Menina é adotada por família após sofrer maus tratos

Mulheres

Casal é alertado a nunca adotar esta menina. E fica horrorizado ao conhecer sua história

By Carol Guedes

December 04, 2017

O que leva uma pessoa a abandonar um filho à própria sorte? Mas, em contraponto, o que leva uma pessoa a querer adotar uma criança? São casos diferentes e que acabam se cruzando em alguns pontos. Histórias que envolvem muitos sentimentos e principalmente, crianças que estão vulneráveis e precisam de cuidados de uma família que os receba de braços abertos.

Bernie e Diane Lierow tinham cinco filhos e depois que eles cresceram e saíram de casa, resolveram que era hora de adotar uma garotinha. Foram em uma agência local e participaram de um evento com o intuito de encontrar crianças em potencial para adotarem. Mas, no local, Diane colocou os olhos na foto em preto e branco de uma menina, com os braços levantados e uma expressão vazia. Ela conta que ficou atraída pela garota, sem saber o porquê. Porém, ao questionarem sobre quem era, tudo o que ouviram foi que eles não iriam querer adotá-la.

“Uma das senhoras presentes disse a minha esposa: ‘Há algo de errado com ela, essa garota não é adequada para adoção’”, disse Bernie. Mas, havia algo ali e o casal sabia. Eles precisavam conhecer mais sobre a menina, então procuraram sua assistente social. Só não esperavam que a história que ouviriam fosse tão devastadora.

A menina na janela:

A garota da foto se chama Danielle Crockett. Ela era conhecida como a menina da janela pelo seu passado traumático. Em 2005, a polícia foi chamada por um vizinho para investigar uma movimentação estranha na casa ao lado e uma menina com um rosto magro e pálido olhando pela janela. O detetive Mark Holste e seu parceiro chegaram ao local e não faziam ideia do que os esperavam ao entrar naquele lugar.

A casa estava em situação inabitável — havia enormes teias de aranha na parede, sujeira por toda a parte e baratas pela casa. Além de tudo isso, eles encontraram Danielle, na época com 6 anos, sozinha na parte de trás da casa. Ela estava em um colchão sujo, em um quarto do tamanho de um guarda-roupas e cheio de fraldas espalhadas. Os traumas na menina eram tamanhos que ela não conseguia se alimentar com comidas sólidas e estava pesando apenas 20 kg. Além disso, quando os policiais a resgataram, estava repleta de piolhos e pulgas. Imaginar uma situação desumana dessas é horrível!

A mãe biológica da criança apenas disse que estava tentando fazer o que podia por ela. A mulher perdeu a guarda dela, que precisou ficar seis meses no hospital. A menina, por tudo o que passou, tinha a capacidade mental de um bebê. A psicóloga Kathleen Armstrong, que examinou Danielle, citou que ela sofria de “autismo ambiental”, por nunca nem se quer ter interagido com outra pessoa.

Família decide adotá-la mesmo sabendo de sua história:

Bernie e Diane Lierow ficaram sem chão ao ler sobre o que a menina tinha passado. Isso os motivou ainda mais a querer que ela fizesse parte da família. Sabiam que nada seria fácil, mas que, por ela, queriam tentar:

“Nós não sabíamos sequer se ela já sabia comer com um garfo ou uma colher. Você começa a pensar: eu não sei até onde essa criança pode ir”, disse Diane. E realmente nada foi fácil: Danielle comia compulsivamente, reflexo da fome que tinha passado, e tinha surtos diversas vezes por dia, por exemplo. Agora, anos depois, ela é uma adolescente e vai à escola. Ainda precisa de muitos cuidados e atenção, mas está buscando, com pequenas vitórias a sua independência. Principalmente por causa dos maus tratos sofridos pela mãe biológica, ela criou uma ‘proteção’ contra outras pessoas do sexo feminino e se dá melhor com o pai. Mas, juntos, todos formam uma família feliz e repleta de realizações, com um grande coração.

Foto: Reprodução/ CBN

Fonte: Newsner