O primeiro estudo realizado em larga escala a demonstrar a relação entre a dengue e a morte de fetos foi feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), de acordo com a instituição. Eles cruzaram dados públicos de mais de 162 mil natimortos e 1,5 milhão de nascidos vivos obtidos entre dezembro de 2012 e janeiro de 2016, sendo que, deste número, 275 natimortos e 1.507 nascidos vivos tinham sido expostos à dengue.
Segundo a pesquisa, publicada pela revista “The Lancet”, a taxa de natimortos foi de 11 por 1.000 nascidos vivos. Quando levada em conta as amostra das mães infectadas por dengue, a taxa de incidência foi de 15 por 1.000. Em resumo, ele mostra que as mulheres grávidas que contraem a dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, têm mais chances de perderem seu bebê: ela dobra essas chances e para mulheres que contraem a forma mais grave da doença, esse número sobe para cinco vezes mais chances de perder a criança.
O estudo mudou alguns pontos de vista, pois até então se sabia que o zika vírus era capaz de atingir os fetos, mas não haviam dados e casos que constatassem que a dengue também provocaria isso. Ele ainda descobriu uma outra forma letal da doença, que até então era apenas a hemorrágica:
“Este achado é importante tanto para a formação de políticas públicas quanto para protocolos de assistência em unidade de saúde”, diz Enny Paixão, pesquisadora da Fiocruz e da London School of Hygiene & Tropical Medicine, em Londres, e autora principal do estudo. Ainda não se sabe como a dengue afeta os bebês, mas há hipóteses.
De qualquer forma, esses resultados chamam a atenção para os cuidados com a dengue, ainda mais se for uma gestante. Evitar água parada, prezar pela higiene e tomar outras medidas preventivas que evitam que o mosquito se prolifere são essenciais.
Foto: Reprodução – Internet


