Pesquisa mostra que a cada 8 minutos, um bebê sofre algum acidente com produtos infantis. Esteja alerta aos riscos

Um dado divulgado por pesquisadores da Nationwide Children’s Hospital vem deixando muitos pais alarmados. Nos Estados Unidos, mais de 66 mil crianças de até três anos de idade passam pela emergência de hospitais em razão de acidentes ocorridos com produtos de berçário.

O estudo envolveu a visita dos pesquisadores em salas de emergência de hospitais ao longo de 21 anos (de janeiro de 1991 até dezembro de 2011). Foi constatado que em 80% dos casos, os acidentes ocorreram por quedas, sendo deste número, 20% em circunstância de suportes, 19% por causa de berços ou colchões e 17% por causa de carrinhos de bebê.

O dado mais grave remete ao fato de, em 81% dos acidentes ocorridos, as crianças se lesionarem na cabeça, no rosto ou no pescoço. E o registro mostra que no país norte-americano, uma criança sofre acidente a cada 8 minutos. A taxa vem aumentando a cada ano desde 2003, mesmo com todos os esforços do país para preveni-las.

1. Apesar de não aparentar, produtos de berçário podem apresentar riscos para as crianças – Foto: Lillibee

No geral, a pesquisa não atua necessariamente apenas como um alerta aos pais, mas também principalmente como um aviso aos fabricantes dos produtos usados em berçários (o que envolve tudo, desde andadores até cadeiras de balanço). A pesquisadora Tracy Mahan, em entrevista ao jornal ‘USA Today’, comenta que “se os produtos tivessem um design diferente que os tornasse mais fáceis de usar, haveria menos problemas”.

Vale ressaltar que, em 2001, Gary Smith, coordenador do estudo, já havia tido uma experiência atuando na Academia Americana de Pediatria. Na época, ele havia descrito falhas encontradas em projetos de andadores para bebês e encaminhou as informações coletadas aos fabricantes. Boa parte respondeu de maneira positiva e fez mudanças para aumentar a segurança dos produtos, mas famílias que não contam com os produtos novos precisam estar mais atentas.

1. Foto: Maternity Coach

A principal dica que Tracy passa para os pais é pesquisar a respeito do produto a ser comprado, sempre registrá-lo e ler os manuais que o acompanham. Além disso, para os consumidores brasileiros, é importante ter ciência que os fornecedores tem obrigação de informar quando há alguma inadequação ou defeito em seu produto. Pelo site do Ministério da Justiça, o consumidor fica ciente de todos os recalls – quando o fabricante ou o distribuidor recolhe os produtos defeituosos de volta – que ocorrem.

E além de se preocupar só com o produto, é importante que os pais estejam atentos também ao modo de utilização. Por exemplo, a postura do bebê dentro de um berço, quando errada, pode trazer a ele sérios e consideráveis problemas, como falamos aqui.

1. Foto: Reprodução

E ainda a respeito dos berços, deixamos algumas dicas para que os bebês sejam acomodados de maneira segura:

1 – Grade lateral sempre levantada e com trava dupla em cada lado, para impedir que o bebê pule do berço. E conforme a criança crescer, o estrado do berço deve ser abaixado;2 – Distância pequena entre as barras verticais, para que não haja o risco da criança atravessá-la ou prender algum membro de seu corpo.3 – O colchão utilizado deve ser firme. O ideal é que as crianças durmam de barriga para cima, cobertos com lençol ou mantas que sejam presas embaixo do colchão. O bebê deve estar com os bracinhos para fora e coberto até a altura do peito.4 – Jamais deixar que o bebê esteja com a cabeça coberta durante o sono5 – Mesmo o travesseiro exige atenção! Dê preferência para o anti-sufocante com pequenos furos, assim facilitando a respiração (mas lembre-se que para recém-nascidos não é necessário travesseiro).6 – Durante o sono, tire de perto brinquedos ou pelúcias que possam interferir na respiração do bebê ou até mesmo asfixiá-lo.

1. Foto: Meu Bebê / Reprodução

Esteja sempre atento aos riscos que seu bebê pode enfrentar. Sempre antes de comprar qualquer produto, pesquise a respeito, para não colocar seu pequeno em risco.