando o dedo aparece na parte externa da pata.

A forma pré-axial é a mais comum e é responsável pela aparência de “luva” ou “mãozinha” em alguns gatos.

Quantidade de dedos

O número de dedos extras varia de gato para gato. Há casos com apenas um dedo adicional em cada pata e outros mais raros com dois ou três. Registros incomuns relatam felinos com até 28 dedos no total.

Mesmo com dedos a mais, a maioria dos gatos polidáctilos não apresenta dificuldades de locomoção e pode correr, saltar e escalar normalmente.

Impactos na saúde do gato

Quando é apenas uma característica física

Na maioria dos casos, a polidactilia não representa nenhum problema para o gato. Ela não causa dor, não afeta o equilíbrio e tampouco limita movimentos. Muitos felinos vivem vidas longas e saudáveis, sem nunca apresentar complicações.

Ainda assim, a condição exige atenção especial nas patas, já que os dedos extras podem gerar pequenas situações de risco se não forem monitorados.

Possíveis complicações

Alguns gatos podem desenvolver:

  • Unhas encravadas — quando a garra cresce em direção à pele por falta de desgaste natural.
  • Ferimentos e infecções — devido a arranhões acidentais causados por unhas mal posicionadas.
  • Dificuldade de locomoção — em casos mais graves, quando o dedo adicional é malformado e interfere no apoio da pata.

Esses problemas costumam ser leves e fáceis de tratar quando detectados cedo, mas o acompanhamento veterinário é essencial.

Polidactilia e hipoplasia radial

Em situações raras, a polidactilia pode vir acompanhada de uma condição chamada hipoplasia radial, que afeta o desenvolvimento dos ossos do antebraço. Nesses casos, os gatos podem apresentar deformidades nos membros dianteiros e precisar de acompanhamento constante.

Diagnóstico e acompanhamento

Um veterinário consegue identificar a polidactilia apenas com o exame físico, observando a estrutura e a movimentação das patas. Em casos de suspeita de anomalias ósseas, podem ser solicitados exames de imagem, como raio-X.

Geralmente, não há necessidade de intervenção cirúrgica, a menos que o dedo extra cause desconforto, infecção recorrente ou prejudique o movimento. A decisão sempre deve ser tomada junto a um profissional especializado.

Cuidados essenciais com gatos polidáctilos

Manutenção das garras

Os tutores precisam cortar regularmente todas as unhas — inclusive as dos dedos extras. Como essas garras nem sempre encostam no chão, tendem a crescer demais e encravar.

Um bom hábito é observar as patas a cada duas semanas. Se houver dificuldade em aparar as unhas, o ideal é recorrer a um veterinário ou pet shop especializado.

Limpeza e observação

Manter as patas limpas e secas ajuda a evitar infecções. Também é importante checar se há feridas, inchaços ou sinais de dor. Qualquer alteração deve ser avaliada por um profissional.

Enriquecimento ambiental

Oferecer arranhadores e brinquedos apropriados ajuda a desgastar as garras naturalmente. Isso reduz o risco de unhas longas e evita que o gato as prenda em tecidos ou tapetes.

Cirurgia: apenas em casos específicos

A remoção de dedos extras só é recomendada quando eles causam problemas sérios, como feridas recorrentes, dor intensa ou deformidades ósseas. O procedimento é simples, mas requer anestesia, cuidados pós-operatórios e acompanhamento médico.

Curiosidades e mitos

Gatos de Hemingway

Um dos exemplos mais conhecidos de gatos polidáctilos vem da casa do escritor Ernest Hemingway, em Key West (EUA). Ele era apaixonado por gatos com dedos extras, e muitos descendentes desses animais ainda vivem no local, hoje transformado em museu.

Gatos polidáctilos são mais habilidosos?

Apesar de a aparência das “mãozinhas” dar a impressão de maior destreza, não há evidências científicas de que gatos polidáctilos sejam mais inteligentes ou tenham habilidades superiores. No entanto, alguns tutores afirmam que eles se saem melhor ao escalar ou segurar objetos.

Não são uma anomalia rara

Embora incomum, a polidactilia é mais frequente do que parece. Muitos gatos domésticos em diferentes partes do mundo apresentam essa mutação genética, mesmo sem histórico familiar conhecido.

Quando procurar um veterinário

Leve o gato ao veterinário se ele apresentar:

  • Dificuldade para andar ou apoiar as patas
  • Vermelhidão, feridas ou sangramento entre os dedos
  • Garras tortas ou crescendo em direção à pele
  • Comportamento de lambedura excessiva nas patas

A avaliação precoce evita infecções e garante que o felino continue saudável e confortável.

Considerações finais

A polidactilia é uma condição fascinante que mostra a diversidade genética dos felinos. Apesar do aspecto diferente, os gatos com dedos extras são perfeitamente normais e podem ter uma vida longa e ativa.

Com cuidados simples — como o corte regular das unhas, observação das patas e visitas veterinárias de rotina —, é possível garantir que o gato polidáctilo viva com conforto e segurança.

Mais do que uma curiosidade, essa característica é uma lembrança de como a natureza cria suas próprias versões do extraordinário.


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