Ser mãe é quase um contexto de ser uma heroína, uma santa e um ser perfeito. A sociedade vê isso na mulher grávida, como se ela tivesse vários deveres a cumprir, sendo cobrado em tempo integral.
Mulheres em geral sempre são cobradas, desde o fato de não terem filhos, ou que engravidaram muito tarde ou, então, que tiveram um filho único apenas. Tudo é motivo para se comentar, sem se preocupar que ali há uma pessoa real com sentimentos e vontade próprias.
Contrariando essa visão deturpada de mundo, a cantora Pitty resolveu dar um depoimento onde coloca em pauta as dificuldades do pós-parto e a “idealização” do que é a maternidade. A rockeira que é mãe de Madalena, de 9 meses, afirmou que ser mãe é automaticamente associado a algo divino, como se a mulher virasse santa quando está grávida.
Ela lembra que tudo muda após o parto: o corpo, o humor, os sentimentos e tudo que abrange a feminilidade. Pitty conta que mesmo sem dormir, não se reconhecendo ao olhar-se no espelho e vivendo em um verdadeiro “tsunami hormonal”, ela ainda estava fascinada e apaixonada por aquele serzinho ali ao lado dela.
“A maternidade é um negócio incrível, estou amando, mas eu quis! A vida não se resume a isso, tem gente que não quer. Faço questão de falar isso porque sei como é estar no lugar de ser cobrada. Não acho justo botar essa carga em cima das mulheres”, diz.
A cantora ainda lembra sobre o assunto “amamentação”. Nesse momento, tudo realmente muda. “É uma abnegação enorme. E passei por isso com estrutura, sendo bem cuidada, com meu marido ao lado. Imagina as pessoas que não têm estrutura? A gente precisa pensar em dar um suporte melhor para essas mulheres”, afirma.
Isso se deve ao fato de que muitas não tem o desejo e apreço pela maternidade e isso está tudo bem. A sociedade vai julgar, sim, mas cada mulher tem seu direito a vontade própria. A vida é de quem vive e não de quem assiste.
