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OMS mantém alerta global para mpox e reforça risco de nova crise sanitária

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu manter o status de emergência de saúde pública internacional para a mpox — doença anteriormente chamada de varíola dos macacos. A decisão, anunciada no início de junho de 2025, é baseada no aumento de casos registrados principalmente na África Central e na circulação de uma nova variante considerada mais perigosa e menos visível aos olhos da vigilância tradicional.

Segundo a OMS, o cenário atual ainda representa um risco relevante para a saúde global, exigindo medidas contínuas de monitoramento, resposta rápida e cooperação internacional.

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Avanço da mpox preocupa autoridades de saúde

Desde meados de 2024, a mpox voltou a ganhar força em diversos países da África, principalmente na República Democrática do Congo, onde o vírus apresenta um padrão diferente de contágio e sintomas. Dados recentes indicam que já foram registrados mais de 37 mil casos confirmados em 25 países, com mais de 120 mortes associadas à doença.

A atual variante responsável pela nova onda de infecções pertence ao chamado clado Ib, que apresenta maior transmissibilidade e pode causar sintomas atípicos. Ao contrário do que se observava anteriormente, muitos pacientes não desenvolvem as tradicionais lesões cutâneas, o que dificulta a identificação precoce e favorece a propagação silenciosa do vírus.

O que é a mpox e como ela se manifesta

A mpox é uma doença viral zoonótica, transmitida principalmente por meio de contato direto com secreções corporais, feridas, gotículas respiratórias ou objetos contaminados. Os sintomas clássicos incluem febre, dores musculares, inchaço nos gânglios linfáticos e erupções na pele que evoluem para lesões semelhantes às da varíola.

No entanto, com o clado Ib, os especialistas identificaram mudanças importantes no quadro clínico. Em muitos casos, os sintomas se concentram na região genital ou perianal, sem a presença das erupções características no restante do corpo. Isso tem feito com que muitos casos passem despercebidos, aumentando a taxa de transmissão comunitária.

OMS reforça a gravidade do cenário

Em pronunciamento oficial, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o atual surto continua atendendo aos critérios para ser classificado como uma emergência de saúde pública de interesse internacional. Isso significa que a situação requer atenção e coordenação global, principalmente diante do risco de disseminação para outras regiões do mundo.

A entidade recomendou aos países que reforcem a vigilância, invistam em sistemas de notificação rápida e mantenham estratégias de contenção como o rastreamento de contatos, testagem laboratorial e isolamento de casos confirmados.

Por que a epidemia atual é diferente?

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Imagem – Bestofweb/Freepik

Além da mutação do vírus, outros fatores complicam o controle da mpox na África Central. A região enfrenta sérios problemas de infraestrutura de saúde, escassez de profissionais, conflitos armados e dificuldades logísticas que dificultam o acesso a serviços médicos básicos.

A OMS alerta que, sem apoio internacional, muitos países afetados não terão capacidade de conter o avanço da doença por conta própria. Em áreas remotas, a testagem ainda é limitada, e a distribuição de medicamentos e vacinas segue abaixo do necessário.

Expansão para outras regiões preocupa

Embora o foco principal da epidemia atual esteja na África Central, casos importados da mpox já foram registrados em países da Europa, América do Norte e Ásia. A circulação internacional de pessoas cria um risco constante de disseminação, especialmente em grandes centros urbanos com tráfego aéreo intenso.

Nos últimos meses, autoridades de saúde de países como Uganda, Burundi e Serra Leoa também relataram aumento de infecções locais. Ainda que o número de casos nesses locais seja menor, o padrão da doença exige atenção redobrada.

Situação no Brasil e América Latina

Até o momento, o Brasil não reportou aumento significativo de casos nesta nova fase da epidemia. No entanto, o Ministério da Saúde monitora de perto a evolução global da doença e mantém protocolos ativos em portos, aeroportos e hospitais de referência.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) também tem atuado para fortalecer a capacidade de resposta dos países latino-americanos, oferecendo suporte técnico, kits de diagnóstico e capacitação de equipes de vigilância epidemiológica.

Recomendações atualizadas da OMS

Com a manutenção do alerta máximo, a OMS divulgou uma série de recomendações para conter o avanço da doença. Entre as principais estão:

  • Aumentar a vigilância ativa e passiva em todos os níveis da atenção à saúde;
  • Reforçar a testagem e o sequenciamento genético dos vírus circulantes;
  • Investir em campanhas de conscientização para evitar estigmas e desinformação;
  • Melhorar a comunicação de risco com grupos vulneráveis e profissionais de saúde;
  • Apoiar financeiramente os países com maior número de casos.

Desafios no acesso a vacinas e tratamentos

Um dos principais obstáculos enfrentados atualmente é o acesso desigual às vacinas. Embora existam imunizantes eficazes contra o vírus da mpox, sua distribuição ainda é limitada, especialmente nos países mais afetados.

A OMS e organizações parceiras tentam acelerar acordos para ampliar a produção e distribuição desses insumos, mas o cenário global ainda é de escassez. O mesmo vale para medicamentos antivirais, que estão disponíveis em poucos locais e em quantidade reduzida.

Importância da comunicação responsável

Outro ponto enfatizado pela OMS é a necessidade de combater o estigma relacionado à mpox. Em surtos anteriores, a doença foi injustamente associada a comunidades específicas, o que dificultou o acesso ao diagnóstico e estimulou a desinformação.

As campanhas de saúde pública devem priorizar informações claras, baseadas em evidências científicas, e promover comportamentos seguros sem reforçar preconceitos.

O que fazer em caso de suspeita

Diante de sintomas como febre repentina, dores musculares, linfadenopatia (gânglios inchados) e lesões na pele ou mucosas, é essencial procurar atendimento médico imediatamente. A identificação precoce ajuda a evitar o agravamento do quadro e reduz o risco de transmissão para outras pessoas.

O uso de máscaras, a higiene frequente das mãos e o isolamento temporário de casos suspeitos também fazem parte das medidas preventivas recomendadas.

Perspectivas para os próximos meses

Especialistas acreditam que o controle da atual epidemia depende da mobilização conjunta de governos, instituições de saúde e sociedade civil. Sem o comprometimento internacional, há o risco de a mpox se tornar uma ameaça endêmica em diferentes partes do mundo.

A OMS reforça que, embora o vírus tenha características distintas da covid-19, a resposta deve ser igualmente rápida, coordenada e inclusiva. A prevenção, neste caso, ainda é a melhor estratégia.

Considerações finais

A decisão da OMS de manter a mpox como uma emergência de saúde pública internacional reflete a complexidade e a gravidade da situação atual. Com uma variante mais transmissível, sintomas menos visíveis e infraestrutura precária nos países mais afetados, o mundo precisa redobrar os esforços para conter a propagação da doença.

Enquanto novas vacinas e tratamentos não chegam à população em escala global, o combate à mpox dependerá de vigilância ativa, educação em saúde, combate ao estigma e cooperação internacional.

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