Histórias de superação são sempre exemplos para todos e Jonas Lopes, que trabalhou como cortador de cana até os 15 anos, agora é formado em medicina.
Filho de um pedreiro, José Lopes, e de uma dona de casa, Edileusa Maria, em Pernambuco, Jonas é o primeiro a conseguir um curso superior e acredita que seus irmãos podem ir tão longe quanto ele.
Tudo começou em Joaquim Nabuco, onde a partir dos 12 anos, Jonas já trabalhava na cana ao lado de sua mãe. Foi já nessa época que vinha uma paixão por ciências e logo, pela medicina também.
No começo, ele não pensava em ser médico e sim, professor, já que, segundo Jonas, seria mais fácil. “Mas eu ficava admirando o trabalho de médico. Sempre tive a medicina no coração”, conta.
Houve um momento, porém, que ele decidiu parar de estudar. Não passava de uma rebeldia momentânea. Depois que viu o sofrimento de sua mãe para colocar comida em casa e comprar o caderno dele e de seus irmãos, Jonas decidiu que jamais pararia de estudar.
Logo veio o vestibular. Passou só na primeira fase. Mas ele não desistiu. No ano seguinte, decidiu estudar para o vestibular da Universidade de Pernambuco, onde havia vagas para estudantes de escolas públicas. Para ele, o sistema de cotas foi o que o continuou impulsionando. “Esse sistema de cotas foi minha esperança”, contou Jonas.

Quando decidiu se mudar para Recife, o recém-formado passou a cursar o pré-vestibular e estudava de 10 a 12 horas por dia. Felizmente, Jonas conseguiu assistência moradia e alimentação como bolsa da UPE. E em 2014, passou a estagiar, podendo ajudar os pais com o que recebia.
Hoje Jonas fica emocionado ao lembrar do recebimento de seu diploma e em como se sentiu após homenagem em sua colação:
“Tivemos uma colação antecipada no dia 17 de junho, que foi para pegar o registro do Cremepe [Conselho Regional de Medicina de Pernambuco]. Na solenidade oficial, na hora do discurso da oradora, ela disse: ‘Jonas, levante’. Em seguida, falou um breve histórico da minha vida, me parabenizou e todos os meus colegas me aplaudiram. Não aguentei e chorei demais”, conta.

São essas histórias que nos inspiram, não acham? O que vocês acharam?
Beatriz Ponzio
Fotos: G1, Alexandre Gondim/ JC Imagem












