Quem não conhece a famosa Palmirinha? Impossível nunca ter visto um de seus programas de dar água na boca. O que ninguém sabe, contudo, é sua verdadeira história. E acredite: é de inspirar qualquer um.
Nos seus 86 anos de idade, Palmira Onofre ainda não se cansou do trabalho que exerce. Em entrevista ao site Vix e à Marília Gabriela, ela abriu seu coração sobre seu conturbado passado.
O começo
“Eu nasci na cozinha”, revela ao Vix. A idosa cresceu na fazenda com várias panelas e mulheres ao redor. “Com 5 anos, minha mãe colocava um banquinho para eu subir e mexer as panelas”, conta.

Já aos sete anos de idade, ela foi ‘adotada’ por uma francesa e acabou sendo levada de Bauru para São Paulo. A intenção da mulher era que ela virasse sua dama de companhia. Enquanto isso, ela pagaria os estudos e depositaria dinheiro mensalmente em uma conta poupança. Infelizmente, Palmirinha nunca recebeu a quantia.
Porém, aos 14 anos de idade, a cozinheira voltou para casa após a morte do pai. “Tive uma juventude muito triste. A minha mãe era uma mulher maravilhosa, mas grosseira com os filhos, principalmente comigo. Ela judiava“, conta ao Vix.
O grande problema era a inveja que ela tinha, afinal o pai tinha um carinho especial por ela. A paixão do pai por Palmirinha era tanto que muitas vezes um carinho que poderia ser depositado na mãe ia direto para a filha. Com isso, a mãe acabava descontando sua raiva por meio de agressões físicas.
“Eu trabalhava muito para sustentar os meus irmãos, que eram pequenos, e quando chegava em casa à noite, minha mãe fechava a porta para eu não entrar. Fiquei até os 17 anos sofrendo”, relembra.

O marido
A cozinheira se casou aos 19 anos, se livrando de uma vez por todas de todo aquele abuso. O grande problema é que agora eles partiriam de outra pessoa. “Ele foi um mau marido, era muito agressivo, violento”, conta. Ela chegou a pensar em divórcio, mas naquela época as mulheres que faziam esse pedido ficavam mal faladas. “Eu tinha medo que isso afetasse o casamento das minhas filhas, então fui aguentando”, disse ela, que teve três filhos com o homem.
Palmirinha chegou a apanhar do marido até sua filha do meio se casar. Frequentemente ela aparecia no trabalho com o olho roxo e inventava diversas desculpas. Porém, todos entendiam o ocorrido e acabavam até a falar sobre o assunto na frente de todos. “Eu me sentia muito humilhada”, revelou.

Cozinhar para se salvar
Foram vários empregos ao mesmo tempo até Palmirinha conseguir chegar aonde chegou. Ela chegou a encaixotar peças de automóveis, fazia faxina em salas comerciais e, claro, seus quitutes para vender em seu bairro.
Mas como foi o começo de sua vida verdadeiramente? Quando começou a vender sonhos. Na época, com pouco dinheiro, ela fazia as filhas estudarem em turnos diferentes para usarem o mesmo blusão. Assim, era fácil economizar. Porém, quando não teve mais jeito, a idosa teve que pedir dinheiro emprestado para conseguir comprar mais de um blusão.
Determinada a pagar a quantia de volta o mais rápido possível, Palmirinha começou a fazer sonhos e a vendê-los em salões de beleza. Surpreendentemente, a venda deu certo e já no dia seguinte, o dinheiro estava pago.
Conforme o tempo foi passando, Palmirinha se dedicou mais e mais a cozinha, fazendo diferentes quitutes e vendendo-os em salões. “E foi assim que começou”, revela.

Milagre
O que ninguém nunca soube da cozinheira, por mais trágico que seja, é o fato dela ter passado por um câncer no útero. Internada, ela chegou a ser vítima de um erro médico.
“Fui desenganada pelos médicos. Fiquei um ano entre a vida e a morte. Costuraram o meu ureter, fiquei 45 dias internada, entrando e saindo do hospital. Um dia antes de eu fazer outra cirurgia de muito risco, eu finalmente consegui fazer xixi e não precisei operar de novo. Foi um milagre”, conta.
Sucesso
Seu começo na TV foi simples: fazendo quadros semanais em programas de variedades em troca de divulgação de seu trabalho. Foi na Record, por exemplo, que ela conheceu Ana Maria Braga. “Eu não ganhava nada, era só propaganda do meu trabalho. Por seis anos, eu ia toda segunda-feira preparar o café da manhã no programa. Quem me batizou de Palmirinha foi a Ana Maria, porque eu a chamava de Aninha, e ficou”, revelou.

A partir disso, sua carreira começou a avançar cada vez mais. Ela começou a viajar e a ministrar cursos de culinária. De pouquinho em pouquinho, tudo estava dando certo para a Palmirinha.
Quem diria que ela teria tanta história para contar?
Fotos: Reprodução.
Fonte: Família.












