A cidade de Florianópolis (SC) ganhou um novo herói. Alex da Silva, 26, soldado do 21° batalhão do município, salvou a vida de uma criança de cinco anos que faz uso de traqueostomia tendo em mãos apenas a tampa de uma caneta esferográfica.
Segundo informações da Polícia Militar, Alex interrompeu o policiamento na rua Caminho dos Açores, no bairro Santo Antônio de Lisboa, após ouvir gritos de socorro vindos de uma senhora. Ao sair da viatura, o policial deu de cara com a pequena Marina, que estava desfalecida, com a pele pálida, olhos virados e lábios roxos. Sua condição era crítica, então, imediatamente Alex colocou a criança sobre o chão e pediu para que o colega, Leandro, chamasse auxílio médico.
“Eu não sabia se ela tinha caído, levado uma mordida de uma cobra ou engolido algum objeto. No momento que coloquei a mão perto da garganta para sentir os sinais vitais, eu vi que ela possuía uma traqueostomia na garganta. E tava toda obstruída por catarro ou pus. Nesse momento, coloquei minhas luvas descartáveis, e eu tinha uma caneta BIC. Eu tirei a tampa dessa caneta e comecei a limpar esse tubo”, contou o soldado.
Após a ação, o coração de Marina ainda não havia voltado a bater, até que uma massagem cardíaca do policial fez com que seus batimentos, aos poucos, se estabilizassem e a menina voltasse a respirar. Poucos minutos depois, a ambulância chegou ao local e a menina foi encaminhada até o hospital infantil Joana de Gusmão. De acordo com o médico Adriano Meira Oliveira, se não fosse pela manobra prestada por Alex, fatalmente a garotinha não teria sobrevivido. E detalhe: o soldado nunca havia feito algo semelhante.
“Eu só tive instrução de atendimento pré-hospitalar no curso de formação de soldados pela PM em 2014. Nem eu nem meu parceiro temos curso de primeiros socorros, enfermagem nem nada. Foi a primeira vez. Foi Deus que agiu. O anjo da guarda dela que estava do nosso lado”, disse Alex.
No dia seguinte ao atendimento, os policiais militares envolvidos na ação visitaram Marina e sua mãe, a lojista Julia Nunes, 34, no hospital. “Ele foi um herói, porque se tivesse esperado até o hospital não teria dado tempo”, comentou a mãe. A criança é portadora de uma doença chamada estenose subglótica, que faz com que suas vias respiratórias sofram um estreitamento. Por isso, foi necessária a traqueostomia, uma intervenção cirúrgica na qual um tubo de passagem de ar é colocado dentro de um orifício na traqueia. Felizmente, o ocorrido não deixou nenhuma sequela na garotinha.













